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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Será que Admirável mundo novo acertou sobre o futuro?


 Que me perdoe o leitor por me afastar tanto dos temas tradicionais da Filosofia da Mente. Ao ver minha sobrinha com  um livro de Aldous Huxley nas mãos, não pude resistir à tentação de escrever sobre esse autor. Penso que ele é o maior clássico da futurologia do século XX. Mas recomendá-lo para adolescentes pode ser um equívoco.
 Aldous Huxley é conhecido mundialmente pela sua novela Admirável mundo novo, publicada em 1932. Nela, ele descreve uma sociedade utópica na qual tudo é planejado e organizado. O Estado controla a vida de seus cidadãos com pleno consentimento. Nessa sociedade nada acontece, pois a história acabou. Tudo é previsível na vida de seus habitantes, desde seu nascimento até sua morte, que deveria ocorrer aos 60 anos. Há castas intransponíveis, mas todos são felizes. Não há inquietação social. A vida insípida e seus eventuais momentos de angústia ou de depressão são suprimidos com a ingestão do soma, um psicofármaco livremente distribuído para assegurar a euforia na medida necessária.
 A novela de Huxley ficou conhecida por retratar o paradoxo de uma utopia que se converte no seu oposto. Mas essa não é a única razão de sua fama internacional. O futuro distópico de Huxley foi profético e muitas das características dessa sociedade imaginária acabaram se concretizando nas últimas décadas.
 O mundo foi globalizado, padronizado e dividido entre dois ou três governos transnacionais que controlam as decisões planetárias. A individualidade e a vida privada foram devassadas pela internet. O controle químico da angústia, da ansiedade e do pânico é, atualmente, uma das prioridades das sociedades contemporâneas, pois uma premissa fundamental das sociedades pós-modernas é que todos têm o dever de sempre estar bem. A governança triunfou sobre a política e as palavras “direita” ou “esquerda” designam apenas a opção entre a dessubjetivização deliberada ou recoberta pela pseudoliberdade das democracias. Todos se tornam normais em relação a uma sociedade imensamente anormal.
 Mas poucas pessoas sabem que algumas décadas depois da publicação do Admirável mundo novo, Huxley publicou um novo livro, dessa vez na forma de ensaios, avaliando as previsões que fizera no início da década de 1930. Esse novo livro, ainda pouco conhecido, e que recebeu o título de Regresso ao admirável mundo novo, foi publicado em 1959.
 O primeiro tema abordado por Huxley nesse livro é a superpopulação. É um assunto do qual os homens públicos evitam falar, pois tem um custo político alto. A direita não quer ferir os dogmas religiosos e a esquerda prefere acreditar que a justiça distributiva é a panaceia que resolverá tudo.
 Huxley observa que no início da década de 1930 havia 2,8 bilhões de habitantes na Terra. Ele previa, corretamente, que no fim do século XX, a população estaria em 5,5 bilhões. Mas Huxley não sabia que chegaríamos à marca de 7 bilhões de pessoas.
 A superpopulação já se reflete na ameaça de escassez de alguns recursos naturais, nas crises de governabilidade como forma de governo, na sensação de instabilidade que gera o desejo de trocar a liberdade pela segurança, facilitando a instauração de estados totalitários. Muito antes da invenção da internet e das redes sociais, Huxley já falava da necessidade das distrações ininterruptas que fazem com que a vida cotidiana, para ser suportável, mergulhe em um mar de irrelevância.
 Para que uma sociedade superpovoada não entre em um processo de degradação irreversível é preciso convencer seus habitantes de que todos poderão, em um futuro próximo, ser alimentados, vestidos, alojados e educados. Tecnicamente, essas metas já foram alcançadas pelos países ricos, nos quais, ao contrário do que ocorre no resto do mundo, a população envelheceu e diminuiu. No entanto, a Europa enfrenta, hoje em dia, o terrorismo e hordas de refugiados das guerras e dos desastres climáticos que ameaçam suas conquistas sociais.

Escrevendo em 1959, no início da era pós-Sputnik, Huxley não pôde enxergar tão longe. Contudo, foi profético ao prever uma nova onda de populismo na América Latina depois do colapso do getulismo e do peronismo. O político populista tem de se apresentar como homem viril e, ao mesmo tempo, como pai amável e conversador. Se for uma mulher, deve mostrar que é uma guerreira, mas sem perder a ternura da mãe ou da avó. Seus discursos devem ser curtos, didáticos, evitar questões muito complexas, pois elas aborrecem os telespectadores. É preciso nunca perder de vista que um político deve ser comercializado como se ele (ou ela) fosse um sabonete ou um desodorante. Faz parte do marketing político um certo tom mentiroso, mas não um maquiavelismo que autoriza a mentir.
 A América Latina é um continente esquecido que não ameaça ninguém, pois é uma área desmilitarizada. Nisso, Huxley também acertou. Mas, ele mal poderia ter imaginado que um dia nos Estados Unidos, País no qual ele viveu a maior parte de sua vida, floresceria o populismo de direita. Parece que nos últimos anos as musas líderes do Norte e do Sul não conseguiram seguir a receita e tropeçaram, uma no mau humor e na linguagem truncada e outra em palmas e sorrisos visivelmente mecanizados.
 *João de Fernandes Teixeira é PhD pela University of Essex (Inglaterra) e se pós-doutorou com Daniel Dennett nos Estados Unidos. É professor titular na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

