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sábado, 27 de janeiro de 2018

A Alemanha Pós-Guerra - Completo (partes 1 e 2 - Dublado em HD)

A postagem de hoje diz respeito a este excelente documentário, que traz uma visão contundente do período pós Segunda Guerra mundial e nos mostra, a partir da visão de uma Alemanha derrotada, como a Europa, destruída e com graves problemas sociais, econômicos e humanitários, em meio ao jogo de poder entre vencedores e vencidos, teve seu mapa reconfigurado e viu surgir novos perigos: o fantasma da ameaça de uma 3ª guerra mundial, a criação do antagonismo de blocos entre leste e oeste e o crescimento do poder totalitário da União Soviética de Josef Stalin.

O documentário "A Alemanha pós-guerra" (Título original: 'After Hitler') é uma produção da CINETEVE (Fabienne Servan Schreiber e Lucie Pastor), com a participação da France Televisions, em um filme de David Korn-Brzoza (diretor) e Olivier Wieviorka.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Brasileiros erguem taça na Europa e nos Emirados Árabes


PARIS - A temporada do futebol europeu está chegando ao fim e a cada dia novos campeões são conhecidos. Inúmeros jogadores já podem comemorar o sucesso no ano, entre eles alguns brasileiros, como os zagueiros Thiago Silva e Luisão, que atuam no Paris Saint-Germain e Benfica e tiveram a honra de erguerem taças em torneios nacionais de França e Portugal neste final de semana.
Brasileiros do PSG comemoram título na França - Yoan Valet/EFE
Yoan Valet/EFE
Brasileiros do PSG comemoram título na França

Capitão da seleção brasileira e um dos principais destaques do Brasil, Thiago Silva possui muita moral também na França e, em dois anos com a camisa do Paris Saint-Germain, já levantou três canecos. A última delas foi a da Copa da Liga Francesa, conquistada no sábado após uma vitória por 2 a 1 sobre o Lyon. Maxwell e Lucas também apareceram com destaque no jogo, sendo fundamentais par a conquista.

Em Portugal, Luisão, que disputou a Copa de 2010 pelo Brasil, também sentiu o gosto de ser campeão e erguer uma taça. Sua equipe, o Benfica, superou o Olhanense por 2 a 0, com dois gols do também brasileiro Lima e conquistou o Campeonato Português pela 33.ª vez em sua história.
Fora da Europa, nos Emirados Árabes, outro brasileiro que festejou um título foi o atacante Grafite, ex-São Paulo e que também jogou a última Copa do Mundo. Ele fez um dos gols do Al Ahli na vitória sobre o Al Jazira na decisão da Copa do Golfo Árabe. 
 
Fonte: Jornal o Estado de São Paulo online

quarta-feira, 1 de maio de 2013

PRIMEIRO DE MAIO É MARCADO POR PROTESTOS NA EUROPA






Dezenas de milhares vão às ruas de vários países em manifestações contra políticas adotadas na União Europeia diante da crise. No Vaticano, Papa cita desempregados do continente e critica falta de "justiça social".

O 1º de Maio foi marcado por protestos na Europa, grande parte por insatisfação em relação às medidas adotas para enfrentar a crise no continente. Houve manifestações em Portugal, Espanha, França, Alemanha e Grécia – neste último país combinada com uma greve geral.

A greve geral, programada para durar 24 horas, é a segunda deste ano na Grécia, onde o feriado do Dia do Trabalho foi transferido para a próxima semana por coincidir com a Páscoa ortodoxa. Nesta quarta-feira, hospitais operaram apenas com funcionários de emergência, o transporte público foi severamente afetado e órgãos oficiais permaneceram fechados. Os dois maiores sindicatos do país são contra as medidas de arrocho adotada pelo governo, em especial a que prevê o corte de mais de 15 mil empregos no setor público até o fim de 2014.

Na Espanha, sindicatos convocaram protestos em mais de 80 cidades. Na França, além das manifestações das uniões trabalhistas, o bloco de extrema direita Frente Nacional, de Marine Le Pen, realizou uma marcha no centro de Paris. "O país está afundando em uma política de austeridade sem fim", disse Le Pen durante o protesto.

Protesto também em Bangladesh

Na Alemanha, estima-se que centenas de milhares de pessoas tenham ido às ruas de várias cidades nesta quarta-feira em protestos convocados por sindicatos.

