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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Suspensas execuções de multas milionárias arbitradas por juizado especial


Divulgação/STJ
Mmi. Ari Pargendler, suspendeu duas execuções contra o Banco Santander, que superam R$ 9,6 milhões.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, suspendeu duas execuções contra o Banco Santander, que superam R$ 9,6 milhões. As cobranças são relativas a multas por descumprimento de ordens judiciais (astreintes) no curso de ações de consumidores contra a instituição bancária, que tramitam no juizado especial do Maranhão. 

O banco ajuizou reclamações para questionar o limite da competência dos juizados especiais para executarem seus próprios julgados em quantia superior ao valor da alçada que lhe compete. A Lei 9.099/95, que disciplina os juizados especiais, prevê a competência apenas para processar causas cujo valor não exceda 40 vezes o salário mínimo. 

O Santander alega que a Lei dos Juizados Especiais impede que causas que ultrapassem o valor de alçada tramitem perante esses juizados, sendo, portanto, incompetentes para julgar a demanda. Quer, por isso, a anulação de todas as decisões proferidas e que se remetam os autos a uma das varas cíveis da capital maranhense. 

O banco sustenta, ainda, que a escolha do consumidor pelo juizado especial implica sua renúncia tácita aos valores que ultrapassarem os 40 salários mínimos. A limitação, afirma a defesa do Santander, embora não se refira a juros, correção monetária e honorários (fixados por critérios objetivos), abarcaria os valores atinentes à astreinte. Isso porque não se trata de um simples encargo inerente à condenação, mas de uma multa estimada segundo critérios subjetivos.

Ao conceder as liminares requeridas, Pargendler constatou que os valores executados excedem os limites da jurisdição dos juizados especiais. Nos dois casos, há mandados de segurança pendentes de análise no juizado especial. Para o presidente no STJ, o eventual levantamento das quantias prejudicará esses julgamentos. O processamento das reclamações no STJ se dará na Segunda Seção, conforme o que determina a Resolução 12/2009. 
Casos concretos 
Uma das ações teve início no 4º Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo da Comarca de São Luís (MA). A consumidora teve seu nome incluído em cadastro de proteção ao crédito por suposto inadimplemento em financiamento de veículo. Em 2008, o juizado especial condenou o banco ao pagamento de indenização por danos morais de R$ 4.150; determinou a retirada do nome da consumidora do cadastro de inadimplentes e obrigou o banco ao recebimento de parcela do financiamento do veículo, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. 

Na fase de cumprimento de sentença, o juiz entendeu que o terceiro ponto não havia sido cumprido pelo banco e aplicou a multa, que atualmente superaria os R$ 9 milhões. O Santander impetrou mandado de segurança contra a decisão, mas a Terceira Turma Recursal Cível e Criminal da Comarca de São Luis do Maranhão autorizou o levantamento do valor. Daí a reclamação ajuizada no STJ. O relator é o ministro Massami Uyeda. 

O outro caso tramita no 13º Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo de São Luis. No curso de uma ação movida em 2009 contra o Santander, o consumidor obteve sentença para que fosse determinada a exclusão do seu nome de qualquer cadastro de proteção ao crédito, sob pena de multa de R$ 1 mil diários. 

Alegando descumprimento da decisão, o consumidor ajuizou execução em novembro de 2011 no valor aproximado de R$ 677 mil. O juízo determinou a constrição do valor e o depósito em juízo. O banco entrou com embargos à execução, em que apresentou seguro garantia para substituir a penhora. 

Paralelamente, a defesa do Santander impetrou mandado de segurança, para que o Tribunal de Justiça do Maranhão se manifestasse sobre a incompetência dos juizados especiais para a apreciação da execução. Inicialmente, uma liminar foi deferida, mas o magistrado relator reconsiderou e mandou seguir o processamento do feito no juizado especial. 

No mesmo dia, o 13º Juizado Especial – onde tramitavam os embargos à execução – julgou improcedente a contestação e expediu o alvará para que o consumidor levantasse o valor depositado em juízo. Foi então que se seguiu a reclamação ao STJ. O relator do caso é o ministro Luis Felipe Salomão. 

Processos: 
Rcl 7608Rcl 7609
Fonte: Âmbito Judírico

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Entidades se mobilizam para manter Juizados Especiais nos bairros de São Luís


Entidades se mobilizam para manter Juizados Especiais nos bairros de São Luis
O desembargador Jamil Gedeon, presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), garantiu nesta quarta feira, 05/10, para um grupo de militantes de entidades populares que os Juizados Especiais de São Luís não mais serão transferidos para o Fórum do Calhau, apesar da decisão do pleno do Tribunal, ocorrido no último dia 1º de junho.


A informação foi confirmada, na mesma ocasião, pela juíza Francisca Galiza, coordenadora estadual dos juizados especiais no Maranhão. O encontro entre o desembargador, a juíza e os manifestantes se deu por volta das 9h30min na escadaria do Tribunal, onde representantes de várias organizações sociais realizavam uma panfletagem. O jornal "Vias de Fato" estava presente ao local e testemunhou o fato.