10 tecnologias que estarão disponíveis até 2025

wearables (Foto: Thinkstock)
Carros autônomos, casas conectadas, inteligência artificial, impressão 3D – tudo isso faz parte de uma imagem de futuro que se delineia no horizonte. Mas como chegaremos até ela? Um estudo elaborado pelo Global Agenda Council, ligado ao Fórum Econômico Mundial, pode ajudar a vislumbrar esse processo com mais clareza, mostrando quais dessas tendências têm mais chance de se concretizar – e quando.A equipe à frente do estudo levantou 21 tendências em tecnologia e as apresentou a mais de 800 pesquisadores e executivos do setor de tecnologia da informação e comunicação, perguntando a eles quando cada uma daquelas mudanças deveria se tornar realidade. Confira quais são as apostas.
10º LUGAR: 90% DA POPULAÇÃO ADULTA USARÁ SMARTPHONE
Data prevista: 2023
Singapura, Coreia do Sul e Emirados Árabes são os países que estão mais próximos dessa realidade – nesses locais, mais de 85% da população adulta já dispõe do aparelho. A tendência é forte, principalmente, nos países asiáticos, onde o uso do smartphone superou o do PC. Mas esse movimento já é observado até em países da África, como o Quênia, e deve acelerar à medida que o preço dos eletrônicos cair.
Importância: Maior participação econômica de pessoas que moram em áreas remotas ou menos desenvolvidas; maior acesso à informação, à participação cívica, à educação e a serviços de saúde e de instituições governamentais; desenvolvimento de novas habilidades e aumento da empregabilidade e expansão do mercado de e-commerce.
9º LUGAR: 5% DOS PRODUTOS DESTINADOS A CONSUMIDORES SERÃO FEITOS EM IMPRESSORAS 3D
Data prevista: 2025
A impressão 3D traz a oportunidade de que alguns produtos, hoje à venda em lojas, passem a ser produzidos sob demanda, em casa ou no escritório. Segundo o estudo, mais de 130 mil impressoras 3D foram vendidas em 2014, um aumento de 68% em relação a 2013. A maioria delas custou menos de US$ 10 mil e é adequada para uso em laboratórios, escolas e pequenos negócios. Esse crescimento também turbinou o mercado de produtos e serviços voltados para impressão 3D, que chegou a US$ 3,3 bilhões.
Importância: Criação de produtos voltados para nichos específicos, que ainda assim sejam economicamente viáveis; redução dos custos com logística, o que pode trazer ganhos significativos em consumo energético.
8 º LUGAR: PRIMEIRO CELULAR “IMPLANTÁVEL” SERÁ DISPONIBILIZADO COMERCIALMENTE
Data prevista: até 2023
Dispositivos poderão ser implantados para monitorar aspectos relativos à saúde (como o nível de glicose no sangue de um diabético), assim como comportamento, localização e comunicação do usuário. Um exemplo citado no estudo é o BrainGate, projeto da Brown University, que busca conectar o cérebro diretamente a computadores, a partir de um implante de eletrodos. A meta é fazer com que o computador decodifique sinais neurais em tempo real, permitindo que o usuário opere dispositivos externos a partir do pensamento.
Importância: Redução no número de crianças desaparecidas; melhor gerenciamento da saúde.
7 º LUGAR: PRIMEIRO GOVERNO A SUBSTITUIR O CENSO POR FONTES DE BIG DATA
Data prevista: 2023
Contamos com cada vez mais dados sobre cada comunidade e, também, mais ferramentas para compreender e gerenciar esse enorme volume de informações. Isso pode levar os governos a trocar os métodos tradicionais de levantamento de dados por programas automatizados – uma decisão que traria riscos e oportunidades significativos. Nesse cenário, o desenvolvimento de algoritmos e estratégias para obter dados confiáveis é vital.
Importância: Mais facilidade para tomar decisões em tempo real; oferta de serviços públicos mais eficientes; redução de gastos; novas possibilidades de trabalho.
6 º LUGAR: PRIMEIRO CARRO FEITO EM IMPRESSORA 3D ESTARÁ EM PRODUÇÃO
Data prevista: 2022