"O grande número de participantes envia um sinal claro neste ano eleitoral: este continente não pode ser destruído pela austeridade. Quem quer salvar a Europa deve começar do zero economicamente e estabilizar o Estado social", disse em Berlim Michael Sommer, presidente da Federação de Sindicatos Alemães (DGB).

A crise econômica foi assunto também da mensagem de 1º de Maio do Papa Francisco. "Eu penso nas dificuldades que, em vários países, afetam hoje o mundo do trabalho e dos negócios", disse o Pontífice aos fiéis na Praça de São Pedro. "Penso em quantas pessoas, e não apenas jovens, estão desempregadas, muitas vezes devido a uma concepção puramente econômica de sociedade, que busca o lucro individual à margem dos parâmetros de justiça social."

As manifestações de 1º de Maio aconteceram em geral de forma pacífica na Europa. A exceção foi em Istambul, onde um protesto terminou em confronto entre manifestantes e policiais. Dezenas de pessoas ficaram feridas e mais de 70 foram detidas.

Também houve manifestações na Ásia. Em Bangladesh, milhares de trabalhadores saíram às ruas para voltar a exigir pena de morte para os proprietários das fábricas de confecção do prédio que ruiu, há uma semana, causando mais de 400 mortes.

Fonte: Deutsche Welle/Página Global

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Eurozona volta à recessão, arrastada por Espanha e Grécia


A Eurozona está oficialmente em recessão, pela segunda vez em três anos, arrastada pelos resultados ruins de Espanha, Itália e Grécia, que tentam cumprir com a política de austeridade ditada desde Bruxelas.
"Durante o terceiro trimestre do ano, o PIB caiu 0,1% na Eurozona", indicou a primeira estimativa do Eurostat. Os técnicos definem uma recessão quando são registrados seis meses consecutivos de contração da atividade econômica.
Na Espanha, quarta economia da união monetária, o PIB registrou uma queda de 0,3%, segundo a Eurostat, coincidindo com os números divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) espanhol.
Em ritmo interanual, a contração do PIB na Eurozona foi de 0,4%, indicou a Eurostat.
"Tudo isso não faz mais do que confirmar uma 'double dip recession' (uma recaída na recessão logo depois de sair de uma), muito temida pelos mercados há meses", considerou Martin Van Vliet, do banco ING. Imediatamente após a crise financeira de 2008, que eclodiu nos Estados Unidos, a Eurozona caiu em recessão, mas havia recuperado o crescimento no terceiro trimestre de 2009.
Segundo as autoridades gregas, o PIB caiu 7,2% no terceiro trimestre de 2012 em relação ao mesmo período do ano anterior.
O país, que atravessa seu quinto ano consecutivo de recessão, com uma queda acumulada do PIB de 22% desde 2008, prevê em seu orçamento para 2013 um sexto ano consecutivo de recessão com um retrocesso de 4,5% em relação aos 6,5% previstos neste ano.
A economia da Grécia, que se apoia principalmente no consumo interno, se viu duramente afetada pela queda acentuada do poder aquisitivo provocado pela austeridade aplicada desde 2010, após a explosão da crise da dívida.
Os dados despertam o alarme e dúvidas sobre as receitas impostas por Bruxelas e chamam a atenção de alguns países, como Alemanha e Holanda, para recuperar o crescimento e o emprego no bloco, após mais de dois anos da crise de dívida europeia.
Por enquanto, estas medidas - que alguns países, como a Espanha, cumprem rigorosamente - só trouxeram mais recessão, desemprego, queda do consumo, falta de confiança na recuperação econômica e mal-estar social. Para 2013, o governo espanhol prevê uma queda do PIB de 0,5%.
Elas também arrastam para baixo os países mais ricos da Eurozona. A Alemanha, por exemplo, registrou um crescimento de 0,2% no terceiro trimestre. Mas no trimestre anterior seu PIB havia sido de +0,3%. A Holanda, que registrou um leve crescimento de 0,1% no trimestre passado, passou agora a uma contração de -1,1%. A Áustria passou de 0,1% ao vermelho, -0,1%.
Ao menos a França se recuperou, ao passar de -0,1% para um número positivo de 0,2%. A Itália também melhorou, embora tenha se mantido na escala negativa (de -0,7% no trimestre anterior a -0,2% neste).
A queda na Itália é inferior às previsões dos economistas, que estimavam uma contração entre 0,4% e 0,5% do PIB no trimestre, o que foi considerado "uma boa surpresa".
Os cidadãos europeus já perderam a paciência. Centenas de milhares de pessoas protestaram na quarta-feira em Madri, assim como em muitas cidades da Espanha, em um dia de greve geral convocada pelos sindicatos contra a política de austeridade do governo de Mariano Rajoy.
Essas mobilizações fizeram parte de um dia de protestos convocados em vários países europeus contra a austeridade, o desemprego e a precariedade.
O vice-ministro grego das Finanças, Christos Staikouras, explicou recentemente que os credores do país, e em particular o Fundo Monetário Internacional (FMI), se equivocaram sobre o impacto das políticas de austeridade sobre a recessão.
Desde 2009, "o coeficiente multiplicador" das medidas sobre a redução do PIB foi de "aproximadamente 1, em vez de 0,5" que a UE e o FMI levaram em conta quando impuseram medidas à Grécia em troca de seu resgate, explicou o ministro, e disse que o FMI reconheceu seu erro de cálculo.
Recentemente, a Comissão Europeia divulgou suas previsões de outono, nas quais previu que o PIB dos países da Eurozona se contrairá 0,4% neste ano e o crescimento estará em ponto morto em 2013 (+0,1%) até se consolidar gradualmente em 2014.

