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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Menino de 8 anos acha tesouro nauseante na praia: vômito de baleia

Reprodução/Daily Echo
O menino, a rocha, a grana. Atire a primeira pedra quem nunca sonhou em topar com a sorte desse jeito
O menino, a rocha, a grana. Atire a primeira pedra 
quem nunca sonhou em topar com a sorte desse jeito



"Chamai-me Ismael" é o 1º parágrafo de Moby Dick, clássico da literatura e popular segurador de portas. O autor do livro, Herman Melville, não ganhou fama nem notoriedade com a obra quando ela foi publicada (1851). Quem sabe se ele tivesse chamado o Hugo?!
Talvez Melville estivesse nadando em dinheiro agora. Pelo menos, foi assim com um garoto no Reino Unido, segundo um jornal local. Charlie Naysmith, 8, passeava com os pais em uma praia ao sul do país, mas tinha uma pedra no meio do caminho. Recapitulemos: no meio do caminho tinha uma pedra™ (retuitado de Drummond de Andrade).
Quando esbarrou na rocha, o menino a guardou com ele, pensando se tratar apenas de uma pedra bacana. Acontece que a rocha, o pai do garoto descobriu perguntando à internet, era vômito de baleia endurecido.
Claro que é nojento, tchan!, mas vale uma pequena fortuna, coisa de até 40.000 libras esterlinas (quase R$ 130.000). A substância vale muito porque, após anos de praia e exposição ao sol, endurece e pode servir para prolongar o aroma de perfumes (isso está em algum lugar das trocentas páginas de Moby Dick, aliás.)
Segundo o jornal Daily Echo, quem revelou a história, o garoto ainda vai ver o que faz com a grana. A ideia inicial seria construir um abrigo para animais.
Moral da história, que não é de pescador, mas sim de peixe grande: cuidado com o que você chuta por aí, ou numa dessas sua sorte pode morrer na praia.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Reino Unido procura novas armas "não-letais" para reprimir protestos

Novos dispositivos prometem ser menos violentos, mas ainda causarão desconforto em manifestantes

Após lidar com uma onda de revolta que tomou os subúrbios de Londres e outras cidades britânicas em julho de 2011, o governo do Reino Unido procura atualmente novos meios para reprimir manifestações. A ideia é desenvolver armas "não-letais" menos agressivas que as atualmente utilizadas, como balas de borracha e bombas de efeito moral. No ano passado, a polícia inglesa foi criticada por organizações de direitos humanos pelo uso excessivo da força para reprimir os protestos.
As novas armas estão sendo desenvolvidas pelo Cast (Centro para a Ciência e Tecnologia Aplicada, na sigla em inglês) do Ministério do Interior do Reino Unido. O jornal britânico The Guardian teve acesso a documentos que revelam os novos incentivos para a fabricação de itens de segurança pública, que vão de armas sonoras a projéteis contendo substâncias mal cheirosas e irritantes.
Esse é o caso da Dips (Projétil Irritante de Discriminação, na sigla em inglês), uma bala que promete causar menos ferimentos que os projéteis de borracha, mas que não deixará de causar desconfortos aos manifestantes. No momento do impacto, a munição pode liberar uma carga de gás lacrimogêneo ou spray de pimenta.
Outra arma não-letal em desenvolvimento, é o “Skunk Oil”, um projétil que tem como recurso uma substância altamente mal cheirosa.
Efe

Em julho do ano passado, Londres viveu onda de protestos populares duramente reprimidos pela polícia
Os recentes protestos na Grécia contra a série de medidas de austeridade implementadas pelo governo de Lucas Papademos também serviram de inspiração ao “brainstorming” do Cast para conter revoltas populares. Como manifestantes gregos teriam atordoado policiais com canetas laser, a polícia britânica fala, no dossiê obtido pelo Guardian, da necessidade de desenvolver, no curto-prazo, alguma tecnologia anti-laser capaz de bloqueá-los.
Investimento
Os gastos em AEP’s (Projéteis de Atenuação de Energia, na sigla em inglês) parecem acompanhar o crescimento da quantidade de novidades que ingressam no setor. Entre 2010 e 2011, antes da eclosão dos protestos britânicos, a polícia de Leicestershire já dobrava seus gastos com esse tipo de armamento, atingindo a marca das 19 mil libras (pouco mais de 50 mil reais).
No sudoeste da Inglaterra, em Avon e Somerset, cidades menores que também enfrentaram revoltas em 2011, têm gasto valores ainda mais elevados. Desde o fim de 2009 já desembolsaram o equivalente a mais de 350 mil reais em um pacote de armamentos que inclui 28 lançadores de AEP’s e uma quantidade de munição “menos letal” 16 vezes maior que a de outros condados.

