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quinta-feira, 7 de junho de 2012

AS RELAÇÕES COM A ESPANHA E A NOSSA FACE NO MUNDO






(JB)- A opinião nacional aprovou a decisão da presidente Dilma Roussef de mencionar, em seu discurso no Itamaraty, na saudação ao Rei Juan Carlos, as dificuldades dos brasileiros que chegam à Espanha, ou por ela transitam. O monarca não tinha como responder, se não como o fez, dizendo que os brasileiros são bem vistos naquele país. É provável que assim não pense exatamente o Rei, mas ele se encontra “en mission”.

Os paises soberanos têm todo o direito de negar a entrada de um ou outro estrangeiro em seu território, sem dar explicações, mas nenhum país do mundo, no exercício desse direito, deve permitir que seus agentes de fronteira tratem mal os recusados. Os documentos de viagem, ao identificá-los como cidadãos desse ou daquele país, recomendam que os seus direitos humanos sejam respeitados. Se se encontram na fronteira terrestre ou em algum porto, não há problemas maiores: basta que não transponham as barreiras imigratórias. Mas quando se encontram em aeroportos, como o de Barajas, em Madri, cabe às autoridades que lhes negarem a entrada deles cuidar com respeito, de forma a que possam esperar as providências de retorno com um mínimo de conforto.

Em respeito aos estados de que são cidadãos, devem ser alimentados regularmente e, se for o caso, receber assistência médica completa. Não é o que vem ocorrendo em Madri, e, com menor freqüência, em Lisboa. Nossoscompatriotas, em escolha aleatória pelos policiais, costumam ser repelidos como apátridas. Mais do que isso: como se não fossem seres humanos. Em alguns casos, diante do protesto natural dos atingidos, houve agressão física e moral. O relato de alguns dos brasileiros detidos em Madri é brutal. Para esses policiais, até prova em contrário, toda jovem brasileira que chegava aos aeroportos ibéricos era prostituta; todo rapaz, travesti ou traficante de drogas; todas as pessoas mais velhas, mendicantes dos serviços sociais europeus. Ainda em abril, 15 brasileiros foram deportados em um só dia, embora tivessem documentação em ordem.

Nunca foi da índole dos brasileiros receber mal os que aqui chegam. Somos país de imigrantes que aqui fizeram a sua pátria. Sendo assim, enquanto éramos ofendidos e humilhados no exterior, mantínhamos o mesmo respeito para com todos os que aqui chegavam. É certo que, embora raramente, alguns não eram admitidos, fosse por que não viessem munidos de vistos exigidos pelo princípio de reciprocidade, fosse por falta de outros papéis necessários. Mas não consta que fossem humilhados com palavrões, e tivessem seus pertences apreendidos, como ocorria – e ainda ocorre - em Madri, em Lisboa e no Porto.

As autoridades espanholas começam a anunciar procedimentos menos duros. Mas, para que isso ocorresse, foi necessário que exigíssemos dos espanhóis o cumprimento de regras semelhantes às requeridas aos brasileiros em suas fronteiras. Imediatamente os espanhóis buscaram entendimentos conosco. Seria melhor que assim não fosse; que não fôssemos obrigados a contrariar a nossa forma de ser, e passar a ter atitude rigorosa na exigência de reciprocidade, para que os espanhóis descessem de sua arrogância e se dispusessem a negociar.

Por mais queiram os globalizadores, que sonham com governos mundiais e o livre trânsito de mercadorias, mas não o de pessoas, as nações ainda vivem. E o cimento das nações é a solidariedade interna de seus povos. Quando atingem a face de um brasileiro no exterior, é a nação inteira que se sente esbofeteada. Sem atuar com a mesma grosseria com que nos tratam, temos o dever de defender o nosso brio, sempre e quando ele for atingido.

Fonte: maurosantayana.com

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Experimentador do Futuro


Inteligência artificial é o de menos. Para um dos mais renomados estudiosos da relação homem-máquina, o computador do futuro será proativo, emocional e imprevisível. Enfim humanos?

