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domingo, 7 de maio de 2017

Como a evolução transformou os gatos em animais solitários

GatoDireito de imagemPIXABAY
Image captionPara os gatos, os benefícios da vida em grupo não compensam ter que dividir comida
Quão difícil pode ser domar um gato?
Pergunte a Daniel Mills, professor de Veterinária comportamental na Universidade de Lincoln (Reino Unido). Em um estudo recente, Mills e sua colega Alice Potter comprovaram de modo científico o que já se sabia na prática: gatos são mais autônomos e solitários do que os cachorros.
Apesar de envolver a já famosa reputação dos gatos, executar essa pesquisa foi mais difícil do que poderia parecer.
"Eles são complicados se você quer que façam algo de uma certa maneira", diz Mills. "Eles tendem a fazer o que querem."
Donos de gatos do mundo inteiro irão concordar. Mas por que exatamente os gatos são tão relutantes em cooperar, seja entre si ou com humanos? Ou, perguntando de outra forma, por que tantos outros animais - domésticos ou selvagens - têm espírito de equipe?
A vida em grupo é comum na natureza. Pássaros formam bandos e peixes, cardumes. Predadores frequentemente caçam juntos. Até mesmo o leão, parente do gato doméstico, vive em grupo.
Para as espécies que são caçadas por outras, obviamente há uma estratégia de maior segurança em um bando. "Chama-se efeito de diluição", diz o biólogo Craig Packer, da Universidade de Minnesota (EUA).
"Um predador só consegue matar um, e se há cem da mesma espécie isso reduz as chances de cada um deles ser pego para 1%. Mas se você estiver sozinho você será escolhido 100% das vezes."
ZebrasDireito de imagemALAMY
Image captionZebras atravessam rio em grupo na África
Animais em bando também se beneficiam do efeito "muitos olhos atentos": quanto maior o grupo, é mais provável que alguém perceba um predador se aproximando. "E quanto mais cedo você detectar o predador, mais tempo tem para iniciar a fuga", diz Jens Krause, da Universidade de Humboldt em Berlim, Alemanha.
Essa vigilância coletiva traz outras vantagens. Cada um pode gastar mais tempo e energia procurando por comida. E não se trata apenas de evitar predadores. Animais que socializam em grupos não precisam perambular em busca de companheiros, o que é um problema para espécies solitárias que vivem em territórios amplos.
Uma vez que se reproduzem, muitos animais que vivem em grupo adotam a máxima "é necessária uma aldeia inteira para criar uma criança", com os adultos trabalhando em equipe para proteger ou alimentar os mais novos.
Em várias espécies de pássaros, como a zaragateiro-árabe de Israel, os pequenos permanecem em grupos de familiares até que eles estejam prontos para procriar. Eles dançam em grupo, tomam banho juntos e até trocam presentes entre si.

Princípio 'Volta da França'

Viver em grupo também poupa energia. Os pássaros que migram juntos ou os peixes que vivem em cardumes se movimentam com mais eficiência do que os mais solitários.
É o mesmo princípio que os ciclistas da Volta da França utilizam quando formam um pelotão. "Os que estão mais atrás não precisam investir tanta energia para atingir a mesma velocidade de locomoção", diz Krause.
Como pinguins e morcegos podem atestar, a vida pode ser mais calorosa quando se vive cercado de amigos.
Pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri)Direito de imagemALAMY
Image captionOs pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri) se agrupam para suportar o frio
Com tantos benefícios, pode parecer surpreendente que qualquer animal rejeite seus companheiros. Mas, como os gatos domésticos demonstram, a vida em grupo não é para todos. Para alguns animais, os benefícios da coletividade não compensam ter que dividir comida.
"Chega a um ponto em que se alimentar com outros indivíduos com grande proximidade reduz a sua quantidade de alimento", diz John Fryxell, biólogo da Universidade de Guelph, no Canadá.
Um fator-chave para essa decisão é ter alimentação suficiente, o que depende de quanta comida cada animal precisa. E os gatos têm um gosto caro. Por exemplo, um leopardo come cerca de 23 kg de carne em poucos dias. Para gatos selvagens, a competição por alimentos é cruel, e por isso leopardos vivem e caçam sozinhos.
Há uma exceção à regra de felinos solitários: leões. Para eles, é uma questão territorial, diz Packer, que passou 50 anos de sua vida estudando os leões africanos. Alguns locais da savana têm emboscadas perfeitas para a caça, então controlar esse lugar resulta em uma vantagem significativa em termos de sobrevivência.
"Isso impõe sociabilidade porque você precisa de equipes para dominar seu bairro local e excluir outros times. Assim, o maior time vence", diz Packer.
O que torna essa vida em grupo possível é que a presa de um único leão - um gnu ou uma zebra - é grande o bastante para alimentar várias fêmeas de uma vez só. "O tamanho da caça permite que eles vivam em grupos mas é a geografia o que realmente os leva a viver em grupos", diz Packer.
Não é a mesma situação dos gatos domésticos, já que eles caçam animais pequenos. "Eles vão comê-lo inteiro", diz Packer. "Não há comida o suficiente para dividir."
Gatos e ratoDireito de imagemLIFE ON WHITE/ALAMY
Image captionGatos comem um rato inteiro por vez, sem possibilidade de dividir