Fonte: Opera Mundi

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Novas revelações em escândalo agravam crise no governo de David Cameron





Marcelo Justo, Londres – Carta Maior

O "The Sunday Times", publicação do grupo Murdoch, que parece ter declarado guerra à coalizão conservadora-liberal democrata, revelou novas reuniões secretas do primeiro ministro David Cameron para obter financiamento partidário. O escândalo golpeou duramente o governo. Pesquisa mostra que a reputação de Cameron caiu ao seu nível mais baixo desde que se converteu em primeiro ministro. O artigo é de Marcelo Justo.

Londres - O escândalo das “doações em troca de acesso político” teve um novo capítulo com as revelações publicadas neste domingo pelo “The Sunday Times”. Como um jogador que mantém as cartas coladas ao corpo, a publicação dominical do grupo Murdoch, que parece ter declarado guerra à coalizão conservadora-liberal democrata, revelou novas reuniões secretas do primeiro ministro David Cameron para obter financiamento partidário.

Na segunda-feira passada Cameron publicou uma lista de 13 jantas que havia tido com doadores em uma tentativa de enterrar o escândalo causado pela investigação do “The Sunday Times” que filmou o então tesoureiro do Partido Conservador, Peter Cruddas, oferecendo acesso privilegiado ao primeiro ministro e a seu ministro de Finanças em troca de uma doação de 250 mil libras. Cameron assegurou que a lista continha todos os eventos com doadores dos quais participou desde a vitória eleitoral em maio de 2010. Mas neste segundo capítulo do escândalo, o jornal revela que houve outras jantas e que Cruddas, longe de ser um “jogador menor” como asseguravam altos dirigentes conservadores, havia participado da maioria dos eventos.

Segundo o periódico dos Murdoch, Cruddas garantiu uma doação de um milhão de libras duas semanas antes de renunciar ao seu cargo por causa do escândalo. Na gravação secreta, o hoje ex-tesoureiro dos conservadores não identifica o nome do doador. O “The Sunday Times” o identifica como Michael Bishop, ex-diretor da empresa aérea BMI, a quem Cruddas entregou um cartão de aniversário assinado pelo próprio Cameron. Bishop confirmou ao jornal seu encontro com Cruddas, mas disse que essa não era a cifra que havia doado.

O escândalo não se limita ao primeiro ministro e ao ministro de Finanças. Segundo o “The Sunday Times”, os doadores foram convidados a outras 15 jantas e almoços com ministros e altas figuras partidárias. Nestes encontros, pode-se fazer um “quem é quem” do Partido Conservador. Desde o ministro da Defesa, Phillip Hammond, até a ministra do Interior, Teresa May, e os titulares das pastas do Trabalho, Justiça e Educação, passando pela co-presidenta do Partido Conservador, a baronesa Warsi e importantes dirigentes, ninguém deixou de passar o chapéu para empresários e executivos do setor financeiro.

O chanceler William Hague foi o anfitrião de um evento privado com mais de 70 embaixadores estrangeiros, em outubro passado, financiado com uma doação de 10 mil libras de uma cliente de Sarah Southern, uma lobista que se encontra no centro do escândalo. Southern disse a dois repórteres do “The Sunday Times” que se fizeram passar por executivos de um fundo investidor em um paraíso fiscal que por essa soma eles seriam os “únicos participantes privados na janta”. Já Edward Staite, ex-chefe de imprensa do ministro de Finanças George Osborne, sugeriu a estes “executivos” que poderiam financiar uma Unidade de Política conservadora em temas que quisessem promover: Sarah Southern era a ponte entre Straite e os “executivos”.