domingo, 9 de setembro de 2012

EUROPA: OUTRO IMENSO PASSO ATRÁS




Novo pacote imposto à Grécia reduz, além do salário mínimo, fins-de-semana e férias. BC quer submeter mais países a choques
 
Antonio Martins* - Outras Palavras
 
As hipóteses de pensadores como Manuel Castells e Ignacio Ramonet, que enxergam recrudescimento da luta de classes na Europa e riscos de retrocesso social profundo, ganharam nova força nos últimos dias. Na terça-feira (4/9), o jornal londrino The Guardian vazou o conteúdo de uma carta-ultimato radical, dirigida pela chamada troika (União Europeia, Banco Central Europeu e FMI) ao governo grego. Enviado às vésperas da viagem de uma “comissão de inspetores” a Atenas, e redigida na forma de um elenco seco de exigências, o documento concentra-se nas relações de trabalho.
 
Requer mudanças profundas – e inimagináveis, há apenas alguns meses – nas leis que protegem os direitos laborais. Além de livrar as grandes empresas de boa parte das leis trabalhistas, concede-lhes ampla redução de impostos, o que debilitaria ainda mais os serviços públicos. Não se trata, porém, de algo limitado à Grécia. Nesta quinta-feira (6/9), ao anunciar novas ações para evitar um colapso financeiro do euro, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mário Draghi, comunicou que a instituição poderá submeter outros países em dificuldades a semelhantes “medidas de estrita e efetiva condicionalidade”.
 
A vastidão das propostas exigidas de Atenas levou o site World Socialist a enxergá-las como ”um retrocesso às condições de trabalho que vigoravam nos países capitalistas durante o século 19″. Não parece haver exagero na imagem. A troika exige explicitamente, por exemplo, o fim da jornada de 40 horas – que inspirou a maior parte das lutas sociais a partir de 1860 e foi gradualmente conquistada na virada para o século 20. A carta é clara: cobra “flexibilidade ampliada dos horários de trabalho” e especifica: em particular “aumento do número máximo de dias de trabalho, para seis por semana, em todos os setores”.
 
Estender a jornada laboral, num país onde toda a economia está deprimida, estimulará os empresários a produzir o mesmo com menos empregados. Sintomaticamente, o ultimato também exige que sejam reduzidos em 50% os prazos de aviso prévio e custos indenizatórios das demissões. Mas vai adiante. Pede nova compressão do valor nominal do salário mínimo – já achatado em 21% este ano. Chega aos detalhes: reivindica alterar as leis gregas que estabelecem intervalo mínimo entre as jornadas de trabalho. “A ideia é que os empregadores possam convocar os assalariados a qualquer momento, acabando com a estabilidade dos horários de trabalho”, afirma Panagiotis Sotiris, professor da Universidade do Egeu.
 
Nem as férias serão preservadas, se as pressões da troika forem aceitas. A carta a Atenas propõe autorizar os empregadores a fatiar o período contínuo de descanso remunerado em dias esparsos, concedidos ao longo do ano. Para os patrões, cômodo e barato – porque permite dispensar os assalariados em períodos de baixa atividade, por exemplo. Para os trabalhadores, equivale à obrigação de permanecer disponíveis, em todas as época do ano, às tarefas definidas pela empresa.
 