A impressão 3D ainda apresenta problemas em termos de velocidade, custos e tamanho. Mas a expectativa é que, com o passar do tempo, esses obstáculos sejam superados e a tecnologia se torne mais disseminada, levando à produção de itens extremamente complexos.
Importância: Maior rapidez no processo de desenvolvimento de produtos; praticidade na fabricação de peças; demanda crescente por designers de produtos; novas possibilidades de educação que usem o 3D como recurso didático; democratização da atividade criativa; nascimento de uma nova indústria, que produza material para impressoras 3D; oportunidades inéditas de produção no ambiente espacial.
5 º LUGAR: 10% DOS ÓCULOS DE LEITURA ESTARÃO CONECTADOS À INTERNET
Data prevista: 2023
O Google Glass é apenas o primeiro de uma série de possíveis equipamentos capazes de transformar nossa visão em uma interface virtual. A companhia MagicLeap, por exemplo, está desenvolvendo um dispositivo que permita sobrepor imagens digitais 3D a objetos do mundo real. O acesso direto a aplicativos e dados por meio dos olhos pode mudar radicalmente a forma como nós aprendemos, navegamos no ambiente virtual, gerenciamos informações e nos entretemos.
Importância: Auxílio de dispositivos visuais na realização de tarefas como cirurgias; novas oportunidades de interação para pessoas com deficiências físicas.
4 º LUGAR: SURGIMENTO DO PRIMEIRO FARMACÊUTICO ROBÔ NOS EUA
Data prevista: 2021
A robótica já está influenciando diferentes áreas produtivas, da indústria à agricultura. De acordo com a Federação Internacional de Robótica, existem hoje 1,1 milhão de robôs trabalhando, e as máquinas respondem por 80% do trabalho feito na construção de um carro, por exemplo.
Importância: Eficiência e economia na cadeia de suprimentos e logística; mais tempo de lazer para trabalhadores.
3 º LUGAR: UM TRILHÃO DE SENSORES ESTARÃO CONECTADOS À INTERNET
Data prevista: 2022
Os computadores vêm se tornando cada vez mais potentes e os custos com hardware, cada vez mais baixos, o que torna viável a ascensão da IoT, sigla em inglês para internet das coisas.  Sensores inteligentes já estão disponíveis no mercado a preços competitivos e especialistas acreditam que, no futuro, cada objeto poderá estar conectado a uma onipresente infraestrutura de comunicação.
Importância: Maior eficiência no uso dos recursos disponíveis; aumento na produtividade; redução de gastos com sistemas de entrega; incremento da segurança (em diversas áreas, do transporte aéreo à qualidade dos alimentos); maior eficiência logística; surgimento de novos negócios; uso de “digital twins” para monitoramento e controle de equipamentos; sistemas capazes de reagir de maneira autônoma a mudanças ambientais; e ampliação do conhecimento, graças aos dados coletados por objetos inteligentes.
2 º  LUGAR: 90% DAS PESSOAS TERÃO ACESSO A ARMAZENDAMENTO ILIMITADO DE DADOS
Data prevista: 2018
A capacidade de armazenamento já evoluiu tremendamente nos últimos anos, numa tendência liderada pelo Dropbox e pela Amazon. Ainda assim, o serviço, cuja gratuidade está associada à presença de anunciantes, torna-se cada vez mais necessário. Segundo o estudo, estima-se que a quantidade de informação gerada pelas empresas dobre a cada 1,2 anos.
Importância: Impacto positivo no mundo jurídico, assim como no meio acadêmico; maior eficiência em operações empresariais; extensão da memória pessoal.
1 º LUGAR: 1 EM CADA 10 PESSOAS USARÁ WEARABLES
Data prevista: 2022
Diversas iniciativas já buscam integrar o guarda-roupa ao mundo digital. Exemplo disso é o Apple Watch, que conta com muitas das funções disponíveis em um smartphone. Uma pesquisa conduzida pela Accenture mostrou que, embora apenas 12% dos consumidores planejassem comprar um smartwatch ao longo do ano; 41% deles estavam dispostos a adquirir o produto dentro de um período de cinco anos.
Importância: Melhor gerenciamento de aspectos relativos à saúde; mais dados para subsidiar tomadas de decisão; redução no número de crianças desaparecidas.
Fonte: Revista Galileu online