Domesticação

Essa lógica econômica está tão integrada ao comportamento dos gatos que parece improvável que até mesmo a domesticação tenha alterado essa preferência fundamental por solidão.
Isso é duplamente verdade quando você leva em consideração o fato de que os humanos não domesticaram os gatos. Em vez disso, em seu próprio estilo, os gatos domesticaram a si mesmos.
Todos os gatos domésticos são descendentes dos gatos selvagens do Oriente Médio (Felis silvestris), o "gato-do-mato". Os humanos não coagiram esses gatos a deixar as florestas: eles mesmos se convidaram a entrar nos alojamentos de humanos, onde havia uma quantidade ilimitada de ratos ao seu dispor.
A invasão a essa festa de ratos foi o início de uma relação simbiótica. Os gatos adoraram a abundância de ratos nos alojamentos e depósitos e os humanos gostaram do controle grátis da infestação de ratos.
Os gatos domésticos não são completamente antissociais. Mas sua sociabilidade - em relação a outro humano ou entre eles - é determinada inteiramente por eles, em seus próprios termos.
"Eles mantêm um nível alto de independência e se aproximam de nós apenas quando querem", diz Dennis Turner, especialista em comportamento animal no Instituto de Etologia Aplicada e Psicologia Animal em Horgen, Suíça.
"Os gatos desenvolveram muitos mecanismos para se manter à parte, o que não os conduz para a vida em bando", diz Mills. Os gatos marcam seu território para evitar encontros constrangedores entre si. Se eles acidentalmente se toparem, os pêlos são levantados e as garras saltam para fora.
Gatos brigamDireito de imagemBLICKWINKEL/ALAMY
Image captionGatos domésticos têm uma tendência a brigar
Em determinadas circunstâncias pode parecer que os gatos domésticos adotaram a vida coletiva, como quando um grupo vive junto em um galpão. Mas não se engane. "Eles têm laços muito frouxos e não têm uma identidade real como grupo", diz Fryxell. "Eles só gostam de ter um lugar comum para deixar seus filhotes."
Aliás, mesmo diante de um grande perigo, quando eles se unem para se defender, é pouco provável que os gatos colaborem entre si. "Não é que algo que eles tipicamente façam quando se sentem ameaçados", diz Monique Udell, bióloga da Universidade de Oregon (EUA).
Os gatos simplesmente não acreditam na força de um grupo. Tudo isso ajuda a explicar por que os gatos têm a reputação de dominação impossível. Ainda assim, há evidências de que o desprezo dos gatos pela vida em grupo possa ser uma fraqueza.

Caixa-preta da menta felina

Um estudo publicado em 2014 no periódico científico Journal of Comparative Psychology investigou os traços de personalidade dos gatos domésticos. A conclusão foi que manter-se solitário e desinteressado torna os gatos neuróticos, impulsivos e resistentes a ordens.
Curiosamente, no entanto, os gatos domésticos parecem capazes de cooperar um pouco mais que seus parentes selvagens. Quando os pesquisadores compararam o gato doméstico a quatro selvagens - o gato selvagem escocês, o leopardo-nebuloso, o leopardo-da-neve e os leões africanos -, os gatos domésticos foram os que mais se aproximaram dos leões em termos de personalidade.
LeoasDireito de imagemAFRICA PHOTOBANK/ALAMY
Image captionLeoas vivem em grupo, diferentemente de outras espécie de felinos
É preciso dizer que os gatos domésticos trilharam um longo caminho a partir de seus ancestrais até aqui em termos de tolerar a companhia um do outro. Mesmo que gatos morando em galpões formem laços frouxos, eles ainda demonstram um nível impressionante de aceitação da presença do outro nesses espaços confinados.
Em Roma, cerca de 200 gatos vivem lado a lado no Coliseu, enquanto na ilha de Aoshima, no Japão, o número de gatos supera o de pessoas em uma proporção de seis para um. Essas colônias podem não ter tanta cooperação, mas estão bem avançadas em relação ao passado solitário dos gatos domésticos.
Enquanto isso, pode ser mais fácil para pesquisadores encontrar os gatos "no meio do caminho" ao realizar seus experimentos, fazendo certas concessões.
Quando Udell fez suas primeiras experiências com gatos, enfrentou uma série de dificuldades ao tentar motivar suas cobaias a participar de certa atividade. Ela já havia trabalhado com cachorros, que estariam dispostos a fazer qualquer coisa em troca de um petisco.
Os gatos, contudo, eram mais exigentes. Com o passar do tempo, Udell percebeu que teria mais sucesso se desse aos gatos a opção de escolher sua recompensa.
"Acho que parte do desafio é o quanto sabemos sobre os gatos", diz. Se os cientistas começarem a entrar na caixa-preta que é a mente felina, a domesticação à força pode ser substituída por uma coerção mais astuta.
"Muito do comportamento animal - incluindo uma afinidade ou resistência à domesticação - é profundamente ligado ao circuito neural. Portanto, parece pouco possível deixar para trás anos de seleção natural", diz Fryxell.
"Mas quem sabe? Obviamente, leões conseguiram essa proeza, então deve ser possível que mutações ocorram", diz ele. "E se eles conseguiram fazer isso, talvez domesticar gatos não seja uma ideia tão maluca, afinal de contas."
Fonte: Site da BBC Brasil