O escândalo está golpeando duramente o Partido Conservador. Uma pesquisa publicada pelo “The Sunday Times” mostra que os trabalhistas têm uma vantagem de 9 pontos – 7 a mais do que há duas semanas – e que a reputação do primeiro ministro David Cameron caiu ao seu nível mais baixo desde que se converteu em primeiro ministro: hoje, somente 26% dos britânicos aprovam sua gestão. O escândalo se somou à polêmica do orçamento anunciada há dez dias que ficou conhecido como o “granny tax” (imposto da vovó), uma redução na renda dos aposentados para financiar um desconto tributário para os mais ricos.

As tentativas de escapar da “pior semana da coalizão” com alguma ofensiva que golpeie a oposição trabalhista converteu-se em espetaculares gols contra. Na terça-feira, o chefe de gabinete Francis Maude disse que os motoristas deviam abastecer-se com um galão adicional de gasolina pelo perigo que constituía a irresponsável ameaça de greve dos motoristas de caminhões-tanque.

Maude queria colocar o foco no vínculo econômico entre os caminhoneiros e o trabalhismo, mas sua advertência provocou o caos. Um estouro de motoristas desesperados gerou um perigo real de desabastecimento, algumas brigas a soco em postos de gasolina e uma mulher sofreu graves queimaduras quando transferia, em sua casa, gasolina de um galão a outro. Hoje muitos conservadores admitem que as palavras de Maude foram irresponsáveis e estão pedindo sua cabeça. O grupo Murdoch, que está entregando a fatura ao governo pela investigação que este ordenou o ano passado sobre as escutas telefônicas ilegais feitas por suas publicações, publicou com destaque no “The Sunday Times” “que os dias de Maude estão contados”.

Tradução: Katarina Peixoto


Fonte: Página Global

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Na “era da austeridade”, idosos britânicos são as primeiras vítimas dos cortes de gastos


Roberto Almeida
Dos 2 milhões de idosos britânicos, 800 mil estão "sozinhos, isolados e em risco"; visitas de assistentes sociais não duram mais de 15 minutos

Símbolo máximo do estado de bem-estar social do Reino Unido, o sistema de saúde britânico está em crise há pelo menos 10 anos. Sem perspectiva de aumento orçamentário acima da inflação para os próximos quatro, e com a população envelhecendo, os resultados da política de austeridade já estão batendo à porta dos idosos na ilha.
Um grupo de 60 especialistas ligado à área da saúde pública, entre eles representantes da renomada Associação Médica Britânica e da ONG AgeUK, enviou uma carta aberta à imprensa alertando o primeiro-ministro conservador David Cameron para uma bomba-relógio. Há, segundo os cálculos do grupo, 2 milhões de idosos no país. Destes, 800 mil estão "sozinhos, isolados e em risco", sem apoio de serviços públicos ou privados.
No Reino Unido, as autoridades locais (subprefeituras e prefeituras) têm obrigação legal de oferecer assistência a pessoas em idade avançada e com diferentes níveis de risco, mas o sistema tem privilegiado cada vez mais quem está em situações de necessidade extrema. Em contrapartida, quem antes tinha direito a auxílio em casos considerados menos graves agora não tem mais.
Elizabeth Feltoe, consultora de políticas sociais da AgeUK, lembra que o Estado britânico já foi mais "generoso". "Como as autoridades locais têm menos recursos, os serviços estão sendo encolhidos, com mais cortes desde o ano passado", afirmou ao Opera Mundi.
Por exemplo, as visitas de assistentes sociais às casas dos idosos, que vivem sozinhos, não passa de 15 minutos (leia mais abaixo). O máximo que os cuidadores conseguem fazer é esquentar comida e ajudá-los a trocar de roupas - gerando frustração tanto dos profissionais da área como dos idosos, que reclamam por serem "invisíveis" a quem deveria lhes dar atenção.
Segundo Elizabeth, cada subprefeitura e prefeitura tem autonomia para decidir o tamanho da fatia do orçamento dedicada à assistência social e ao cuidado com idosos. No entanto, em paralelo ao aperto nas contas, a decisão também acaba passando pela vontade política local. Como resultado, o Reino Unido tem hoje áreas em que o auxílio aos idosos é considerado satisfatório, enquanto em outros é problemático.
Roberto Almeida

