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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Anatel ocupada, celulares fora de área


A atitude da Anatel de suspender a venda de chips de uma operadora por estado fez muita gente pensar que a agência tinha finalmente se colocado ao lado dos consumidores. É verdade que era necessário dar um freio de arrumação na prática das empresas de vender mais capacidade do que têm a oferecer, mas uma análise rápida mostra que a grande responsável pela situação ter chegado aonde chegou é a própria Anatel. E há fatos pouco comentados que ajudam a entender melhor a história.
Pouco antes de a Anatel adotar a medida contra as operadoras, o Tribunal de Contas da União havia votado um relatório que mostrava que a Anatel não cumpriu suas tarefas de fiscalização do serviço de celulares. Apenas um terço das determinações e recomendações feitas pelo TCU em 2005 e 2006 foram cumpridas. O TCU exigiu da agência o mesmo que a Anatel viria a exigir das empresas: apresentar um plano de trabalho em 30 dias com cronograma para adoção de medidas que a façam cumprir o que pede o tribunal. Irônico, não? Sem contar que o próprio TCU já havia demonstrado que a apenas 4% das multas aplicadas pela Anatel foram efetivamente pagas pelas empresas. O pior índice entre todas as agências.
Mais irônico é constatar que a Anatel suspendeu as empresas baseada nas reclamações dos clientes, porque se dependesse dos parâmetros de qualidade estabelecidos por ela, não faria isso. Na maioria dos casos, eles vinham sendo cumpridos. É verdade que já há novos parâmetros aprovados ano passado por pressão da sociedade civil (que entram em vigor outubro), mas ficou provado que os atuais não servem para muita coisa.
Fato político
Também é curioso notar que a agência e o Ministério das Comunicações tiveram que modificar o discurso ufanista que vinham fazendo em relação ao crescimento no número de acessos móveis em serviço. O Brasil tem hoje mais de 250 milhões de linhas ativas, mas isso é na verdade um reflexo dos problemas do país nesta área. Esse número é tão alto porque boa parte das pessoas têm mais de um chip, para fugir do alto preço de ligações entre operadoras diferentes.
Dados da União Internacional de Telecomunicações analisando preços de 2010 mostram que o Brasil é 125º entre 165 países numa comparação da cesta de preços de telefonia móvel. O principal motivo dessa péssima colocação é a cara taxa de interconexão entre redes de diferentes operadoras. Este é outro ponto sobre o qual a Anatel poderia e deveria agir, mas pouco fez.
As operadoras, aliás, jogaram toda a responsabilidade dos problemas do serviço nas dificuldades que têm de instalar antenas, por conta de limites das legislações municipais. Embora o problema de fato exista, essa desculpa mostra que as empresas sabiam muito bem que estavam operando acima de sua capacidade. E seguiam, mesmo assim, criando promoções atrativas para fisgar novos clientes.
Por fim, um problema estrutural. A Anatel optou por manter o serviço móvel num regime de prestação que não permite que a agência ou o Ministério das Comunicações imponham às empresas obrigações de investimentos. Podia ter escolhido outro caminho, mas preferiu deixar prevalecer as regras do ‘livre mercado’. Na prática, isto significa que essa cena feita pela Anatel terá muito pouco efetividade. A Anatel vai ter de se contentar com qualquer plano que as empresas quiserem apresentar. E o papel, como se sabe, aceita tudo.
Juntando tudo, fica claro que a situação não precisava ter chegado ao ponto que chegou e que a Anatel agiu desta maneira para criar um fato político a seu favor. Anatel firme ao lado dos consumidores? Quem não a conhece que a compre.
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[João Brant é integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social]
Fonte: Observatório da Imprensa

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Uma pilha de problemas


Relatos sobre falhas no novo iPad lembram quanto as baterias ainda emperram o avanço dos eletrônicos
André Julião
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FEBRE 
Primeiro da fila, japonês faz festa no dia do lançamento do novo iPad

Por mais que tablets, smartphones e notebooks tenham evoluído de forma impressionante nos últimos anos, uma barreira ainda impede que esses objetos sejam mais leves, ambientalmente corretos e eficientes: suas baterias. O lembrete mais recente foi dado por alguns donos do novo iPad, que chegou às lojas há menos de um mês. Como acontece com tudo que envolve a Apple, a notícia se espalhou rapidamente por sites especializados.

O barulho começou com uma crítica do analista Raymond Soneira, presidente da DisplayMate, empresa especializada em displays para dispositivos eletrônicos. Segundo ele, quando o mostrador na tela indicava que a bateria do novo iPad estava completamente carregada, ela apresentaria, na verdade, 90% da carga total – ou uma hora a menos com o aparelho ligado. Outros analistas fizeram o mesmo teste e não detectaram o problema. De acordo com alguns deles, é preciso levar em conta o brilho da tela e se a conexão 4G está ou não ligada, entre outros fatores, para determinar a duração exata da bateria.

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DESAFIO 
"Produzir celulares e tablets é lidar
com um mundo de limitações",
diz Roberto Sobol, diretor da Samsung do Brasil

Michael Tchao, vice-presidente de marketing e produtos da Apple, explica que a confusão se deve ao modo como o tablet administra o processo de carregamento da bateria, desde o ponto onde ela está quase totalmente carregada até quando a fonte de alimentação é retirada da tomada – ou quando o cabo USB é desplugado do PC, outra forma de recarregar a máquina. O iPad, o iPhone e o iPod mostram a bateria como cheia pouco antes de isso acontecer. A partir desse ponto, ela continua sendo abastecida para alcançar os 100%, então descarrega um pouco e carrega novamente até a capacidade máxima, repetindo esse processo até o aparelho ser finalmente desplugado da rede elétrica. 

“Os circuitos são concebidos de forma que o usuário possa manter o aparelho ligado na tomada o tempo que quiser”, disse Tchao ao site especializado All Things Digital. “É uma ótima característica, que sempre esteve presente em nossos aparelhos.” Ele diz ainda que os usuários podem contar com as dez horas de carga que a máquina promete. Por ter maior resolução e outras características próprias para games, a nova versão do tablet vem com uma bateria levemente mais grossa, para durar o mesmo que a do iPad 2, que exigia menos energia.

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BATERIA CHEIA 
Americana usa laptop e celulares desplugados da tomada

Uma prova de que nem a todo-poderosa Apple consegue driblar as limitações das prosaicas baterias. “Produzir celulares e tablets é lidar com um mundo de restrições”, define Roberto Sobol, diretor de produtos da Samsung no Brasil, uma das maiores concorrentes da empresa criada por Steve Jobs. Ele diz que não basta a bateria ser eficiente, mas o processador, a tela e os outros componentes do “ecossistema” do aparelho também têm de apresentar alto desempenho. Quando um novo processador é lançado, por exemplo, ele não é apenas mais veloz, mas também consome menos energia do que o anterior.

Pesquisadores no mundo todo tentam criar novas baterias, que vão desde as flexíveis – próprias para telas que possam ser dobradas – até as resistentes à água (leia quadro). Mesmo sendo mais duráveis que os modelos anteriores (de cádmio e níquel), as atuais, de íons de lítio, têm uma capacidade limitada de novas recargas. Sobol lembra, porém, que elas têm muito mais virtudes que as antigas. “Hoje elas podem ter diversos formatos, além de agredir menos o ambiente”, afirma. Esse fator, aliado ao baixo custo, transformou-a em padrão num mundo repleto de dispositivos móveis. Por conta disso, um tablet que funcione a hidrogênio ainda é coisa de ficção científica. 

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Fonte: Istoé

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