domingo, 5 de março de 2017

TROCO TESES POR LIKES


 (Foto: Helena Sbeghen)
Ninguém pode ler tudo.” A primeira frase do Manifesto da Altmetria, publicado em 2010, foi inspirada em uma pesquisa divulgada na Universidade de Ottawa, no Canadá, que estimou a produção científica desenvolvida em todo o mundo. De acordo com o estudo, mais de 50 milhões de artigos foram publicados entre 1665, quando surgiu a primeira revista especializada, na França, e 2009, ano de publicação do trabalho. A pesquisa também afirma que mais de 2,5 milhões de trabalhos científicos são publicados a cada ano em revistas especializadas, quase tudo disponível online. Definitivamente, ninguém pode ler tudo.
Organizado por pesquisadores de diferentes instituições norte-americanas, o Manifesto de 2010 apresenta a altmetria (em inglês, altmetrics), que propõe avaliar a repercussão de pesquisas científicas com base nas interações nas redes sociais. Afinal, se a dinâmica de compartilhamento do conhecimento mudou, por que a principal forma de avaliar a repercussão de uma pesquisa continuaria restrita às citações recebidas em outros artigos?
CURTA E COMPARTILHE
“Enquanto as citações levam cerca de dois anos para aparecer, os dados de altmetria proporcionam um retorno imediato do impacto da pesquisa em fontes não tradicionais, como redes sociais e jornais”, afirma o biólogo britânico Mark Hahnel, fundador e CEO do Figshare, um repositório aberto de artigos científicos.
A plataforma desenvolvida por Hahnel exibe informações como o número de downloads e visualizações, além do selo com a avaliação de altmetria desenvolvida pela Altmetric, empresa inglesa que atribui uma pontuação diferente para cada tipo de interação ocorrida com o artigo online. O cálculo dessa pontuação é desenvolvido por um algoritmo, que calcula a relevância de cada ação: uma notícia citando o artigo em um jornal de grande alcance vale mais do que o compartilhamento em uma rede social para poucas pessoas, por exemplo.
Andréa Gonçalves do Nascimento, bibliotecária que pesquisou a altmetria para seu mestrado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, destaca que as métricas alternativas colaboram para despertar o diálogo entre o cientista e o público leigo. “O cientista acompanhará a repercussão e entrará em contato com as pessoas que se interessaram pelo estudo”, diz, ressaltando que os métodos formais de divulgação não permitem essa interação entre os cientistas e seus leitores.
#PESQUISATOP
Além de estimular a interação entre os pesquisadores e o público, métodos alternativos de divulgação permitem que mais pessoas tenham acesso a pesquisas de ponta, já que, atualmente, a maior parte dos periódicos científicos não são gratuitos. A utilização de novas métricas para calcular o impacto das pesquisas também beneficia países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, uma vez que as revistas consideradas mais relevantes reservam a maior parte de suas páginas para publicar pesquisas produzidas em países ricos.
“Mas esses dados adicionais devem beneficiar de verdade os cientistas e suas instituições, trazendo informações novas e relevantes e não somente dizendo a mesma coisa que as métricas tradicionais já dizem”, afirma William Gunn, diretor de comunicação acadêmica da Elsevier, maior editora científica do mundo.
Rita de Cássia Barradas Barata, diretora de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ressalta que as métricas alternativas são particularmente úteis para saber o impacto de pesquisas que não têm aplicação tão rápida nem geram patentes. “Quanto da pesquisa que é financiada por recursos públicos é de fato relevante para solucionar problemas da sociedade? A altmetria pode ajudar a tornar isso mais claro”, afirma. Mas a diretora da Capes, uma das mais importantes instituições de financiamento de pesquisa do país, alerta para a necessidade de as métricas contarem com critérios rigorosos. “É mais fácil divulgar em redes sociais, mas é difícil saber se esses números são espontâneos ou manipulados.”
Abel Packer, diretor da biblioteca digital brasileira SciELO, considera que a altmetria não substituirá o método tradicional das citações, mas complementará o trabalho de divulgação. “Existe uma correlação entre ser popular nas redes sociais e receber mais citações no futuro.”
Para que os órgãos de incentivo à pesquisa considerem a altmetria um método seguro para identificar trabalhos relevantes, a comunidade científica precisará trocar curtidas, compartilhamentos e comentários com textões. De acordo com Packer, a partir de 2018 será obrigatória a participação em redes sociais das mais de 400 revistas científicas que fazem parte do acervo da SciELO. “A comunicação está na essência da pesquisa científica. O trabalho que não surge para ser comunicado não tem sentido.”
Os números não mentem
A empresa inglesa Altmetric desenvolveu um algoritmo que calcula a relevância dos artigos científicos citados nas redes sociais e nos jornais
17 milhões é o número de menções nas redes sociais recebidas pelos 2,7 milhões de artigos científicos rastreados pela Altmetric
Artigo mais popular de 2016
315 notícias / 8.943 tweets foi escrito pelo ex-presidente Barack Obama, e falava sobre o sistema norte-americano de sáude
O 3º Artigo mais popular de 2016
4.484 tweets / 125 notícias tem contribuição de brasileiros: pesquisadores da Unesp e do Inpe participaram de um trabalho sobre ondas gravitacionais.
Fonte: Revista Galileu versão Online 
link: http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2017/02/troco-teses-por-likes.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post

