segunda-feira, 25 de junho de 2012

Michael Jackson: três anos sem o rei do pop


Michael Jackson: três anos sem o rei do pop
"O cantor Michael Jackson visto durante show no Estádio do Morumbi, São Paulo (SP) em 1993"


Há três anos o mundo recebia a notícia da morte do rei do pop, o cantor Michael Jackson, que deixou órfã uma legião de fãs. Morto em decorrência de uso excessivo de remédios, indicados por seu médico, o artista recebeu sua primeira homenagem nesta segunda-feira (25): inúmeras mensagens carinhosas no Twitter, que teve a hashtag RIP Michael Jackson como uma das mais citadas pelos usuários da rede social.

Caçula de uma família de nove irmãos, seu pai Joe Jackson sempre desejou ver os filhos no mundo do entretenimento. Operário, tentava emplacar algum astro nas horas vagas. Rapidamente percebeu que poderia lançar as crianças na carreira musical. Com apenas cinco anos de idade Michael entrou para o "Jackson Five" ao lado dos irmãos Jackie, Tito, Marlon e Jermaine.

O sucesso só veio no final da década de 60 quando o grupo foi contratado pela Motown, gravadora que nos anos 60 se especializou em lançar artistas negros como Diane Ross e Steve Wonder. No começo dos anos 70 o "Jackson Five" lançou diversas músicas que se tornaram bastante populares como "ABC" , "I want you back" e "Ben". Apesar do sucesso, a infância teve momentos traumáticos. O pai controlava os garotos de maneira severa, chegando a ser cruel com ameaças e castigos físicos.

Nessa época, Michael já se destacava dos demais membros da banda, tanto por sua voz quanto pela desenvoltura no palco. Paralelamente ao conjunto, começou a se aventurar em carreira solo. Chegou a participar de algumas gravações e programas, mas só se destacaria em 1979, quando junto com o produtor Quincy Jones lançou "Off the Wall". O primeiro álbum solo vendeu 11 milhões de cópias.

Com o sucesso, as transformações começaram. Michael passou pela primeira cirurgia plástica, que lhe afinou o nariz. A mudança pode ser conferida no clipe que revolucionou o gênero, "Thriller". Com um cenário cinematográfico a produção ajudou na divulgação do segundo álbum solo de Michael Jackson, de mesmo nome da faixa. Com composições como "Billie Jean" e "Bet it" o disco vendeu 50 milhões de unidades. O trabalho foi premiado com oito Grammys e ficou 37 semanas no topo dos mais vendidos nos Estados Unidos.

A excentricidade de Jackson começou a vir à tona. A pele do astro ficava cada vez mais branca e seu rosto cada vez mais distante dos traços característicos dos negros. Além disso os problemas na infância começaram a vir à tona do grande público. Michael era considerado uma criança em corpo de adulto Construiu em sua mansão um parque de diversões, zoológico e cinema, além de salas recheadas de brinquedos de todos os tipos. Passou a receber jovens em seu rancho chamado de "Neverland" ("Terra do Nunca", em uma alusão a localidade do clássico inglês "Peter Pan", um garoto que não queria crescer).

Seu terceiro disco, "Bad", de 1987 tirou as atenções de seus hábitos e os levaram para seu trabalho. Além da faixa título o trabalho apresentou outros sucessos como "I Just Can't Stop Loving You", "The Way You Make me Feel" e "Dirty Diana". No mesmo ano estrearia seu primeiro trabalho no cinema, no curta "Captain EO", dirigido por Francis Ford Coppola e concebido para integrar uma atração nos parques da Disney.

Dois anos depois continuaria trabalhando no cinema com "Moonwalker", desta vez um longa que chegou aos cinemas, mas não foi bem recebido pela crítica. Novamente o que chamava a atenção era sua aparência, agora totalmente disforme dos traços originais do garoto que cantava "ABC" ao lado dos irmãos. O cantor afirmou posteriormente que era o vitiligo que lhe causava a brancura. Entretanto, o rosto era deformado por constantes cirurgias plásticas.

Em resposta aos que criticavam Michael como um "ex-negro" veio "Black and White", primeira faixa do novo álbum "Dangerous" a ganhar um clipe. O álbum foi o primeiro fruto de um contrato multimilionário com a Sony. Os problemas continuaram em 1993, quando foi acusado de abuso sexual contra um menino. No mesmo ano se apresentaria no Brasil. Em 1994 se casaria com a filha de Elvis, Lisa Marie Presley. A união só duraria dois anos.