domingo, 17 de maio de 2015

FUTURO DO PRETÉRITO OU OS ANOS 2000 IMAGINADOS EM 1900

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O futuro do pretérito é um tempo verbal da Língua Portuguesa. Indica ações hipotéticas, incertas ou irreais. Em 1900, o futuro era incerto, mas com um leque aberto de novas possibilidades. Através de alguns postais daquela época, podemos perceber mais que o futuro, ou o que todos esperavam dele: vemos o tempo contemporâneo aos desenhos.
Para se entender a visão de futuro ilustrada nestes cartões postais, é preciso voltar ao passado. A passagem do século XVIII para o XIX se dá sob o signo mágico da Revolução Industrial. A relação das pessoas com a produção de bens se modificou. Se antes o artesão colhia a matéria-prima, desenvolvia o produto, comercializava e obtinha algum lucro, após a Revolução Industrial isso já não existia: todos passaram a ser consumidores. O trabalho passou de uma ferramenta para a sobrevivência física a uma ferramenta para a existência plena.
Dentro desse quadro histórico, temos duas mudanças que foram essenciais para que esses postais fossem desenhados imaginando um futuro tão majestoso: o aparato técnico surgido nessa época e a distinção entre o momento do trabalho e o do lazer. Para os contemporâneos de 1900, o ar seria um “território colonizado” e as distâncias se encurtariam.
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Uma das preocupações mais evidentes quando se examina esses postais diz respeito aos transportes. A grande maioria deles imaginava que no futuro todos teríamos a possibilidade de voar. Ajudados por máquinas diversas: balões que nos proporcionariam andar sobre a água, trens que carregariam as cidades de um lugar ao outro, veículos individuais de voo, um trem submarino, protótipos do que mais tarde seriam os patins, enfim, a possibilidade de uma locomoção facilitada era uma ideia que definitivamente encantava.
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A preocupação com a segurança aumentava junto com o aumento do poder de posse. Máquinas capazes de deter tempestades, uma espécie de redoma para proteger a cidade das intempéries, um aparelho de raios-X que facilitaria o trabalho da polícia e veículos de guerra eram algumas das inovações pensadas para aumentar a segurança.
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No campo do lazer, já se começava a pensar na indústria cultural de massa. Algumas ilustrações mostram o desejo de aliar o conforto da própria casa com o divertimento oferecido pela cidade: a possibilidade de ouvir as notícias do mundo através de uma espécie de gramofone, ouvir uma apresentação de ópera confortavelmente deitada no seu divã, e em alguns casos a hipótese de também ver essa apresentação.
A vida urbana aproximou as pessoas. Apesar de o capitalismo ser um regime que se baseia no individualismo, ele não teve força para lutar com o que é intrínseco ao ser humano: ser social. Tudo o que sempre se quis foi diminuir fronteiras, aproximar pessoas, lugares e coisas. O que será que diriam os nativos de 1900 das nossas redes sociais?
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Fonte:
© obvious: http://obviousmag.org/archives/2011/10/futuro_do_preterito_ou_os_anos_2000_imaginados_em_1900.html#ixzz3aRZL34zX 
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O Grande Irmão da Internet

O livro "O Círculo", de Dave Eggers, agora no Brasil, marca o fim de nossa relação ingênua com as redes sociais

Por Alexandre Mansur
Mae Holland é uma jovem americana ambiciosa, sociável e bonita. Consegue, por indicação de uma amiga, emprego na mais desejada empresa do mundo: o Círculo. Trata-se da corporação que controla a maior rede social do planeta, de mesmo nome. Uma mistura de GoogleApple,Facebook, Amazon e outros gigantes, o Círculo intermedeia as interações sociais, as compras on-line, os deslocamentos das pessoas e até as informações sobre saúde. Tudo isso de forma lúdica, fácil e moderna, pelo celular, pelo computador, pelos tablets e por outros aparelhos conectados. A sede do Círculo é um paraíso no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Prédios confortáveis espalhados por um campus arborizado, com vastos gramados e amenidades como quadras esportivas, transporte grátis, massagem, exercícios, festas permanentes. Lá, a qualquer momento, um congressista oferece uma palestra sobre tecnologia, um artista famoso dá um show, um grupo de funcionários organiza uma festa à fantasia, outro organiza uma votação por mais comida vegetariana nos restaurantes do campus. Tudo é grátis para os funcionários. Há até um hotel, de uso livre, para quem prefere nem voltar para casa após o expediente.

O Círculo (Foto: Época)