domingo, 7 de abril de 2013

Raio laser pode ser arma contra o vício em cocaína


Agência americana realizou experimentos bem sucedidos em ratos de laboratório – até o final de 2013 método será testado em cobaias humanas

por Redação Galileu
Editora Globo
Apesar de ainda faltarem muitos testes para alguém cravar que realmente funciona, descoberta deixou pesquisadores otimistas //Crédito: ShutterStock
Combater o vício de uma droga química é um dos maiores desafios da sociedade moderna. São muitos os meandros do labirinto sinistro do vício: fatores biológicos, sociais, psicológicos, emocionais. Mas pode ser outro fator, o cerebral, a chave para solucionar esse problema. Pelo menos em ratos, basta direcionar lasers para o lugar certo da cabeça deles e a vontade de usar cocaína some.
Viciados em cocaína costumam ter uma baixa atividade no córtex cingulado anterior, chamado de córtex pré límbico nos ratos. A ideia central da pesquisa realizada pelo National Institute on Drug Abuse, do governo dos EUA, é estimular essa região para ver se a necessidade de consumir a droga é combatida.
Cientistas treinaram um grupo de ratos para pressionar alavancas que disponibilizavam cocaína. Através de fibras óticas implantadas nos cérebros dos roedores, um laser de baixa intensidade era disparado em seus cérebros – e isso resultou em ratinhos que simplesmente não saíam em busca da droga. Sempre que os pesquisadores desativavam essa mesma região do cérebro em ratinhos não viciados, eles passavam a demonstrar interesse pela substância.
A chave do sucesso desse tratamento, se é que esse método pode ser chamado de tratamento, não é a luz, mas a estimulação energética. Dessa forma, quando chegar a hora do experimento ser conduzido em homens, a ideia é que imãs, e não fibras óticas, sejam colocadas na cabeça das pessoas.
Apesar de bem sucedido, os testes com laser só provaram uma coisa: quando eles são disparados, a vontade de usar cocaína vai embora. Mas ainda não se sabe por quanto tempo e nem se o vício é de fato eliminado. Até o final do ano o experimento será testado em humanos, fato que está sendo comemorado pelos cientistas - de acordo com o pesquisador que comandou os estudos, Antonello Bonci, normalmente se leva 15 anos entre descobrir algo e testar a descoberta em humanos.
Via Live Science 
Fonte: Revista Galileu