Em 1995 lançaria "History", um cd de comemoração com canções de toda sua carreira. Teve três filhos com Deborah Rove, enfermeira da dermatologista do cantor (posteriormente soubesse que os bebês nasceram de inseminação artificial). Seu último álbum foi "Invencible", lançado em 2001 e considerado um fracasso. Seu último projeto em vida seria uma turnê de despedida que nunca foi realizada. Ele faleceu devido a um coquetel de medicamentos dado por seu médico dias antes da estreia.



Fonte: estadao.br.msn.com

'Podemos encontrar planeta como a Terra antes de 2022', dizem astrofísicos


Reprodução: planeta semelhante à Terra fora do sistema solar

Os astrofísicos não descartam a possibilidade de encontrar um pequeno planeta similar à Terra em menos de 10 anos, declarou nesta segunda-feira, 25, Ignaci Ribas, um dos organizadores do Cool Stars 17, a reunião internacional sobre estrelas frias que ocorre em Barcelona.

Ribas explicou que os especialistas já identificaram mais de 800 planetas ao redor das estrelas frias e que falta muito pouco para encontrarem um que seja muito parecido ao nosso.

Ele diz que os astrônomos sabem onde esse planeta se encontra, mas a tecnologia atual é incapaz de encontrá-lo. No entanto, se o planeta fosse habitado por seres inteligentes, Ribas destacou que seria possível conversar com eles através de sinais de rádio, embora essa troca de mensagens poderia demorar mais de 100 anos.

Ribas destacou ainda que os planetas se concentram ao redor das estrelas frias, que representam 80% das existentes no universo, entre elas o Sol. Esses astros são chamados de "frios" porque sua temperatura está abaixo dos 6 mil graus. Em nossa galáxia há cerca de 200 mil estrelas frias, e as estrelas quentes, que representam 20%, possuem uma temperatura que oscila entre 20 mil e 50 mil graus.

Durante o encontro realizado em Barcelona, os especialistas constataram que as estrelas frias podem ser 10% maior do que se pensava, um dado que possui muita importância na hora de buscar modelos de estudo.

Os especialistas envolvidos no Cool Stars 17 também destacaram a chamada "música das estrelas", ou seja, as vibrações que esses corpos celestes emitem e que, de acordo com os astrofísicos, aparecem como uma série de frequências, algo similar às notas musicais. Segundo Ribas, que é astrofísico do Instituto de Ciências do Espaço do CSIC-IEEC, o tom emitido pelas estrelas frias permite a identificação de seu tamanho, sua composição e até sua evolução.

No encontro também foram apresentados alguns resultados da missão Kepler (da Nasa), que possui o objetivo de detectar planetas extra-solares através destas frequências com uma técnica similar à sismografia, mas adaptada ao espaço.

Fonte: estadao.br.msn.com

Herois Marvel Recriados - Thor


THOR by Erica Henderson


Erica Henderson.
Original illustration by Walt Simonson and Joe Rubinstein

domingo, 24 de junho de 2012

Venda de tablets cresce 351% no país

Neste ano, para cada quatro notebooks ou netbooks, deve ser vendido um tablet, projeta a consultoria especializada em tecnologia IDC. No ano passado, essa relação era de dez para um

Tablet Usuário com tablet (Agência Brasil)
 
Os brasileiros estão aderindo cada vez mais aos tablets. Com a queda nos preços, as vendas crescem no país e avançam sobre notebooks e desktops (computadores de mesa). Mais de 370 mil aparelhos foram vendidos nos três primeiros meses do ano no país, segundo dados divulgados pela consultoria especializada em tecnologia IDC, o que representa um aumento de 351% sobre o mesmo período do ano passado.

Nos cálculos da IDC, o Brasil deve fechar 2012 com a venda de 2,5 milhões de aparelhos, ante 800 mil do ano passado - alta de 212,5%. Em 2010, foram 110 mil. "A taxa de crescimento da venda de tablets é mais acelerada que a dos notebooks e desktops", diz o analista para o mercado de tablets da IDC, Attila Belavary.

Neste ano, para cada quatro notebooks ou netbooks, deve ser vendido um tablet, projeta a IDC. No ano passado, essa relação era de dez para um. Já para cada sete notebooks e desktops este ano deve ser vendido um tablet, ante uma relação de 18 para um em 2011.