por João Mello
Editora Globo
Horst não é a Mãe Dinah, mas vive adivinhando o futuro //Crédito: Daniel Pera/Divulgação
O futuro antes. Você já leu isso na Galileu, mas serve perfeitamente para definir o que o alemão Horst Haussecker faz da vida. Diretor de Experiências Tecnológicas do Intel Labs, braço de inovação da empresa do Vale do Silício, Horst trabalha com a vanguarda da tecnologia. Ele coordena um laboratório inteiramente dedicado a pesquisar e antecipar o que o futuro nos aguarda.
Em entrevista exclusiva ao site, Horst se mostra convicto que, cada vez mais, as máquinas se aproximarão dos humanos. Não por desenvolverem um raciocínio, mas sim personalidade e sentimentos. Confira abaixo os principais trechos da conversa:
É possível imaginar como as tecnologias serão daqui a 500 ou mil anos?
Horst Haussecker: Essa é uma escala de tempo muito distante. É difícil de prever, pois eu creio que estamos diante de uma curva exponencial, na qual o desenvolvimento é cada vez mais acelerado. Então, daqui a 500 anos, eu tenho certeza que teremos algo sensacional. Será mais parecido com mágica do que a tecnologia que temos hoje. Certamente será algo muito mais inteligente e que cuidará de várias tarefas cotidianas sem depender de ninguém.
É impossível dizer como será o computador do ano 2500?
Horst Haussecker: A tecnologia, em geral, é difícil de prever. Não sei se teremos carros voadores, mas em relação a computadores, eles continuarão a “desaparecer”, cada vez mais, para serem incorporados à objetos do dia-a-dia. Além de mais espertos, os computadores terão algo parecido com personalidade, algo que você possa interagir como se fosse um humano. Você já vê algo assim quando conversa com o Siri (software disponível para iPhone 4S que responde à perguntas do usuário). Parece um humano, pois ele escuta e também comete falhas – algo típico do homem. No futuro, você poderá conversar com as máquinas e elas poderão simplesmente antecipar nossas necessidades.
Atualmente as máquinas já pensam por elas mesmas?
Horst Haussecker: Bem, isso depende de como você enxerga o ato de pensar. Inteligência é compilar informação de várias fontes e formar um ponto de vista. Acho que chegaremos lá. Mas o que veremos também é que as máquinas desenvolverão uma personalidade. Quando pensamos em máquinas se tornando humanos, logo vem a imagem de um robô inteligente. É interessante pensar que eles terão sentimentos.
Uma máquina poderá sentir tristeza e felicidade?
Horst Haussecker: Ela poderá se comportar dessa maneira, mas não tenho certeza se sentirá as coisas do jeito que nós sentimos. Não podemos afirmar isso nem para os animais, certo? Não dá pra saber quando eles estão felizes ou tristes. O que irá acontecer é que o comportamento humano será observado nas máquinas, isso eu acho que veremos.
E como esse comportamento humano será observado, na prática, em uma máquina?
Horst Haussecker: A primeira coisa é que elas aprenderão a nos entender. Antes de ficarem emocionais, precisam compreender como nos sentimos, o que amamos, o que odiamos. É isso que nossa pesquisa quer explorar. O que nos faz humanos é o fato de sermos imprevisíveis, e adicionar um pouco de aleatoriedade para as máquinas é um caminho.
Como a relação entre homem e máquina mudou através dos anos?
Horst Haussecker: No passado, as máquinas estavam lá para completar tarefas, de maneira mais precisa que os humanos e evitando nosso cansaço. Na computação, a relação é parecida: nós solicitamos um comando, o computador vai lá e faz. Em um futuro breve, as máquinas vão agir de maneira proativa. A questão é: por que eu sempre tenho que dizer pra máquina tudo que eu vou fazer? Ele pode prever algumas tarefas. Os smartphones não são nem um pouco inteligentes. Quando eles aprenderem quem eu sou, com quem eu estou, passarão a ser proativos. Depois dessa fase, os aparelhos eletrônicos passarão a se comunicar entre si, a trocar informações entre si e descobrir e fornecer exatamente o que você precisa.
Meio assustador isso, não?
Horst Haussecker: Pode ser. Por isso devemos criar uma tecnologia que nos permita estar no controle. Controlar qual informação é passada para quem e, assim, proteger nossa privacidade.
Qual filme de ficção científica retratou melhor o futuro e qual fez a previsão mais bizarra?
Horst Haussecker: ( Risos) Essa é uma pergunta difícil, talvez eu demore pra responder... Espero que o Exterminador do Futuro esteja errado, e nós sabemos que está porque a data em que tudo aconteceria já passou e nós estamos vivos. Um que sempre me fascinou é Minority Report. As pessoas sempre falam da tela touchscreen, mas têm outras coisas. Não sei se você se lembra da cena em que Tom Cruise está em seu escritório, com a projeção tridimensional de um garoto perdido flutuando em sua frente. E ele interage com a imagem. Essa cena é muito poderosa pra mim.
Haverá um tempo em que a tecnologia tornará tudo, literalmente tudo, possível?
Horst Haussecker: (Risos) Essa pergunta é bem difícil. Tudo ficará cada vez mais mágico. Para mim, magia é algo bem desenhado e imprevisível, exatamente como os humanos. Creio que as tecnologias que estão surgindo estão na fronteira da magia.
Qual a melhor parte de tentar adivinhar o futuro?
Horst Haussecker: A melhor parte de tentar adivinhar o futuro é ter a chance de construí-lo. O melhor jeito de adivinhar é construindo, e é isso que estamos fazendo. É bem divertido. 

Fonte: Revista Galileu Online

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