terça-feira, 5 de março de 2013

Pesquisas já registram 24 casos de 'cura funcional' de HIV


O relato sobre o controle do HIV por longo prazo feito pelos médicos americanos é o primeiro caso em uma criança mas já é o terceiro trabalho a sugerir que estratégias mais agressivas no uso dos antirretrovirais podem tomar lugar de destaque no combate à infecção.
De dois anos para cá, a busca da erradicação da doença tem sido não só uma meta de estudos com vacinas, mas também daqueles com drogas terapêuticas.
"Alguns anos atrás, as pessoas estavam entusiasmadas com o que ocorria na pesquisa da vacina e acreditavam que ela estivesse ao alcance, mas as falhas em testes nos colocaram diante de uma perspectiva mais realista", diz Daria Hazuda, chefe de pesquisa em doenças infecciosas do laboratório MSD e participante do congresso nos EUA onde a "cura funcional" do bebê foi anunciada.
Hazuda trabalhou, no ano passado, em um teste clínico que conseguiu despertar as reservas de HIV que ficavam escondidas no corpo de pacientes após o tratamento e que impediam uma limpeza definitiva da infecção.
Uma vez "acordado", o HIV latente pode ser localizado pelas drogas dentro do organismo e, depois, aniquilado. No teste, feito em colaboração com a Universidade da Carolina do Norte, oito pacientes podem ter sido "curados" da infecção, apesar de um tempo maior de observação ser necessário para confirmar a descoberta.
O Instituto Pasteur, da França, também anunciou, no ano passado, ter identificado 14 soropositivos que estão sem sinais do HIV há sete anos, apesar de terem parado de tomar os medicamentos. Conhecido como "coorte Visconti", esse grupo havia passado por três anos de terapia antirretroviral intensa antes de cessar o tratamento, monitorado por médicos.
Juntos de Timothy Brown, conhecido como o "paciente de Berlim", e a criança, os relatos de "cura funcional" agora já somam 24 pacientes.
Brown, porém, foi submetido a um processo singular. Ele tinha leucemia e passou por um transplante de medula. O doador tinha uma mutação que o tornava imune à infecção. O tratamento foi realizado em 2007, e começou-se a falar em "cura" em 2010.
"Agora já temos múltiplos exemplos de como o controle da infecção pode ocorrer", diz Hazuda.

Fonte: Folha de São Paulo Equilíbrio e Saúde

domingo, 30 de dezembro de 2012

DILÚVIO REVISITADO

O Livro do Gênesis da Bíblia descreve como Deus enviou o dilúvio para punir os homens por seus pecados. Avisado com antecedência, Noé – o único homem justo do mundo, em sua geração – construiu uma arca gigante para sua família e para um casal de cada espécie animal da Terra. Depois de 40 dias e 40 noites de chuvas, todos se salvaram e o planeta foi repovoado. Alguns cientistas pensam que realmente houve uma grande inundação no Mar Negro há milhares de anos, que poderia ter arrastado a arca de Noé para o topo do Monte Ararat, o mais alto da Turquia, onde se encontrariam vestígios do barco. As evidências científicas mostram, no entanto, que as águas nunca estiveram mais do que 20 metros abaixo do nível atual do Mar Mediterrâneo e que a maior enchente ocorreu pouco após a Idade do Gelo, milhares de anos antes do surgimento dos primeiros povoados e fazendas na região.

Duas hipóteses geológicas sugerem inundações na bacia do Mar Negro, ambas situando o evento numa época em que o mar era um lago sem comunicação com o Mediterrâneo. A primeira, elaborada pelo geógrafo russo Andrei L. Chepalyga, em 2007, localiza a enchente pouco depois da Idade do Gelo, entre 17 mil e 14 mil anos atrás, sem qualquer relação com a história bíblica. De acordo com Chepalyga, o salobro Mar Negro encheu-se rapidamente com o transbordamento do Mar Cáspio através do Vertedouro Manych – canal entre os dois corpos d’água –, logo depois do chamado Último Máximo Glacial (avanço das calotas polares), quando a cobertura de gelo estava derretendo rapidamente.

A segunda hipótese, ou “Dilúvio de Noé”, foi proposta pelo geólogo americano William Ryan e outros pesquisadores, em 2003. Eles afirmam que o clima se tornou mais seco logo depois do período de clima frio entre 12,7 mil e 11,5 mil anos atrás, conhecido como Dryas Recente. A evaporação resultante fez o Mar Negro baixar para 95 metros abaixo do nível atual. À medida que o clima aqueceu e a capa de gelo se derreteu na Europa, o nível do mar subiu no Mediterrâneo, causando um catastrófico fluxo de água salgada para o Mar Negro, 8,4 mil anos atrás.

O dilúvio segundo a concepção do artista francês Gustave Doré (1832-1883), ilustrador de várias edições da Bíblia.  
Concepção do dilúvio por Gustave Doré

Uma inundação de gigantescas proporções, como o dilúvio, deveria deixar um registro disso no Mar Negro. Um projeto do Programa Internacional de Geociências (IGCP, na sigla em inglês), iniciativa da União Internacional das Ciências Geológicas e da Unesco, procurou vestígios da ocorrência em sedimentos do fundo do mar, em fósseis, no relevo e pistas arqueológicas. A pesquisa fez parte de um projeto conjunto envolvendo o IGCP e a União Internacional para Pesquisa do Quaternário, que abordou a mudança do nível do mar e as estratégias adaptativas humanas no Corredor Cáspio-Negro-Mediterrâneo. Eles obtiveram algumas respostas, mas levantaram outras perguntas.