1984 (Foto: Alyne Tanin)
Gradualmente, esse maravilhoso mundo novo vai revelando uma outra faceta. O Círculo monitora a vida das pessoas, faz lobby político e até chantagem. Promove um novo estado de valores, onde tudo deve ser vigiado, nenhum aspecto da vida privada (de funcionários ou usuários) deve ser escondido. Pouco a pouco, a vida conectada feliz e próspera se transforma numa distopia contemporânea. Esse é o tema central do livro O Círculo, do jornalista americano Dave Eggers (Companhia das Letras, 528 páginas, R$ 54), lançado agora no Brasil. A obra foi lançada nos EUA no ano passado e virou uma referência no debate sobre os limites éticos das redes sociais. É uma das mais contundentes críticas ao risco de sacrificarmos uma parte importante de nossa liberdade e de nossa privacidade, em nome das facilidades oferecidas pelos serviços atuais da internet. A fantasia de Eggers faz referências evidentes ao pesadelo totalitário descrito pelo escritor inglês George Orwell no livro 1984. Publicado em 1949, à sombra da Segunda Guerra Mundial, Orwell descreve um estado policial em que os cidadãos são monitorados e influenciados por meio de TVs e câmeras onipresentes.
O universo apresentado em O Círculo foi visto por alguns críticos como exagerado. Em determinado momento, um namorado da personagem central, Mae, grava um vídeo com momentos íntimos entre os dois e divulga as cenas na internet. Constrangida e revoltada, Mae exige que o vídeo seja apagado da rede. Surpreendentemente, é convencida por um dos fundadores do Círculo de que não só o vídeo deve continuar disponível, como sua existência precisa ser louvada. Para ele, é um símbolo da transparência que ajudará a sociedade a se portar de forma mais íntegra. A partir do princípio segundo o qual quem não deve não teme, os fundadores do Círculo pregam que tudo o que acontece deve ser mostrado, que nenhum aspecto da vida deve escapar ao escrutínio público, em nome da correção e da segurança coletivas. Chegam a elaborar três slogans, semelhantes aos do Grande Irmão de 1984. “Segredos são mentiras” significa que quem esconde algo deve ter feito algo errado; “Compartilhar é cuidar” lembra que divulgar tudo sobre si é uma prova de amor e confiança; e, finalmente, “Privacidade é roubo” implica que divulgar dados íntimos (como de saúde) pode ajudar quem cuida de você a antecipar problemas futuros e a entender padrões globais, para cuidar com eficiência de sua vida e da coletividade. Portanto, privar o público desses dados é subtrair algo de todos. A inversão de valores de O Círculo pode soar absurda. Por exageradas que sejam, têm o poder, como uma lente de aumento, de revelar algo que passamos a aceitar facilmente com o crescimento das redes sociais.


Quanto o Círculo está distante do mundo de hoje? Empresas como Facebook (também dono do comunicador WhatsApp) e Google (também proprietário da rede YouTube) colhem dados  sobre seus bilhões de usuários e resistem a tirar do ar o que é publicado, mesmo quando a publicação é feita sem autorização ou conhecimento dos envolvidos. Encantados com as redes, muitas vezes burlamos a privacidade do próximo na melhor das intenções. Um amigo recém-descasado me confidenciou que deixou de ir a festas, por temer ser fotografado com a nova namorada. Alguém poderia subir as imagens – à revelia dele – no Facebook. Outra amiga tentou manter as primeiras semanas de gravidez só entre familiares íntimos. A mãe dela publicou todas as imagens da ultrassonografia no Facebook. Em muitos casos, pedir para alguém não publicar uma foto pode magoar. Tanto quanto confessar que não viu (nem comentou on-line) as fotos da incrível viagem de férias que o amigo pôs no Facebook ou no Instagram.



A tese dos fundadores dessas empresas é que os benefícios compensam o sacrifício da intimidade. Em entrevista ao jornal The New York Times, Larry Page, um dos fundadores do Google, diz que as pessoas têm reações negativas antes de ver os produtos e experimentar o que eles oferecem. “Isso aconteceu na saúde. A regulamentação deixou os dados tão trancados que não podem ser usados em benefício das pessoas”, diz Page. “Hoje, não temos um sistema de data mining (que vasculha todas as informações em busca de padrões e dados individuais relevantes) para analisar os dados de saúde pública. Se tivéssemos, poderíamos provavelmente salvar 100 mil vidas no próximo ano. Me preocupa muito que a imprensa e o governo tentem alimentar os medos e que acabemos incapazes de ajudar muita gente.” Em seu livro sobre o Facebook, Katherine Losse, uma das primeiras funcionárias da rede, descreve uma reunião em que o fundador, Mark Zuckerberg, afirma: “Estamos empurrando o mundo para virar um lugar mais aberto e transparente”.
 

AMBIENTE INFORMAL Funcionários nas sedes do Google (Foto: Donald Weber/VII/Corbis)
AMBIENTE INFORMAL Funcionários nas sedes do Google  (à esq.) e do Facebook (à dir.) na Califórnia. A vida nos campi das empresas de tecnologia inspirou o cenário do livro de Eggers (Foto: James S. Russell/Bloomberg via Getty Images)
Pode haver outra razão para tolerarmos tanto controle social e exposição de intimidades. Uma das teses fortes de O Círculo é apresentada na voz de um ex-namorado de Mae, crítico à euforia tecnológica. Ele compara a socialização fugaz da rede social às calorias vazias do fast-food. Diz o personagem: “As ferramentas que vocês criam na verdade confeccionam necessidades sociais antinaturais. Ninguém precisa do nível de contato que vocês buscam. Ele não nos dá nada. Não é saudável. É como fast-food. Você sabe como eles fabricam essa comida? Eles determinam cientificamente quanto sal e gordura precisam incluir para manter você comendo. Você não tem fome, não precisa de comida, aquilo não traz nada para você, mas você continua devorando aquelas calorias vazias. É isso que vocês empurram. Infinitas calorias vazias na forma de socialização digital. E vocês calibram as doses para que o negócio fique igualmente viciante”. Exagero? Em junho, o Facebook divulgou detalhes de uma experiência envolvendo 689 mil usuários. Eles foram induzidos a sentir tristeza ou alegria, a partir da seleção de conteúdos fornecidos como mais relevantes para leitura. A experiência gerou críticas de advogados, políticos e ativistas de direitos digitais. (Foto: Divulgação)