Muitas das exigências contrariam leis e normas gregas – e talvez fosse difícil propor ao Parlamento uma bateria de decisões impopulares. Por isso, a troika tem uma reivindicação de caráter genérico porém devastador, inclusive por humilhar a soberania nacional. Quer desmantelar o sistema atual de fiscalização do trabalho, retirando completamente sua autonomia e colocando-o sob supervisão direta da União Europeia. Ainda que muitas das leis que impedem a super-exploração dos assalariados sejam mantidas, terão pouca eficácia prática. Os funcionários encarregados de garantir seu cumprimento serão comandados por burocratas comprometidos com o sentido geral das novas ordens.
 
Na mesma carta em que incentiva o ataque generalizado aos direitos dos trabalhadores, a troika reivindica redução das contribuições das empresas aos sistemas de Saúde e Previdência, além de isentá-las de outros impostos. Segundo The Guardian, o ultimato estabelece prazo curto para as decisões. A União Europeia estaria insatisfeita com a “paralisia” do novo governo conservador grego, eleito em maio e até agora incapaz de impor os cortes de direitos sociais e serviços públicos que lhe foram exigidos.
 
Agora, as cartas estão na mesa, segundo o jornal britânico. Ou Atenas executa as exigências do ultimato, ou não receberá a segunda parcela (14,6 bilhões de euros) de um “resgate” indispensável para manter até mesmo as despesas essenciais do Estado – como o pagamento dos servidores públicos e dos aposentados. A alternativa seria emitir moeda própria e deixar o euro – com consequências ainda imprevisíveis, tanto para a Grécia quanto para a moeda comum.
 
Ao que tudo indica, porém, Atenas pode ser apenas a primeira vítima de uma nova fase do ataque aos direitos sociais na Europa: a partir de agora, ainda mais intenso e coordenado que ao longo dos últimos três anos. Na quinta-feira (6/9), após uma bateria de encontros com governantes europeus (em especial com a chanceler alemã, Angela Merkel), o presidente do BCE anunciou finalmente que o banco passará a comprar títulos públicos de países em dificuldades de rolar suas dívidas nos mercados.
 
A ação do BCE era esperada há muito, por todos. Por meio dela, países que foram obrigados a elevar em muito as taxas de juros oferecidas aos credores (como Espanha e Itália) poderão ter, a partir de agora, certo alívio. Mas Mário Draghi estipulou, também, algo inesperado. As intervenções do banco não serão automáticas, como ocorre com os bancos centrais de todos os países. Para iniciá-las, o BCE exigirá dos governos em dificuldades que peçam formalmente apoio. Ao fazê-lo, deverão comprometer-se a “contrapartidas estritas e efetivas”. A Espanha seria séria candidata a inaugurar a lista. Angela Merkel encontrou-se, também nesta semana, com o primeiro-ministro Mariano Rajoy e teria exigido este novo passo.
 
Os mercados financeiros comemoraram o anúncio de Draghi. As bolsas de valores subiram acentuadamente hoje, em toda a Europa e em Nova York. Tendo em vista o sentido das medidas que se pretende impor às sociedades, só se pode ver, na celebração, o “recrudescimento da luta de classes” mencionado por Castells e Ramonet.

*Antonio Martins é editor de Outras Palavras. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O FIM DA EUROPA ALEMÃ

 
Gazeta Wyborcza, Varsóvia – Presseurop – imagem de Rainer Hachfeld

A coisa parece decidida: Berlim vai impor a sua visão política e a sua ordem económica à UE. Não é fácil, escreve o Gazeta Wyborcza, porque o seu modelo social está em declínio e o país não está mais bem preparado do que os outros para a união política.


Muitos mitos foram crescendo em torno da política europeia da Alemanha, mitos que não permitem abarcar totalmente a gravidade da situação atual. Pelo menos dois exigem uma explicação.

O primeiro mito diz que a Alemanha – o maior beneficiário da moeda única e a maior economia da Europa – renunciou à solidariedade com o resto do continente e virou-lhe as costas. Na realidade, sem o apoio da Alemanha, a zona euro teria caído há muito tempo. Nos últimos três anos, Berlim concedeu mais de 200 mil milhões de euros em empréstimos e garantias de crédito a Estados-membros da conturbada zona euro.

O segundo mito diz que – apesar da crise – a Alemanha está hoje tão bem que perdeu o interesse na Europa e procura parceiros em países como a China ou o Brasil. É certo que foi o comércio com aqueles países que levou ao crescimento da Alemanha no primeiro trimestre de 2012, apesar da deterioração das condições de mercado. Mas as exportações alemãs continuam dependentes da zona euro, que representa 40% das transações (contra apenas 6% com a China). O colapso do euro e a agitação social e política que previsivelmente se seguiria em pelo menos algumas das economias da moeda única afetaria muito mais a Alemanha do que diversos outros países.