Quanto o Mar Negro baixou?

Ryan e sua equipe afirmam que as condições climáticas secas fizeram a água do Mar Negro evaporar e atingir 95 metros abaixo do nível atual. Mas sabemos, a partir de registros de pólen, que a plataforma exposta e as costas imediatamente adjacentes estavam cobertas por árvores de florestas que necessitam de umidade, tais como carvalho, tília, faia e olmo, juntamente com samambaias de sombra, plantas aquáticas e de pântano. Essas espécies vegetais indicam invernos cálidos e precipitação anual entre 600 mm e mil mm.
A última vez que o nível da Bacia do Mar Negro caiu para 95 metros abaixo do atual foi durante o Último Máximo Glacial. No início do período Holoceno, há 10 mil anos, o Mar Negro, então um lago, gradualmente passou de 40 metros para 20 metros abaixo do nível atual, em virtude da entrada de água originária do Mediterrâneo. Esse aumento relativamente insignificante poderia causar enchentes catastróficas?

O Mar Negro era um lago de água doce?
 
Se o Mar Negro continha água doce imprópria para consumo, como Ryan e equipe propõem, por que todos os fósseis descobertos nos sedimentos do lago pertencem a organismos que prosperaram em água salobra? Se a água do lago era potável, por que as pessoas escolheram instalar-se nos vales de pequenos rios, como inúmeros sítios arqueológicos sugerem? Não faz sentido.

Os assentamentos pré-históricos foram submersos pelo dilúvio?
 
Ryan e equipe alegam que, antes do dilúvio, as pessoas não habitavam somente a costa do Mar Negro, mas também parte do seu fundo (denominada plataforma), que era terra seca na época. Apesar de décadas de busca por habitações pré-históricas submersas na plataforma anteriormente exposta, nada se achou abaixo de dez metros de profundidade.

Havia agricultura na região do Mar Negro naquela época?
 
Havia na vizinhança. Os registros de pólen não revelam evidências de produção de grãos no Mar Negro antes de 5.718 anos atrás. Os traços encontrados na plataforma de partículas de carvão originárias de pastagens queimadas, e de esporos de fungos crescidos em esterco animal em recintos lotados, desacreditam a ideia de que a pecuária era praticada em plataforma extensiva. A hipótese contrasta com as evidências arqueológicas da prática da pecuária há 8 mil anos encontradas em Ilipinar, ao sul do vizinho Mar de Mármara.

As evidências apontam para o aumento gradual do nível do Mar Negro?
 
A hipótese de uma grande inundação no Mar Negro 8,4 mil anos atrás capturou a imaginação do público. Mas a mídia não noticiou que geólogos e arqueólogos do Canadá, da Ucrânia, da Rússia e de outros países não encontraram evidências de inundações catastróficas na região. Em vez disso, as evidências apontam para uma gradual reconexão com o Mar Mediterrâneo entre 9.5 mil e 8 mil anos atrás.

Na opinião de Andrei Chepalyga, a grande enchente ocorrida entre 17 mil e 14 mil anos atrás não é aquela descrita na Bíblia. Ele argumenta que inundações catastróficas teriam marcado a memória coletiva por milhares de anos, até serem registradas em antigas escrituras arianas, como o Rig Veda (hindu) e o Avesta (indo-iraniano). A história de um grande dilúvio também foi contada pelos antigos habitantes da Mesopotâmia.

Fonte: Revista Planeta - Edição 483  - DEZ12/JAN13

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A VOLTA DO CARLISMO


ACM Neto resgata avô na campanha, apresenta-se como carlista moderno e passa a liderar as pesquisas à Prefeitura de Salvador