Pode haver outra razão para tolerarmos tanto controle social e exposição de intimidades. Uma das teses fortes de O Círculoé apresentada na voz de um ex-namorado de Mae, crítico à euforia tecnológica. Ele compara a socialização fugaz da rede social às calorias vazias do fast-food. Diz o personagem: “As ferramentas que vocês criam na verdade confeccionam necessidades sociais antinaturais. Ninguém precisa do nível de contato que vocês buscam. Ele não nos dá nada. Não é saudável. É como fast-food. Você sabe como eles fabricam essa comida? Eles determinam cientificamente quanto sal e gordura precisam incluir para manter você comendo. Você não tem fome, não precisa de comida, aquilo não traz nada para você, mas você continua devorando aquelas calorias vazias. É isso que vocês empurram. Infinitas calorias vazias na forma de socialização digital. E vocês calibram as doses para que o negócio fique igualmente viciante”. Exagero? Em junho, o Facebook divulgou detalhes de uma experiência envolvendo 689 mil usuários. Eles foram induzidos a sentir tristeza ou alegria, a partir da seleção de conteúdos fornecidos como mais relevantes para leitura. A experiência gerou críticas de advogados, políticos e ativistas de direitos digitais.
O livro de Eggers marca o fim da ingenuidade diante das redes sociais. Desde sua publicação nos EUA, surgiram iniciativas para regular de alguma forma a ação desses serviços. Não apenas lá. A Justiça europeia decidiu em maio que os cidadãos têm direito de solicitar que o Google apague o link para páginas com informações incômodas sobre seu passado. Outra ação foi contra o Secret, programa de celular que permite a qualquer um publicar e comentar a vida íntima de terceiros, sob o manto da anonimidade. Em agosto, a Justiça do Espírito Santo determinou que o Secret fosse retirado dos celulares brasileiros. Talvez nossa sociedade consiga domar as redes sociais, assim como o mundo ocidental escapou do totalitarismo. Que livros como O Círculo sirvam como alertas.
Fonte: Revista Época Online

sábado, 20 de abril de 2013

David Luiz será o futuro capitão do Chelsea, prevê Terry


David Luiz (foto AP)
Por Redação 

John Terry acredita que, a breve trecho, David Luiz será o capitão dos blues. 

O defesa-central de 32 anos revela ainda que o antigo jogador do Benfica só precisa de amadurecer, mas as qualidades para capitanear os blues são inatas... 

«David Luiz tem a personalidade de um líder, porque chama a responsabilidade para ele. Nos treinos ele também é assim: exige o máximo dele mesmo e dos restantes jogadores do plantel, o que é bom para o grupo. David Luiz ainda está aprender, ainda é muito jovem, mas será um grande, grande atleta», explicou o atual capitão do Chelsea, Terry, que ainda elogiou o checo Petr Cech, outro jogador do clube londrino que reúne todas as condições para capitanear os londrinos. 

David Luiz, 25 anos, chegou a Stamford Bridge em janeiro de 2011, numa operação que levou Roman Abramovich a depositar nos cofres do Benfica 25 milhões mais o passe do sérvio Matic.

Fonte: A Bola

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Memórias do amanhã

Temos a tendência de imaginar que o futuro será melhor. Estudo revela que ao nos lembrarmos do que pensamos no passado nos inclinamos a tomar melhores decisões
por Wray Herbert
©SEMISATCH/SHUTTERSTOCK

Um novo estudo publicado na edição de janeiro deste ano de Psychological Science pode explicar por que somos todos tão otimistas sobre os tempos que (acreditamos que) estão por vir. Uma equipe de psicólogos experimentais, liderados por Karl K. Szpunar, pesquisador da Universidade Harvard, criou um método para produzir simulações futuras, usadas para estudar as características e a permanência desses fenômenos mentais. Szpunar e seus colegas começaram registrando detalhes biográficos reais lembrados por universitários. Alguém poderia, por exemplo, contar aos pesquisadores sobre tomar uma cerveja com uma amiga no bairro onde mora, emprestar um livro ao primo ou comprar um aparelho de televisão durante a liquidação anual do shopping.

Uma semana depois, os pesquisadores reviram todas as pessoas, lugares, situações e objetos de passados recentes e remotos citados pelos voluntários e misturaram tudo. Apresentaram aos estudantes combinações aleatórias de suas lembranças e os instruíram a pensar em cenários imaginários futuros. Seria possível, por exemplo, a pessoa imaginar uma cena positiva na qual estivesse se divertindo com o primo no bar; um cenário negativo em que estivesse discutindo com o primo por causa de um livro, com a TV ligada ao fundo; e uma simulação neutra, na qual o voluntário estivesse comprando um livro no shopping.