Jamil chegou ao Tribunal e recebeu em suas mãos um panfleto na escadaria que dá acesso ao prédio. Nele estava escrito: “Querem tirar os juizados dos nossos bairros!”. O texto, assinado por vinte diferentes entidades (veja a lista abaixo), diz que “nos 400 anos de São Luís, o Poder Judiciário do Maranhão quer dar um presente de grego para a população da cidade”. As entidades argumentam que “a concentração dos juizados no Calhau causará um grande problema social em São Luís, pois milhares de pessoas ficarão sem acesso a Justiça”.  


Na conversa com os manifestantes, o atual presidente do TJMA disse que os juizados permanecerão onde estão e sugeriu que eles lhe procurassem para uma audiência. A juíza Francisca Galiza chegou ao local praticamente no mesmo instante e também sugeriu uma audiência com os representantes das entidades, dando em seguida, seu telefone de contato. Logo após este encontro, a panfletagem foi suspensa. Um carro de som cedido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Luís (SINDMETAL), que estava indo para o TJMA, também foi desmobilizado.


Segundo Azul, morador do bairro do Maracanã e integrante da Associação dos Conselheiros e Conselheiras Tutelares do Maranhão, o grupo optou em subir até o gabinete do presidente do Tribunal para formalizar o pedido de audiência.  Simão Cirineu, ligado a Associação dos Moradores do Parque Vitória, explicou que o desembargador Jamil, “pediu que nós suspendêssemos a panfletagem naquele momento e buscássemos uma audiência com ele. Então, nesta ocasião, nós optamos em atender ao pedido dele”.


MOBILIZAÇÃO 


Hoje foi a eleição do novo presidente do TJMA, desembargador Antonio Guerreiro Junior, mas que só assumirá no final do ano. O dia para a panfletagem referente aos juizados foi escolhido por causa disso. “Estamos fazendo um trabalho de bairro em bairro, de comunidade em comunidade. Além da Praça Pedro II, em frente à sede do Tribunal de Justiça, a panfletagem está acontecendo simultaneamente em outros dez pontos da cidade, disse Altemar Moraes, do Comitê Padre Josimo. Segundo ele todas as reuniões de bairro seguirão acontecendo. Seguirá a mobilização e o debate sobre o assunto. “Nós só vamos parar quando o objetivo for realmente alcançado. Quando tiver o prego batido e a ponta virada”.   


Como a decisão de transferir os juizados para o Calhau foi tomada em uma reunião do pleno do Tribunal de Justiça, as entidades querem que, num novo pleno, haja uma nova decisão, mantendo os juizados onde eles estão. Segundo Paêta, da Associação Comunitária Itaqui Bacanga (ACIB), as entidades vão ouvir o Tribunal, mas, “para que haja tranqüilidade nas diferentes comunidades de São Luís, é importante que a manutenção dos juizados nos bairros seja formalizada pelo próprio Tribunal. Para nós isso é fundamental”.


AUDIÊNCIA PÚBLICA


Algumas entidades, a partir de um entendimento e da concordância de todas as outras organizações envolvidas neste processo, já fizeram inclusive uma representação junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tratando do problema. Uma primeira audiência pública para tratar do assunto também está marcada para o próximo dia 19 de outubro, na Assembléia Legislativa do Estado. As articulações seguem a todo vapor e o tema começou, aos poucos, a despertar o interesse da população de São Luís. Esta é uma campanha que começou a ser gestada e planejada há dois meses, por iniciativa do SINDJUS-MA.


Vejam, abaixo, as organizações sociais que começaram a se mobilizar e discutir os problemas relativos à anunciada transferência dos juizados: Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Sindicato dos Servidores da Justiça do Maranhão (SINDJUS), União Nacional por Moradia Popular, Jornal Vias de Fato, Associação dos Conselheiros e Conselheiras Tutelares do Maranhão (ACECTMA), Associação Comunitária Itaqui Bacanga (ACIB), Associação de Moradores do Conjunto Cidade Operária, Associação dos Moradores do Parque Vitória, Movimento Popular de Lutas Urbanas do João de Deus,  Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária e Popular Negro Cosme (Najup), Grupo Lutas Sócias Igualdade e Diferença (LIDA), Comitê Padre Josimo, Associação Metropolitana dos Agentes Comunitários de Saúde,  Pastoral da Juventude da Paróquia Nossa Senhora da Penha (Anjo da Guarda), Associação Comunitária Espaço de Vida (Bairro do João de Deus), União dos Moradores do Bairro de Fátima,  ONG Moradia e Cidadania,  União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado do Maranhão (FESEP) e União dos Moradores da Vila Sarney.    


Fonte: Assessoria de Comunicação do Sindjus e Jornal Vias de Fato

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