Fim da simbiose

As fontes do problema alemão da Europa – ou do problema europeu da Alemanha – residem noutro lado e são mais determinantes. Em primeiro lugar, a atual crise atingiu duramente a Alemanha. Não em termos económicos, mas em termos políticos e morais. Longe de anunciar o início de uma "Europa alemã", significa realmente o seu fim.

O sistema de moeda comum foi baseado no modelo alemão e o Banco Central Europeu é uma cópia do Bundesbank. A falência desta "Europa de Maastricht" destrói efetivamente dois pressupostos cruciais para a política da Alemanha – que as soluções alemãs são as melhores para a Europa e que o modelo económico alemão progride em simbiose com a integração europeia.

Antes de a crise começar, ambos faziam sentido. A Alemanha apoiou uma integração cada vez mais estreita, servindo de motor à formação do mercado comum e da moeda única – e isso beneficiou a Europa. Mas foi também um pré-requisito para a prosperidade do pós-guerra da Alemanha, que se baseou na reconstrução da reputação internacional do país e no desenvolvimento de uma economia orientada para a exportação. Nas últimas duas décadas, a Alemanha habituou-se a pensar que o que era bom para a Alemanha também o era para a Europa. Hoje, essa simbiose acabou.

Remédio para a crise

Para salvar a Europa, os alemães não precisam apenas de abrir os cordões à bolsa, mas também de abandonar os seus conceitos a respeito da Europa e da economia, considerados garantia de sucesso da Alemanha nas décadas do pós-guerra. Isso significa um grande desafio político e intelectual.

O princípio inabalável de que cada país é responsável pelas suas próprias dívidas está hoje posto de lado. O BCE tem desempenhado um papel fundamental na recuperação da economia de vários países da falência, contrariando o dogma alemão de que a manutenção da estabilidade monetária é a única função da instituição.

É um paradoxo que a Alemanha precise de se reinventar num momento em que o seu modelo tem mais êxito que nunca, com a economia em crescimento e o desemprego mais baixo de sempre. Mudar de rumo nestas circunstâncias requer uma grande dose de coragem e determinação, que Merkel não tem.

A fraqueza do gigante

O segundo motivo, pouco conhecido, para o presente dilema europeu da Alemanha tem a ver com a sua própria situação socioeconómica. Os benefícios do sucesso económico da Alemanha da última década têm tido uma distribuição muito desigual. A desigualdade económica tem crescido mais rapidamente do que no resto do mundo industrializado.

Durante a fase de crescimento, a competitividade das exportações da Alemanha deveu-se precisamente, em grande parte, a valores de mão de obra, ou seja, baixos salários. Quem antes estava desempregado beneficiou realmente com a criação de novos empregos. Mas a qualidade da maioria desses empregos está muito longe do confortável epíteto de "capitalismo do Reno". A Alemanha detém a maior quantidade de contratos de trabalho “descartáveis” da Europa.

A isso somam-se elevadas dívidas de muitos municípios, que, forçados a introduzir medidas de austeridade drásticas, fecham serviços públicos, piscinas, centros culturais e de saúde. Paradoxalmente, a erosão do modelo social alemão acelerou-se a partir do lançamento do euro e do resultante “boom” económico.

Enquanto a Europa vê a Alemanha como uma potência económica que domina todo o continente, os alemães – apesar da prosperidade – assistem a uma crise do modelo de Estado social e de crescimento do bem-estar a que se tinham habituado a seguir à guerra.

Déficit democrático

O terceiro problema da Alemanha em relação à Europa tem a ver com democracia. A recusa dos alemães em aceitar a criação de “eurobonds” (títulos europeus de dívida) ou outras soluções mais radicais prende-se com o facto de considerarem que tal transferência de prerrogativas para a UE iria obrigar a alterações na sua constituição. O Tribunal Constitucional de Karlsruhe assim o defendeu em tempos, definindo os limites possíveis para a integração.

A UE tem hoje um problema real de democracia. Um dos aspetos é a tecnocracia, que, como aponta Ivan Krastev na edição mais recente de Polityczny Przegląd ("Comentário político"), significa que, na Itália ou Grécia, "os eleitores podem mudar governos, mas não a política económica".

A outra face deste problema é a falta de vontade política por parte das sociedades (não apenas da alemã) em delegar mais poderes à UE. Talvez a Europa só possa ser salva com um grande passo na direção de uma união política, mas é precisamente a isso que a opinião pública dos Estados-membros se opõe.