Depois, os psicólogos testaram as lembranças dos voluntários sobre esses cenários futuros, fornecendo-lhes dois dos três detalhes digamos, o bar e o primo, e pediram que completassem o detalhe que faltava no caso, a televisão, para recriar a cena simulada. Foram aplicados testes em alguns dos estudantes dez minutos após eles terem imaginado futuras situações e avaliados outros participantes no dia seguinte. A proposta era descobrir se o conteúdo emocional dos futuros imaginados – positivo, negativo ou neutro – influía para que fossem mais ou menos fixados.

Os resultados foram intrigantes: após dez minutos, os voluntários conseguiam recordar todas as simulações igualmente bem. Um dia depois, porém, detalhes de cenários negativos eram muito mais difíceis de ser resgatados que os dos positivos ou neutros.

Essa descoberta é consistente com o que se sabe a respeito de lembranças negativas – tendem a desaparecer mais rapidamente que as positivas –, reforçando a ideia de que, de fato, prevalece a idealização do passado. Assim, as versões negativas do que está por vir desaparecem com o tempo, enquanto as positivas permanecem – deixando, no balanço, basicamente uma visão predominantemente rósea do amanhã. Esse processo pode acarretar ilusões, mas parece sinal de saúde psíquica. É importante lembrar, por exemplo, que pessoas que sofrem de depressão e outros transtornos de humor tendem não apenas a ruminar os acontecimentos negativos passados, mas também a antever cenários tristes. Adultos psicologicamente saudáveis costumam ser otimistas sobre o que o futuro lhes reserva. Talvez seja um processo adaptativo imaginar o pior, de vez em quando, para em seguida nos esforçarmos para driblar o que pode ser evitado – para, posteriormente, deixarmos fantasmas que não podem ser combatidos desaparecer aos poucos.

Fonte: Revista Mente e Cérebro
Wray Herbert é psicólogo e atualmente é diretor da Associação para Ciência Psicológica, nos Estados Unidos.           

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Experimentador do Futuro


Inteligência artificial é o de menos. Para um dos mais renomados estudiosos da relação homem-máquina, o computador do futuro será proativo, emocional e imprevisível. Enfim humanos?

por João Mello
Editora Globo
Horst não é a Mãe Dinah, mas vive adivinhando o futuro //Crédito: Daniel Pera/Divulgação
O futuro antes. Você já leu isso na Galileu, mas serve perfeitamente para definir o que o alemão Horst Haussecker faz da vida. Diretor de Experiências Tecnológicas do Intel Labs, braço de inovação da empresa do Vale do Silício, Horst trabalha com a vanguarda da tecnologia. Ele coordena um laboratório inteiramente dedicado a pesquisar e antecipar o que o futuro nos aguarda.
Em entrevista exclusiva ao site, Horst se mostra convicto que, cada vez mais, as máquinas se aproximarão dos humanos. Não por desenvolverem um raciocínio, mas sim personalidade e sentimentos. Confira abaixo os principais trechos da conversa:
É possível imaginar como as tecnologias serão daqui a 500 ou mil anos?
Horst Haussecker: Essa é uma escala de tempo muito distante. É difícil de prever, pois eu creio que estamos diante de uma curva exponencial, na qual o desenvolvimento é cada vez mais acelerado. Então, daqui a 500 anos, eu tenho certeza que teremos algo sensacional. Será mais parecido com mágica do que a tecnologia que temos hoje. Certamente será algo muito mais inteligente e que cuidará de várias tarefas cotidianas sem depender de ninguém.
É impossível dizer como será o computador do ano 2500?
Horst Haussecker: A tecnologia, em geral, é difícil de prever. Não sei se teremos carros voadores, mas em relação a computadores, eles continuarão a “desaparecer”, cada vez mais, para serem incorporados à objetos do dia-a-dia. Além de mais espertos, os computadores terão algo parecido com personalidade, algo que você possa interagir como se fosse um humano. Você já vê algo assim quando conversa com o Siri (software disponível para iPhone 4S que responde à perguntas do usuário). Parece um humano, pois ele escuta e também comete falhas – algo típico do homem. No futuro, você poderá conversar com as máquinas e elas poderão simplesmente antecipar nossas necessidades.
Atualmente as máquinas já pensam por elas mesmas?
Horst Haussecker: Bem, isso depende de como você enxerga o ato de pensar. Inteligência é compilar informação de várias fontes e formar um ponto de vista. Acho que chegaremos lá. Mas o que veremos também é que as máquinas desenvolverão uma personalidade. Quando pensamos em máquinas se tornando humanos, logo vem a imagem de um robô inteligente. É interessante pensar que eles terão sentimentos.
Uma máquina poderá sentir tristeza e felicidade?
Horst Haussecker: Ela poderá se comportar dessa maneira, mas não tenho certeza se sentirá as coisas do jeito que nós sentimos. Não podemos afirmar isso nem para os animais, certo? Não dá pra saber quando eles estão felizes ou tristes. O que irá acontecer é que o comportamento humano será observado nas máquinas, isso eu acho que veremos.
E como esse comportamento humano será observado, na prática, em uma máquina?
Horst Haussecker: A primeira coisa é que elas aprenderão a nos entender. Antes de ficarem emocionais, precisam compreender como nos sentimos, o que amamos, o que odiamos. É isso que nossa pesquisa quer explorar. O que nos faz humanos é o fato de sermos imprevisíveis, e adicionar um pouco de aleatoriedade para as máquinas é um caminho.
Como a relação entre homem e máquina mudou através dos anos?
Horst Haussecker: No passado, as máquinas estavam lá para completar tarefas, de maneira mais precisa que os humanos e evitando nosso cansaço. Na computação, a relação é parecida: nós solicitamos um comando, o computador vai lá e faz. Em um futuro breve, as máquinas vão agir de maneira proativa. A questão é: por que eu sempre tenho que dizer pra máquina tudo que eu vou fazer? Ele pode prever algumas tarefas. Os smartphones não são nem um pouco inteligentes. Quando eles aprenderem quem eu sou, com quem eu estou, passarão a ser proativos. Depois dessa fase, os aparelhos eletrônicos passarão a se comunicar entre si, a trocar informações entre si e descobrir e fornecer exatamente o que você precisa.
Meio assustador isso, não?
Horst Haussecker: Pode ser. Por isso devemos criar uma tecnologia que nos permita estar no controle. Controlar qual informação é passada para quem e, assim, proteger nossa privacidade.
Qual filme de ficção científica retratou melhor o futuro e qual fez a previsão mais bizarra?
Horst Haussecker: ( Risos) Essa é uma pergunta difícil, talvez eu demore pra responder... Espero que o Exterminador do Futuro esteja errado, e nós sabemos que está porque a data em que tudo aconteceria já passou e nós estamos vivos. Um que sempre me fascinou é Minority Report. As pessoas sempre falam da tela touchscreen, mas têm outras coisas. Não sei se você se lembra da cena em que Tom Cruise está em seu escritório, com a projeção tridimensional de um garoto perdido flutuando em sua frente. E ele interage com a imagem. Essa cena é muito poderosa pra mim.
Haverá um tempo em que a tecnologia tornará tudo, literalmente tudo, possível?
Horst Haussecker: (Risos) Essa pergunta é bem difícil. Tudo ficará cada vez mais mágico. Para mim, magia é algo bem desenhado e imprevisível, exatamente como os humanos. Creio que as tecnologias que estão surgindo estão na fronteira da magia.
Qual a melhor parte de tentar adivinhar o futuro?
Horst Haussecker: A melhor parte de tentar adivinhar o futuro é ter a chance de construí-lo. O melhor jeito de adivinhar é construindo, e é isso que estamos fazendo. É bem divertido. 