O grande indutor desse aumento é a redução dos preços. Algumas empresas nacionais já contam com os benefícios tributários concedidos pelo governo por meio do Processo Produtivo Básico (PPB), como a Positivo. Já as multinacionais Samsung e Motorola também usufruem da medida por fabricarem localmente. A estimativa da IDC era que, no início do ano passado, apenas 3% dos tablets custassem abaixo de R$ 1 mil, porcentual que se elevou a cerca de 33% nos primeiros três meses deste ano.

Antes, eram poucas as opções e os tablets eram muito caros", diz o diretor de Estudos de Mercado da consultoria IT Data, Ivair Rodrigues. Atualmente, no mercado brasileiro há uma divisão básica entre três faixas de preços por marcas: o iPad, da Apple, na maior; o Galaxy, da Samsung, e o Ypy, da Positivo, entre outras, no meio; e os importados de marcas menos conhecidas, a maioria chinesa, na faixa de baixo. "Os mais baratos representaram cerca de metade das vendas do setor em 2011", estima Rodrigues.

Nacionais - A Positivo Informática lançou em setembro de 2011 o seu tablet, o Ypy, e as vendas superaram as expectativas, afirma a diretora de desenvolvimento de produtos, Adriana Flores. "Se tivéssemos mais produtos, poderíamos estar vendendo mais." Ela conta que o foco da companhia segue na classe média, com aparelhos na faixa de R$ 999 e sistemas operacionais em português. Não é objetivo da Positivo concorrer com o iPad.

Outra fabricante nacional é a DL, cujo público é as classes C e D. As vendas começaram no primeiro semestre do ano passado, com cerca de mil peças por mês, diz o diretor da empresa, Paulo Xu. Porém, cresceram apenas quando a empresa reposicionou os produtos na faixa a partir de R$ 399. No último trimestre do ano passado, as vendas mensais atingiram 86 mil peças.

"Não queremos as classes A e B. Queremos completar este mercado, com preços para atender todos os bolsos", afirma Xu. Neste ano, a demanda continua aquecida e a DL investe para aumentar a capacidade produtiva. De janeiro a maio, a produção já subiu 150% e, até agosto, a empresa projeta mais 300%, com foco nas encomendas de fim de ano das grandes redes varejistas.

Notebooks - Mesmo com a aceleração das vendas, os especialistas ainda enxergam espaço para o aumento das vendas de notebooks e desktops. Isso porque as taxas de penetração ainda são baixas, quando comparadas a mercados mais maduros. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), existe cerca de um computador para cada dois habitantes no Brasil, enquanto nos EUA é de 1,1 para cada americano. "Nos EUA já se vende quase um tablet a cada PC", destaca Belavary, da IDC.

(Com Agência Estado)

Fonte: veja.abril.com.br

De fiasco a clássico da ficção científica, "Blade Runner" completa 30 anos

  • Harrison Ford em cena de Blade Runner Harrison Ford em cena de "Blade Runner"
O cultuado filme "Blade Runner: O Caçador de Androides" completa 30 anos sem seres replicantes e sem as colônias espaciais antecipadas na trama futurista deste reconhecido longa-metragem, uma das obras-primas da ficção científica.

Dirigido por Ridley Scott e baseado no livro de Philip K. Dick, "O Caçador de Androides", o filme estreou nos Estados Unidos dia 25 de junho de 1982, mesmo ano que "E.T. - O Extraterrestre", "Jornada nas Estrelas 2: A Ira de Khan" e "Tron: Uma Odisseia Eletrônica", todas com um maior sucesso comercial que "Blade Runner".

"O filme passou de fiasco a clássico sem nunca ter sido um sucesso", declarou Scott ao ser perguntado pelo impacto da produção.

O filme protagonizado por Harrison Ford, Sean Young, Edward James Olms e Daryl Hannah, entre outros, segue os passos de Ford no papel do detetive Rick Deckard ou "Blade Runner", que tinha que caçar robôs com aspecto humano, chamados de replicantes, que se rebelaram após tomarem consciência de si mesmos.

Esses seres replicantes, que faziam parte de uma colônia espacial, retornaram à Terra com a intenção de encontrar seu criador e, após serem tratados como delinquentes, demonstram ter mais humanidade que seus fabricantes.

A história se passa na cidade de Los Angeles do ano 2019, uma data que em 1982 soava como ficção científica. No entanto, nos dias atuais, essa data fica um pouco próxima para abrigar esse sombrio e chuvoso futuro que transforma a quase sempre ensolarada cidade californiana.