O economista norte-americano Raghuran Rajan escreveu há algum tempo que os políticos são incapazes de responder a perigos de escala desconhecida. É uma boa explicação para a posição de Angela Merkel. Até agora, a política alemã concentrou-se em minorar danos e tentar preservar ao máximo a "Europa alemã".

Nos últimos tempos, a chanceler Merkel vem mencionando a necessidade de criar uma união política, perspetiva que os dirigentes da UE irão discutir na cimeira do final deste mês. Não é Berlim, mas Paris, que se pode revelar o maior obstáculo a esse processo. O dilema "colapso da UE ou união política" tornou-se muito real. Talvez a maior falha de Merkel tenha sido a sua incapacidade para preparar o público para ambos os cenários.
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Merkel-Hollande

Entre o narcisismo e a histeria

Ao oferecer 100 mil milhões de euros em garantias à Espanha para resgatar o sistema bancário do país, a chanceler Angela Merkel "esqueceu os seus princípios por momentos". Deixou também no ar a ideia de que os gregos iriam ser igualmente beneficiados. Mas, como realça a Newsweek Polska, isso ainda não significa uma reversão da política de austeridade e de cortes no orçamento:

A Alemanha tornou-se um gigante narcisista – muito orgulhoso do seu êxito... A chanceler parece estar a dizer a todos na UE: ‘Sejam como nós’. Este narcisismo não seria tão trágico se não se tivesse dado o render da guarda em França. Ao invés de procurar novas soluções, o novo Presidente francês está apenas interessado em dizer mal de Berlim. Vem exigindo histericamente que Merkel – sem quaisquer condições à partida – assine um enorme programa de ‘eurobonds’, que os alemães não terão capacidade de cobrir. Esta é a fotografia da liderança da UE cinco minutos antes do desastre. O narcisismo alemão está no comando. E a histeria francesa continua a fazer exigências irrealistas, porque é a única coisa de que é capaz.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Itália e França reconhecem que o euro não está a salvo


Encontro sobre a crise europeia reuniu o italiano Mario Monti e o francês François Hollande. Foto: AP
Encontro sobre a crise europeia reuniu o italiano Mario Monti e o francês François HollandeFoto: AP
Itália e França enfatizaram nesta quinta-feira a importância das medidas adotadas até agora em nível europeu para enfrentar a crise da dívida que atinge o continente, mas destacaram que os progressos obtidos "não são suficientes para poder manter o euro à margem das turbulências do mercado".
O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, e o presidente francês, François Hollande, fizeram esta avaliação em entrevista coletiva conjunta após a reunião bilateral que mantiveram em Roma.
O encontro precedeu a cúpula do próximo dia 22, que também será realizada na capital italiana. O evento contará ainda com a participação da chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.
"É um momento crucial para o mundo e para a União Europeia (UE)", destacou Monti no início de seu discurso, durante o qual fez questão de enfatizar a "sintonia" que tem com Hollande sobre as medidas adotadas para enfrentar a crise.
O primeiro-ministro da Itália ressaltou que os dois países coincidem em avaliar positivamente as medidas adotadas até agora em nível europeu, assim como o recente pacote de ajuda financeira ao setor bancário espanhol. No entanto, Monti reconheceu que as medidas não são poucas, mas considerou que ainda são necessárias novas ações para enfrentar a crise. "Os importantes progressos obtidos quanto à governabilidade europeia não são suficientes para poder manter o euro à margem das turbulências do mercado".
Por tudo isso, o premiê italiano disse que ambos consideram necessário agir "reforçando os pontos fracos do sistema" com ações sobre a "economia real e sobre aspectos financeiros". O chefe de governo italiano destacou também que, durante a reunião com Hollande, eles analisaram a questão da dívida soberana, assim como os instrumentos necessários para restabelecer a confiança nos países mais expostos e trocaram opiniões sobre a hipótese de uma emissão comum de títulos - os chamados eurobônus.
Tanto Hollande como Monti já respaldaram várias vezes a emissão conjunta de papéis da dívida na Europa, mas ainda há países reticentes, especialmente no norte do continente, entre eles a Alemanha. Sobre a delicada situação econômica que atinge a Grécia e a incerteza existente ante o pleito geral que será realizado no país no próximo domingo, Monti afirmou que tanto ele como Hollande desejam a permanência de Atenas na zona do euro, assim como o respeito do país a seus compromissos.
Ambos os líderes reiteraram ainda a necessidade de impulsionar posteriormente as políticas de crescimento em nível europeu, mas destacaram que não se pode abandonar ou prestar menor atenção às políticas de disciplina fiscal.
Hollande, por sua vez, manifestou que há vontade de fazer com que o crescimento seja "nosso objetivo", também na próxima cúpula do G20, que será realizada nos dias 18 e 19 de junho em Los Cabos (México). O presidente francês ressaltou que "o crescimento, a estabilidade e a integração" são os três princípios que devem envolver a Europa. "A Europa precisa de mecanismos que lhe permitam apoiar os bancos e os Estados que estejam em situação complicada para, assim, frear a especulação". Em sua opinião, são necessários "mecanismos estáveis, duráveis, eficazes e com recursos suficientes para pôr o euro a salvo da especulação".
Sobre Angela Merkel, porta-bandeira das políticas de austeridade na Europa, Mario Monti buscou defender as ideias da governante alemã, da mesma forma que os outros chefes de Estado e de governo. "Ela está perenemente em busca de soluções para a Europa".
"Com relação ao presidente Hollande, tive alguns meses a mais para debater com Merkel e sempre encontrei um grande interesse comum em encontrar as melhores soluções, tanto sob o aspecto do crescimento quanto no da estabilidade", acrescentou Monti.
O encontro desta quinta-feira em Roma ocorreu num momento delicado para a Itália, depois que o empréstimo europeu estipulado no sábado passado para os bancos espanhóis ter situado as finanças italianas novamente no ponto de mira dos mercados, ao que se soma a incerteza para o futuro da zona do euro diante das eleições gregas.
Fonte: noticias.terra.com.br