Pedro Marcondes de Moura
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Na batalha pela prefeitura de Salvador, o deputado federal ACM Neto, do DEM, resolveu, enfim, valer-se politicamente do status de neto de Antônio Carlos Magalhães. Se na última disputa pela capital baiana a sua campanha se esforçava em desvinculá-lo do patriarca da família, a estratégia neste pleito parece ter mudado. Em entrevistas ou atos públicos, o candidato faz questão de exaltar o legado do ilustre avô, que morreu em 2007. No lançamento de sua pré-candidatura, Neto e correligionários não dispensaram citações a ACM – principal face do carlismo –, que ditou por décadas os rumos das urnas do Estado da Bahia, além de influenciar decisões de presidentes até a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso. ACM Neto também aproveitou a ocasião para ler, com a voz embargada, um trecho de uma carta repleta de elogios enviada, em 1969, pelo escritor Jorge Amado ao avô, na época prefeito da capital baiana. Em seguida, lançou-se na disputa à sucessão municipal “por amor a Salvador.” “Estou diante do maior desafio da minha vida”, declarou.
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ESTRATÉGIA
Para vincular-se à imagem do avô, ACM Neto até chorou ao mencioná-lo em comício
Nesta campanha municipal, ACM Neto aproxima-se do legado de Antônio Carlos Magalhães num cenário político bem diferente da última disputa, em 2008. Na época, o carlismo vivia o ápice de sua derrocada junto aos soteropolitanos. Fileiras de antigos correligionários migravam para siglas da base aliada aos governos federal e estadual, comandados pelo PT. Bem avaliado, o governador Jaques Wagner era um eficiente cabo eleitoral. Não à toa, ACM Neto despencou da primeira à terceira posição durante aquela campanha. Hoje, apenas 16% dos eleitores de Salvador consideram a gestão estadual petista ótima ou boa, reflexo do aumento dos índices de criminalidade e de uma greve de mais de três meses na rede pública de ensino do Estado. Já a administração do prefeito da capital baiana, João Henrique Carneiro (PP), amarga avaliação ainda pior: 68% a consideram ruim ou péssima. Tamanho descontentamento popular é uma das explicações para certa nostalgia dos tempos em que o grupo de Antônio Carlos Magalhães comandava a política local. 
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AINDA NÃO DECOLOU
O petista Nélson Pelegrino é o principal adversário de ACM Neto 
Agora líder nas pesquisas, com 40% das intenções de voto, 27 pontos percentuais à frente de seu principal adversário, o advogado Nélson Pelegrino (PT), o deputado ACM Neto, ao mesmo tempo em que relembra as realizações de seu avô, apresenta-se como um político moderno, de 33 anos. Dessa forma, tenta desassociar sua imagem pública de práticas clientelistas e autoritárias adotadas pela oligarquia comandada pelo velho Antônio Carlos Magalhães, conhecido pela generosidade com aliados e a intolerância com os adversários. Em 2008, o próprio candidato foi vítima de sua verborragia ao ver amplamente divulgado no horário eleitoral um vídeo em que ameaçava dar uma surra no ex-presidente Lula ao denunciar ser vítima de grampos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Com a nova estratégia, Neto tem logrado êxito.
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Fotos: Raul Spinassé/ Ag. a Tarde; Ichiro Guerra; Eduardo H Hanazaki
Fonte: Istoé - publicado na Ed. 2233

sábado, 1 de setembro de 2012

Quantos terremotos ocorrem por dia?

De acordo com o USGS, órgão americano de pesquisas geológicas, milhões de terremotos ocorrem anualmente, mas a grande maioria não é detectada por acontecerem em áreas remotas ou terem magnitude muito pequena.


Quantidade de terremotos por ano

Segundo o órgão, aproximadamente 100 tremores de baixa intensidade abaixo de 2.5 graus ocorrem diariamente, mas esse número cresce a cada dia, à medida que novas estações sísmicas são instaladas e também devido à maior sensibilidade dos instrumentos.

Terremotos no Brasil

Entre 15 e 20 sismos são registrados anualmente no Brasil, a maioria com magnitude próxima a 2.5 graus.
O país possui uma rede sismográfica muito pequena, incapaz de apresentar dados estatísticos satisfatórios e muitos sismos de pequena magnitude não são detectados, principalmente quando ocorrem em regiões distantes ou isoladas.

Um aumento na quantidade de estações revelaria um cenário bastante diferente, com um número de tremores bem maior do que o registrado atualmente.