"É uma loteria do código postal", conta Elizabeth, "em que dois idosos são vizinhos, mas podem receber assistência em níveis bastante diferentes."
O premiê David Cameron, que mantém a retórica da "era da austeridade" no Reino Unido, com previsão de mais cortes pelos próximos três anos, preparou uma nova diretriz para o setor, que ainda precisa de aprovação no Parlamento. As entidades esperam que o documento simplifique e torne clara a legislação de acesso à assistência social no país.
"É preciso que o sistema seja sustentável", afirma a consultora da AgeUK. "Se toda a legislação sobre o assunto está separada em diferentes artigos, fica difícil para as pessoas entenderem a que elas têm direito. Elas precisam de informação e aconselhamento, porque se não planejarem antes e precisarem de assistência para ontem, como no caso de um derrame, por exemplo, elas dificilmente vão conseguir o que precisam."
The Big Society e a terceira idade
Três vizinhos de uma artista aposentada, que será chamada de Sue nesta reportagem, se desesperaram no ano passado com a maneira que ela, já idosa e com Alzheimer, foi tratada pelo governo. O relato ao Opera Mundi foi feito sob condição de anonimato.
O caso ocorreu em Oxford, uma das cidades mais ricas do Reino Unido. Sue, com cerca de 80 anos, morava sozinha e sem apoio da família, que a abandonou. Acabou dependendo de seus vizinhos para sobreviver e de visitas esporádicas do serviço social.
As visitas das assistentes sociais, segundo relatos dos vizinhos, duravam apenas 10 minutos - o suficiente apenas para que Sue tomasse seus remédios. Ela já mostrava seus primeiros sinais de Alzheimer. Esquecia o nome das pessoas e colocava roupas de trás para frente e já não podia mais fazer suas próprias compras.
Sem o devido apoio do Estado, que aplica formulários de diagnóstico bastante criticados pela falta de detalhamento, Sue foi "empurrada" para o conceito-chave do governo conservador de Cameron: a chamada The Big Society, ou Grande Sociedade, uma construção da campanha eleitoral que convoca os britânicos a buscar o voluntariado para tapar os buracos deixados pela política de austeridade.
"O atendimento do governo não era nada satisfatório. As assistentes sociais, que faziam rodízio, apareciam sem hora marcada e algumas mal falavam inglês", contou uma das vizinhas, que riu ao ser perguntada se o conceito de Big Society funcionava. "O Estado terceiriza uma empresa, que paga salário mínimo para essas visitas apressadas. O sistema é inflexível e fragmentado. No final das contas, ninguém assume a responsabilidade quando alguma coisa dá errado e muito dinheiro é jogado fora."
Depois de dois anos vivendo em condições precárias, incapaz de cozinhar e dependendo da boa vontade dos vizinhos, Sue tropeçou e caiu ao sair de casa. Foi levada a um hospital e, em seguida, a um retiro do governo considerado pelos vizinhos "bastante impessoal". "Ela foi tratada injustamente, sem qualquer qualidade de vida", explicou uma das vizinhas. "No hospital e no retiro ela é ajudada corretamente, mas por que nada foi feito antes, quando ela ainda estava em casa?"
Os vizinhos fizeram uma reclamação formal ao governo pelo tratamento dado a Sue. Os serviços não foram grátis. Quando ela estava em casa, a idosa pagava 70 libras esterlinas por semana. Quando foi para o hospital, seu tratamento custou mil libras por semana. E agora, no retiro, ela paga 600 libras por mês, que saem de suas economias.
"Veja como não faz sentido. Se o atendimento em casa fosse feito como deveria, ela poderia ter passado mais tempo em casa e, certamente, não teria ido parar no hospital. O retiro era inevitável - mas poderia ter sido adiado. E bastante dinheiro poderia ter sido economizado", desabafou uma das vizinhas. Para ela, a Big Society de Cameron pode até funcionar. Só com ajuda do governo.


Fonte: Opera Mundi

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