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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

SÃO LUIS: LIVRARIAS FECHAM E HABIBS CHEGA

Reproduzo em nosso blog um pertinente artigo do jornalista, mestre em Educação e professor da UFMA, Ed Wilson Araújo, acerca de algumas das mais gritantes mazelas de nossa cidade. É pra ler e refletir!


Habibs inaugura a primeira loja, na avenida dos Africanos, na cidade sem parques ambientais

Uma livreira contou-me que certa vez o jornalista Paulo Francis veio a São Luís, cobrir a apresentação de uma peça no teatro Arthur Azevedo.

Empolgado com o epíteto de Atenas Brasileira concedido à capital do Maranhão, Francis alimentava grande expectativa com o cenário cultural da cidade, especialmente sobre as livrarias.

Famoso pela escrita e língua ferinas, ele resumiu assim o mercado editorial da cidade: “São Luís não tem livrarias. Tem papelarias que vendem livros.”

Paulo Francis morreu em1997. De lá para cá, muita coisa mudou. As papelarias cresceram e as livrarias encolheram. Várias foram extintas.

A lista é longa. Fecharam as portas a Espaço Aberto (do cantor e compositor Josias Sobrinho, na rua do Sol), ABC (rua de Nazaré), JC (rua do Sol), Ato de Ler (rua do Sol), Athenas (rua do Sol), Livroteca (rua da Mangueira), Infolivro (rua 13 de maio) e a Boa Tarde (localizada na Praia Grande, no beco Catarina Mina/rua Djalma Dutra), onde hoje funciona o ateliê do artista plástico Airton Marinho.

A Nobel, que teve lojas nos shoppings Colonial e São Luís, manteve apenas o ponto do shopping Monumental.

Uma das maiores perdas foi a livraria Athenas, do dedicado livreiro José Arteiro Muniz, que fechou duas lojas: uma na rua do Sol e outra no shopping Monumental. Arteiro resiste bravamente em um estande na UFMA, no Centro de Ciências Sociais (CCSo), sempre com boas obras.

Abriram recentemente a Leitura e a Resistência Cultural, respectivamente, no Shopping da Ilha e na avenida dos Holandeses. Instalaram-se também algumas editoras, na avenida Getulio Vargas, no bairro Apeadouro: FTD, Moderna, Contexto, Ática etc.

ESTUDANTES x LIVRARIAS

No Maranhão das coisas surreais, impressiona uma fatídica desproporcionalidade: quanto maior o número de faculdades e universidades, menor a quantidade de livrarias.

Mal terminam a graduação, os recém-formados já pensam na “pós”, numa cidade em que os diplomas se multiplicam enquanto as livrarias entram em falência.

É óbvio que a Internet e o comércio eletrônico explicam em parte o paradoxo, mas soa estranho que tenhamos tantos estudantes e poucos espaços para a comercialização de obras científicas, literárias e técnicas.

Em outubro de 2012, quando fez a noite de autógrafos do seu mais recente CD, “O disco do ano”, no sebo Poeme-se, o cantor e compositor Zeca Baleiro estranhou o fato de termos uma cidade cheia de poetas com tão poucas livrarias, esfaqueando no fígado a fama literária de São Luís.
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Mas Baleiro nem devia estranhar, porque na terra onde “até o céu mente”, como dizia o padre Antonio Vieira, qualquer pessoa influente ingressa na Academia Maranhense de Letras (AML), mesmo sem ter escrito nenhuma obra literária.

Diante do furacão que varreu as livrarias, os poucos sebos de São Luís vão sobrevivendo. Restam o Poeme-se, que vende obras novas e usadas; o Papiros do Egito, na rua 7 de Setembro; e o Sebo do Rui, na rua dos Prazeres.

HABEMOS HABIBS

16 anos depois da morte de Paulo Francis, São Luís está prestes a inaugurar a primeira franquia da rede fast food Habibs, na avenida dos Africanos.

A falência das livrarias e a inauguração do Habibs podem até parecer fatos banais e desconectados um do outro, mas no fundo refletem as profundas transformações que vêm ocorrendo em São Luis: a cidade cresce, mas não se desenvolve!

Sem saudosismos, o papo reto é o seguinte: todas as cidades passam por processos de transformação, hibridismos e heterogeneidades. Não tenho nada contra a mistura de coreanos com ludovicenses, nem objeções às franquias de alimentos.

O que assusta em São Luis é a eliminação dos locais que davam à cidade uma identidade literária e cultural, proclamada no batismo de “Atenas Brasileira” e materializada nas obras de renomados autores de expressão nacional.