Fonte: Revista Galileu Online

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Futuros sistemas de rastreamento ocular lerão sua mente


Futuros sistemas de rastreamento ocular lerão sua mente
Crédito da foto: Getty Images
Os olhos são as janelas da alma, diz o velho ditado. E para as empresas que desenvolvem a tecnologia de rastreamento ocular, eles podem ser tornar verdadeiros voyeurs.
As câmeras frontais devem se tornar padrão em todos os dispositivos, e estarão equipadas não só para monitorar o que lemos na internet, mas também como lemos. Elas observarão quanto tempo você se demora em uma palavra ou imagem, como suas pupilas dilatam e quão rápido você pisca. Por quê? Porque todos esses detalhes fornecem uma grande quantidade de informações relevantes sobre seu cliente favorito: você. E isso significa muito dinheiro em receitas publicitárias.
“Será que nossos olhos permanecem por alguns segundos em um anúncio que, no final, decidimos não clicar? Como nossos olhos se movem à medida que percorrem o conteúdo de uma página? Existem certas palavras, frases ou tópicos que parecemos preferir ou evitar? Nofuturo, seremos apresentados a anúncios on-line baseados não apenas naquilo que compramos, mas também nos pensamentos refletidos pelo movimento de nossos olhos?”, questionou recentemente John Villasenor, do Slate.com.
É claro que os gurus da tecnologia moderna da Apple já solicitaram uma patente de interface gráfica em 3D para dispositivos eletrônicos pessoais, como o iPhone e o iPad. E a empresa europeia Senseye está se preparando para incluir um software de rastreamento ocular em seus smartphones no próximo ano.
A maioria dos computadores atuais e dispositivos eletrônicos pessoais não são suficientemente potentes para realizar os complexos cálculos exigidos pelo rastreamento ocular, mas é só uma questão de tempo.
Villasenor pôs uma pertinente “cereja do bolo” no final de seu post quando escreveu o seguinte:
“Hoje, quando lemos alguma coisa na internet, nossos pensamentos ainda são nossos. É melhor aproveitarmos enquanto podemos”.
Fonte:  Slate/Discovery Brasil

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