Fonte: Apolo11.com

quinta-feira, 15 de março de 2012

Governo intensifica pesquisa por terras raras na Região Amazônica


Metais terras raras
 
Por trás das telas dos tablets, smartphones e notebooks há componentes de alto desempenho tecnológicos produzidos com o uso de 17 minerais que formam um conjunto de óxidos metálicos chamado terras raras. O insumo aplicado em eletroeletrônicos de alto desempenho, como dispositivos de misseis e circuitos de computadores, é alvo de uma disputa acirrada entre China, Estados Unidos, Japão e União Europeia deflagrada nesta semana na Organização Mundial do Comércio (OMC).
É em meio ao contencioso diplomático que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) intensificará no segundo semestre duas pesquisas minerais para descobrir reservas desses insumos nos estados de Amazonas, na região conhecida como Pitinga, e Roraima, no entorno da área chamada de Repartimento. “Vamos fazer uma amostragem geoquímica para ver o teor de terras raras nessas regiões para montar um mapa com informações sobre os resultados”, antecipa o presidente do CPRM, Manoel Barretto.
A investida é parte do programa de nacional de minerais estratégicos elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para avançar sobre insumos que o país depende de importação, como o fosfato utilizado pela indústria de fertilizantes.
Apesar de ter começado no ano passado, com orçamento de R$ 18,5 milhões até 2014, o programa ganha corpo em 2012. “O orçamento para terras raras nesse ano é de R$ 1,35 milhão, mas se os resultados forem bons podemos deslocar recursos de outros minerais. Podemos ir a R$ 4 milhões, R$ 5 milhões”, indica Barretto.
O CPRM detém o direito de exploração sobre as áreas onde a pesquisa ocorrerá. O órgão recolhe as informações e, no modelo vigente hoje, cede os mapas geológicos a mineradoras interessadas em explorar os recursos. Caso o novo código mineral seja aprovado, o CPRM deve leiloar os mapas para empresas interessadas.
A mudança é vista como passo importante para captação de recursos pelo órgão do MME, cujo programa de estudos prevê o avanço sobre novas áreas com potencial de incidência de terras raras. “No ano que vem, vamos trabalhar em muitos mais áreas”, comenta.
Posição ainda modesta
A intensificação das sondagens ocorre após o Mineral Commodity Summary 2011, uma das publicações mais importantes da geologia mundial, elaborada pelo US Geological Survey (USGS – sigla do serviço americano de geologia), indicar o Brasil como uma das possíveis novas fronteiras minerais com mais de 52 milhões de toneladas de terras raras.

Por enquanto, os depósitos brasileiros somam 48 mil toneladas comprovadas. A exploração é feita em baixa escala, principalmente pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB). “É cedo para falar em números, mas o potencial do Brasil em terras raras é muito grande”, diz o presidente do CPRM.
A China tem 55 milhões de toneladas em depósitos comprovados, o que lhe garante entre 95% e 97% da produção mundial. Em seguida estão países da ex-União Soviética (19 milhões de toneladas), Estados Unidos (13 milhões) e Austrália (1,6 milhão), cujos depósitos não foram explorados devido ao alto custo ambiental e financeiro necessário.
Caso o CPRM comprove o potencial sugerido pela USGS, o Brasil pode ocupar mais destaque no mercado de commodities. Pode ganhar também um peso mais significativo na seara diplomática em torno dos minerais cada vez mais rivalizados por países postulantes a produtores de alta tecnologia, principalmente agora que a demanda mundial coloca China, Estados Unidos, Japão e União Europeia em uma disputa comercial por terras raras sem precedentes. Além incrementar um incipiente e potencial consumo interno com a chegada da produção do iPad pela chinesa Foxcon.
Disputa diplomática
As terras raras ganharam os holofotes do noticiário global em 2011, após a China restringir a exportação do insumo para o Japão.

A decisão de Pequim deflagrou um contencioso diplomático na Ásia, agora com dimensão globalizada após os Estados Unidos, a União Europeia e os japoneses acionarem a Organização Mundial do Comércio (OMC) em processo contra a China por reserva de mercado.
Logo após a decisão comunicada pelo presidente americano Barack Obama nesta terça-feira, o governo chinês se apressou em afirmar que o estabelecimento de cotas para exportação atende é parte da política interna “proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável".
Pequim mantém para este ano a cota total de 30 mil toneladas para exportação, mesmo volume do ano passado. “Para nós, estas medidas [estabelecimento de cotas] estão de acordo com as regras da OMC”, afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Liu Weimin.
O embate revela não somente o peso das terras raras para uma economia cada vez mais dependente de equipamentos eletrônicos de alto desempenho, mas principalmente a disposição da China de concentrar em seu território a produção de itens como os tablets.
Foi esse o argumento de Obama ao contestar a China, alegando interesse em manter a produção desses produtos em seu território. “Queremos as nossas empresas a produzir esses produtos aqui nos Estados Unidos, mas para que isso aconteça os nossos produtores têm que ter acesso às terras raras, que a China fornece", afirmou o presidente americano. “Agirei quando for necessário, se os nossos trabalhadores e as nossas empresas estiverem sujeitas a práticas comerciais injustas”, completou.
Vale estuda minerais
A Vale está flertando com o mercado de terras raras, como parte de seu projeto para ampliar o peso de minerais mais rentáveis a seu portfólio, concentrado em minério de ferro.

A mineradora Vale já anunciou a incidência de terras raras em ativos comprados da Fosfértil e agora faz pesquisas para medir se a incidência dos minerais em suas reservas de fosfato é comercialmente viável.
A empresa não revela detalhes do estudo nem os valores envolvidos na pesquisa. Para este ano, o plano de investimentos da mineradora destina US$ 981 milhões para um programa global de exploração mineral. A divisão de fosfato e potássio, onde pode haver terras raras, recebe US$ 50 milhões.
Fonte: IG Economia

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