PATRIMÔNIO DECADENTE
 
São Luís foi varrida por um “genocídio” cultural. O cine Praia Grande chega a passar uma semana inteira com um filme em cartaz sem receber sequer um pagante.

Raramente algum casal vai ao cinema do Centro Histórico aos fins de semana. E, quando sai da sessão, fica vulnerável no ambiente de insegurança e degradação que já começa no estacionamento da Praia Grande.

O bairro outrora boêmio, frequentado por trabalhadores, estudantes, intelectuais, artistas, bons malandros, estivadores e malucos beleza, está entregue às baratas e odor de urina, tornando-se o logradouro mais abandonado de São Luís.

Todas as cidades do mundo, principalmente aquelas agraciadas com títulos de patrimônio histórico, tendem a manter um equilíbrio entre a tradição e a modernidade.

O sebo e o tablet são duas formas distintas de encantar as pessoas. O analógico e o digital provocam sensações estéticas e utilidades práticas que dialogam na constituição da sociabilidade contemporânea.

Mas, infelizmente, São Luís parece caminhar no sentido contrário ao movimento de rotatividade do planeta.

ESTÉTICA PADRONIZADA

Na cidade onde a própria Companhia de Saneamento Ambiental (Caema) é a principal agente de poluição das praias, as livrarias fecham e as lojas de fast food proliferam.

Os saraus literários deram lugar ao espetáculo grotesco dos carros forrozeiros com suas potentes máquinas de som, tocando o dia inteiro as mesmas músicas dos “Aviões” e do “Safadão”.

Sem praças nem parques ambientais, as pessoas se encontram nos postos de gasolina para fazer competições de carros de som, onde ouvem sempre o mesmo forró.

Os forrozeiros são os novos literatos.

São Luís vive o ápice da estética do grotesco, padronizada em todos os bairros, até na área nobre! Nas calçadas da cidade, totalmente destruídas, enfiam-se tendas onde vendem sanduíches e churrasquinhos.

As tendas espalhadas na cidade vão disputar o mercado da comida rápida com o Habibs das esfirras de cinqüenta centavos. Quem vencerá essa guerra de gordura trans?

A cidade chegou a 1 milhão de habitantes, expandiu vertiginosamente os empreendimentos imobiliários, triplicou a frota de veículos (cerca de 300 mil) e todos os shoppings estão em fase de ampliação.

Porém, todos os dias assistimos à triste cena das pessoas jogando lixo pela janela dos carros (populares e de luxo) e dos ônibus também.

CRESCIMENTO NÃO É DESENVOLVIMENTO

No avesso desse inchaço, o transporte público é de péssima qualidade, as praias estão poluídas pelos esgotos dos condomínios, as principais praças estão destruídas e as sobras de áreas verdes agonizam sob os olhos gananciosos das empreiteiras.

Um cinturão de miséria se forma na periferia da ilha, gerando demanda por transporte, água, saneamento e serviços. Quem conhece os bairros afastados sabe do que eu estou falando!

São Luís cresce, mas não se desenvolve. São dois conceitos distintos. Desenvolvimento pressupõe qualidade de vida, transporte público de qualidade, espaços de lazer e encontro das pessoas, parques ambientais, praças, ciclovias, passeios públicos, livrarias, bibliotecas, escolas e hospitais decentes.

Esse é o conjunto de equipamentos urbanos que vai caracterizar o desenvolvimento pleno da cidade. Afinal, de que adianta a elite se isolar nos apartamentos de R$ 5 milhões na Península da Ponta d’Areia se o retorno do São Francisco lhe trava a mobilidade?

A GENTE NÃO QUER  SÓ COMIDA

Ninguém está totalmente a salvo da barbárie ludovicense. A cidade, dominada por carros de luxo e caminhonetes forrozeiras, trafegando nas ruas esburcadadas, com esgotos jorrando pra todo lado, é o cenário natural para aqueles filmes do oeste americano ou das cidades-eldorado, típicas da corrida do ouro, onde qualquer atoleiro improvisado vira um povoado.


Vivemos um estágio pré-político, sem lei nem ordem. Quem pretende mudar o Maranhão precisa ficar atento a isso. Ou dá um cavalo de pau rumo à civilização ou aprofunda de vez a barbárie.

A cidade cresceu em tamanho, tem prédios sofisticados e grandes franquias, mas encolheu na perspectiva educativa e cultural.