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Seleções da Europa apresentam novos uniformes que serão usados na Eurocopa


Novos uniformes das seleções da Polônia, França, Portugal, Holanda e Croácia
Novos uniformes das seleções da Polônia, França, Portugal, Holanda e Croácia
As seleções de Portugal, França, Holanda, Polônia e Croácia  apresentaram nesta segunda-feira seus novos uniformes. As seleções desses países estarão presentes na Eurocopa, que será realizada em junho e julho, na Polônia e na Ucrânia.
O design das peças foi inspirado em símbolos e temas das culturas nacionais de cada país.
Segundo a Nike, empresa responsável pela criação dos uniformes, o tecido dos shorts é feito com 100% de poliéster reciclado, enquanto o das camisas tem 96%. De acordo com a empresa, uma média de 13 garrafas plásticas recicladas são utilizadas por uniforme, que são 23% mais leves que os modelos anteriores e 20% mais fortes.
Além de mais leves e mais resistentes, as camisas possuem zonas de ventilação cortadas a laser, o que proporciona refrigeração localizada e ajuda a controlar a temperatura do corpo dos jogadores. Também foi criada uma versão acolchoada para os shorts, que ajuda a abosorver o impacto e proteger contra lesões.
Fonte: Uol Esporte

domingo, 8 de abril de 2012

Agência de notação Egan-Jones diz que Portugal "irá cair" e poderá arrastar Espanha e Itália




RTP - Lusa

A agência de notação financeira norte-americana Egan-Jones acredita que a crise da dívida na Europa caminha para o ponto mais crítico e refere que "Portugal irá cair de certeza", podendo Espanha e Itália correr o mesmo risco.

Numa entrevista hoje divulgada no jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung", o presidente da agência de `rating`, Sean Egan, afirmou, referindo-se a Portugal, que "quando a economia de um país se retrai de forma tão significativa e, simultaneamente, os juros das obrigações a dez anos se situam próximo dos 10 por cento, é óbvio que a situação é insustentável".

O analista assinalou que "o drama ainda não atingiu o seu ponto mais crítico" e manifestou-se convicto que, "de qualquer modo, Portugal será afetado".

Para Egan, "a injeção massiva de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) acalmou os ânimos nos mercados a curto prazo", mas tendo em conta a atual situação, "é uma tranquilidade enganosa".

Considerou, por isso, que "o BCE só atenuou o colapso do sistema, mas não pode evitá-lo", uma vez que "não houve alteração do problema de fundo".

"Em Espanha não há crescimento, o mesmo acontece em Itália. Quando a crise do euro voltar a agudizar-se um pouco mais, ambos os países cairão inevitavelmente na mesma situação que Portugal", referiu.

Relativamente à Grécia, Egan assinalou que a atual reestruturação da dívida "não será, com toda a certeza, a última".