A rodagem do filme foi complexa, marcada por tensões, e sua estreia foi pouco promissora.

A versão original, a mais obscura de todas, não funcionou bem com o público nas exibições prévias realizados em várias cidades dos EUA e, por isso, Scott aceitou modificar o filme para dar um sabor mais vitalista a trama.

O primeiro "Blade Runner" insinuava que o personagem de Ford também era um replicante, algo que o diretor chegou a confirmar no ano 2000.

No total, ao longo desses anos, Scott montou cinco versões diferentes do longa-metragem: a inicial, a versão oficial de 1982 para os EUA, a versão internacional desse mesmo ano, a chamada "do diretor" em 1992, que teve seu final feliz eliminado, e a conhecida como "montagem final", lançada em comemoração do seu 25º aniversário de lançamento.

Para comemorar as três décadas de "Blade Runner" em outubro, a Warner Bros. lançará uma edição para colecionador que será apresentada em formato Blu-ray e também contará com as outras versões em DVD.

"Blade Runner" aparece como um exemplo de filme que antecipa seu tempo, sendo um herdeiro de títulos como "Metropolis" (1926), de Fritz Lang, e gerando influência em filmes como "Matrix", "Minority Report: A Nova Lei" e "Prometheus", entre outros.

O filme de Scott se insere dentro da tendência artística do chamado "ciberpunk", movimento muito popular nos anos 80, e sua influência ultrapassou os limites da tela até o ponto do filme virar tema de análise, e os replicantes serem considerados uma referência para os especialistas em robótica.

Outro legado deixado pelo filme foi sua inconfundível trilha sonora, composta pelo grego Vangelis. Assim como o filme, a trilha não teve muito êxito logo de imediato e precisou esperar 12 anos para ser comercializada em um disco.

"Blade Runner" nasceu com ideia de ser uma saga, embora o projeto nunca tenha tomado forma após sua pobre estreia, algo que a produtora Alcon Entertainment se propôs a por em prática nos próximos anos em colaboração com Ridley Scott. Segundo o diretor, essa nova sequência do filme não será centrada no personagem de Harrison Ford.

Fonte: EFE - Fernando Mexía/ Uol Entretenimento - Cinema

Lugo vai à manifestação de rua e diz que saiu para evitar novo massacre



Pablo Porciuncula/AFP
Após participar de manifestação, Lugo concedeu entrevista coletiva em estúdio de TV local
 


 

O ex-presidente deposto Fernando Lugo surpreendeu as centenas de manifestantes que protestavam na rua Alberdi, centro de Assunção, em ato organizado pela “TV Pública”, e apareceu no local por volta de 0h10 deste domingo (24).

O ex-bispo fez um discurso no qual voltou a criticar seus algozes e afirmou que aceitou a destituição para evitar um novo massacre, como o ocorrido em março de 1999, quando sete jovens foram mortos por atiradores de elite durante protesto em frente ao Congresso.

Lugo disse que tinha informações de que um grupo preparava algo semelhante ao ocorrido em 1999, episódio que ficou conhecido como “Março Paraguaio”. “Aceitei o veredicto injusto daquele Parlamento pela paz e pela não violência”, afirmou.

O impeachment de Lugo foi aprovado no Senado na última sexta-feira (22). O julgamento político teve início após a Câmara dos Deputados ter aprovado a abertura de impeachment contra ele na quinta-feira (21), acusando-o de "mau desempenho" de suas funções. Cinco deputados atuaram como promotores e, em apenas meia hora, definiram os cinco motivos para destituir o presidente [veja tabela abaixo]. O motivo mais recente, e estopim para a abertura do processo de impeachment, foi o conflito agrário sangrento em Curuguaty, que resultou em 17 mortos na última semana.

O ex-bispo descartou a possibilidade de voltar à Presidência.“Não acredito que o Congresso possa rever sua decisão”, disse. Lugo, no entanto, lembrou que Brasil, Argentina e Uruguai estão retirando seus embaixadores do Paraguai e afirmou que em 21 de abril de 2013, data das próximas eleições, “o processo democrático continuará com força”.

O mandatário destituído disparou contra os parlamentares, a quem os responsabilizou pela miséria e o “retorno a uma ditadura que o povo não quer”. “A ditadura não é só militar, mas também pode ser parlamentar, do dinheiro, do narcotráfico, da violência. Não queremos isso”, afirmou.