Queremos as esfirras do Habibs e os pastéis dos coreanos, mas não abrimos mão de pitomba, juçara, derresol, pirulito, cuzcuz ideal, quebra-queixo, suquinho, sorvete de casquinha, praias limpas, calçadas decentes, livrarias, sebos e praças bonitas para namorar ao por do sol.

Não é saudosismo, é dignidade para a nossa cidade!

por Ed Wilson Araújo

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A aventura virtual da escrita

Exposição digital organizada pela Biblioteca Nacional da França usa o rico acervo da instituição para conta a história da escrita
 


O surgimento da escrita, há mais de 5 mil anos, foi resultado do desenvolvimento do comércio e da urbanização em algumas partes do mundo. Em seguida, a necessidade de novas formas de comunicação deu origem aos primeiros livros. É isso que mostra a exposição virtual “A aventura do livro”, organizada pela Biblioteca Nacional da França utilizando vários itens de seu acervo.

A mostra pode ser acessada no site http://classes.bnf.fr/livre/. Ao visitá-la, o internauta descobre que a escrita surge simultaneamente na Mesopotâmia e no Egito no IV milênio a.C., e na América Central e no sul da Índia no II milênio a.C. Com o passar do tempo os sistemas se tornam cada vez mais complexos, como mostra o site por meio de vídeos.

A exposição apresenta diferentes tipos de escrita e suas descrições, além de indicar bibliografia complementar para pesquisa e disponibilizar várias ilustrações, tudo de forma didática e organizada.
 
Fonte: História Viva

quarta-feira, 30 de maio de 2012

FHC diz que país está sem plano de voo e critica rumos da economia



Fernando Henrique Cardoso faz uma análise do momento econômico e afirma que o Brasil está sem plano de voo para um rumo ao desenvolvimento. Um plano de voo, diz, é saber onde se quer chegar e unir a sociedade nesse sentido. Segundo ele, é preciso criar novas frentes de investimento, de inovação tecnológica e incentivar a poupança e não só o consumo, como está sendo feito. Para FHC, a falta de um plano de voo para o País é um dos motivos que afasta o jovem da política. Fernando Henrique diz que o jovem vê a política como manobra, interesse, não vê grandeza. Para reverter isso, ele afirma que é preciso inovar porque o jovem quer inovação rumo a uma sociedade decente e com mais igualdade. Sem criticar diretamente o atual governo, FHC diz que é preciso um plano de desenvolvimento para o Brasil e não apenas de crescimento.
Fonte: observadorpolitico.org.br

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Moçambique: Pobreza e analfabetismo impedem desenvolvimento de mulheres



AYAC -Lusa

Chimoio, Moçambique, 09 abr (Lusa) - O analfabetismo e a pobreza ainda impedem a mulher moçambicana de explorar e aproveitar os recursos naturais de que o país dispõe para geração da sua riqueza, considerou a governadora de Manica, centro de Moçambique.

Ana Comoana reiterou que a mulher precisa ser alfabetizada para melhor aproveitar o potencial da terra, rios e recursos minerais que a província, em particular, e o país, em geral, dispõem para que a mulher saia da pobreza.

"Reconhecemos que apesar de todos os esforços empreendidos e avanços alcançados até agora, os desafios são enormes: o analfabetismo e pobreza são obstáculos que nos impedem de avançar com a necessária celeridade", disse à Lusa Ana Comoana, apelando à mulher camponesa, a maioria no país, para apostar no ensino sem importar a idade.

Falando durante a celebração do dia da Mulher este fim de semana, que coincidiu com a comemoração do 41.º aniversário da criação da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), ala feminina da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, aquela governante desafiou a mulher a participar no ensino, sem deixar de lado os trabalhos da machamba (quinta), para abastecer o país.

"Nas sociedades em desenvolvimento, as economias são basicamente agrárias, não sendo Moçambique uma exceção, e por ironia do destino são as mulheres que constituem o grosso daquelas que trabalham na agricultura, pelo que apelamos a participarem no ensino, ainda que continuem a cuidar das famílias e a produzirem", disse Comoana.

Dados do Ministério de Educação indicam que os índices de analfabetismo são altos em mulheres em idade escolar no país. Atualmente, as estatísticas apontam que a taxa de analfabetismo entre as mulheres em Moçambique (52 por cento da população) ronda os 37,5 por cento.

Entretanto, o Governo, através dos serviços de educação, tem vindo a introduzir vários programas de alfabetismo e educação de adultos.

Outra iniciativa em curso é o programa "família sem analfabetismo", que ajuda idosos e outros membros de família impossibilitados de assistirem a aulas em centros, a poderem aprender em suas casas.

Fonte: Página Global

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