"A desagradável realidade é que, apesar dos muitos pacotes de ajuda, a Grécia continuará sobre um monte de dívidas que, a longo prazo, não poderá saldar", disse, admitindo recear que "os credores [privados] tenham de aceitar perdas que poderão aproximar-se dos 95 por cento".

Sobre a Alemanha, Egan comentou: "Que Estado tem a capacidade de se tornar responsável das perdas do Sul da Europa? Não acredito realmente que a Alemanha se safe. Serão os contribuintes alemães quem terá de pagar, disso tenho a certeza".


Fonte; Página Global

quinta-feira, 15 de março de 2012

Emprego na zona do euro recua; custo trabalhista sobe


 
BRUXELAS, 15 Mar (Reuters) - O número de pessoas empregadas na zona do euro caiu novamente nos últimos três meses de 2011, enquanto os custos com a hora de trabalho aumentaram, destacando a dificuldade da Europa em promover uma recuperação no mercado de trabalho, a exemplo dos Estados Unidos.
O emprego nas 17 nações da zona do euro caiu 0,2 por cento no quarto trimestre na comparação com o terceiro, informou nesta quinta-feira o escritório de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat.
O tamanho da população empregada encolheu na mesma proporção do terceiro trimestre ante o segundo, na medida em que o devastador impacto da crise de dívida soberana começou a prejudicar a economia no bloco.
Esse resultado se contrasta com os Estados Unidos, onde os empregos não agrícolas atingiram o terceiro mês consecutivo de alta acima de 200 mil em fevereiro, sinalizando uma recuperação mais forte do impacto global da crise de dívida.
Na zona do euro, os custos com horas trabalhistas subiram em 2,8 por cento no quarto trimestre comparado com o mesmo período do ano anterior, com aumento de 3,3 por cento na indústria, segundo a Eurostat, em um sinal de que a Europa luta para aumentar a produtividade e a competitividade.
As nações da zona do euro, com exceção da Alemanha, promoveram generosos aumentos salariais na última década durante o forte crescimento econômico que seguiu a introdução do euro, e isso está custando as margens de competitividade.
Os custos trabalhistas têm subido desde 2011 em cerca de 12 por cento na União Europeia como um todo e em quase 18 por cento na zona do euro, mostraram os dados da Eurostat.
(Reportagem de Robin Emmott)
Fonte: Agência Reuters

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

EUROPA RUMA PARA SEGUNDA RECESSÃO EM APENAS TRÊS ANOS




Correio do Brasil, com agências internacionais - de Londres

A economia da zona do euro está caminhando para sua segunda recessão em apenas três anos, enquanto a União Europeia ficará estagnada, afirmou o escritório da UE nesta quinta-feira, alertando que a região ainda precisa quebrar o ciclo vicioso de dívida. A produção econômica das 17 nações que compartilham o euro irá contrair 0,3% este ano, afirmou a Comissão Europeia em relatório, revertendo a previsão anterior que mostrava crescimento de 0,5% em 2012. A União Europeia, composta pelas 27 nações que geram um quinto da produção global, não registrará crescimento este ano, segundo expectativa da Comissão.

“A UE está pronta para enfrentar um PIB (Produto Interno Bruto) estagnado este ano, e a zona do euro irá sofrer uma pequena recessão”, afirmou a Comissão em seu relatório interino. “Retornos negativos se enrolam entre os fracos devedores soberanos, frágeis mercados financeiros, e uma desaceleração da economia real ainda não parece ter sido quebrada”, acrescentou.

A zona do euro esteve em recessão pela última vez em 2009 em decorrência da crise econômica global, com a economia se contraindo em 4,3 %, na maior retração mundial desde os anos 1930. Uma mistura venenosa de altas dívidas públicas, evaporando a confiança do investidor e dos negócios e aumentando o desemprego, interrompeu uma recuperação de dois anos da crise financeira global, dizem economistas. Apesar dos sinais de estabilização este ano, economistas consultados pela Reuters esperam que o crescimento retorne apenas em 2013.

A inflação para a zona do euro este deve ficar mais próxima do que o Banco Central Europeu (BCE) julgar ser o nível correto para preços estáveis e uma economia saudável: 2,1%, segundo projeção da Comissão. A previsão de crescimento para a zona do euro é ligeiramente mais otimista que a do Fundo Monetário Internacional (FMI), que acredita que a produção na região cairá 0,5 % este ano. Mas ambos concordam que o bloco só apresentará uma modesta recuperação nos últimos meses de 2012.

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