Por fim, o ex-presidente convocou os paraguaios a protestarem pacificamente contra o governo de Federico Franco. “A pátria nos chama a um protesto pacífico. Eu, como cidadão paraguaio, me somo aqui, na rua, na praça, no campo, na cidade. Não se trata de Lugo; eles destituíram a democracia, a participação. Não respeitaram a vontade popular”, disse.

Veja as cinco acusações que levaram ao pedido de impeachment

Mau uso de quartéis militares A primeira acusação é o ato político ocorrido, com a autorização do Lugo, no Comando de Engenharia das Forças Armadas em 2009. Grupos políticos da esquerda se reuniram no local, usaram bandeiras e cantaram hinos ideológicos. Segundo o deputado José López Chávez, no ato, as Forças Armadas foram humilhadas, além de terem sido hasteadas outras bandeiras, num desrespeito a um símbolo nacional.
Confronto em Curuguaty Num dos piores incidentes sobre a disputa de terras no Paraguai, Lugo mandou 150 soldados do Exército para desocupar uma propriedade rural numa área de fronteira com o Brasil. No confronto com agricultores, ocorrido na última sexta-feira (15), ao menos 17 pessoas morreram. Das vítimas, sete eram policiais.
Ñacunday Outro ponto está relacionado às invasões de terras na região de Ñacunday, distrito localizado no departamento (equivalente a Estado) do Alto Paraná, a 95 quilômetros da fronteira do Brasil com o Paraguai. O deputado Jorge Avalos Marín acusa Lugo de gerar instabilidade entre os camponeses na área ao incentivar os próprios “carperos”, como são chamados os que acampam sob lonas pretas, as ditas “carpas”, encarregados da demarcação de terras. Os sem-terra estão há mais de dez anos na região e, desde então, vivem em conflito com os brasiguaios, brasileiros que se mudaram para o país vizinho para plantar e trabalhar entre as décadas de 60 e 70. Nos últimos meses, o embate tomou contornos críticos.
Insegurança Os parlamentares acusaram ainda o presidente Lugo de não ter sido eficaz na redução da insegurança que assola o país, embora o Congresso Nacional tivesse aprovado mais recursos financeiros. Além disso, eles criticam os gastos com a procura por foragidos do grupo criminoso EPP (Exército do Povo Paraguaio). Segundo o deputado, nunca na história o EPP (Ejercito del Pueblo Paraguayo), o braço armado do Partido de Izquierda Patria Libre, fez tantas vítimas entre integrantes da Polícia Nacional. Apesar disso, a conduta do presidente teria permanecido inalterada, o que teria dado mais poder ao grupo.
Assinatura do Protocolo de Ushuaia II A assinatura do polêmico documento Protocolo de Usuaia II é visto como um atentado contra a soberania da República. Segundo a acusação dos parlamentares, o presidente não foi transparente sobre a assinatura desse documento já que até a presente data não havia encaminhado uma cópia do Congresso. A oposição a Lugo afirma que a assinatura do protocolo poderia resultar no corte do fornecimento de energia ao Paraguai, além de atentar contra a população e ter um claro perfil autoritário. Eles alegam ainda que Lugo tentou incluir medidas para fechar as fronteiras.
 
Fonte: Notícias Uol Internacional

Alemanha e França parecem conduzir "diálogo de surdos" diante da crise

  • Michael Sohn/AP
    Chanceler alemã, Angela Merkel, cumprimenta o presidente da França, François Hollande, depois de uma cerimônia militar de boas-vindas em Berlim, Alemanha Chanceler alemã, Angela Merkel, cumprimenta o presidente da França, François Hollande, depois de uma cerimônia militar de boas-vindas em Berlim, Alemanha


    • Le Mond (por Daniel Cohen)
       
      A poucos dias do conselho europeu de 28 e 29 de junho, os debates entre França e Alemanha estão começando a parecer um diálogo de surdos. Os franceses querem reforçar a união econômica, enquanto os alemães querem um acordo prévio sobre a união política. Ninguém parece entender o que outro quer dizer. Os alemães ouvem as propostas francesas como uma nova edição do slogan "A Alemanha vai pagar", que marcou a vida política francesa após a Primeira Guerra Mundial. Os franceses interpretam a integração política à maneira alemã como um direito de vigilância e ingerência sobre seu sistema de proteção social.

      Essa dificuldade em se entenderem, na verdade, é o sintoma do problema que deve ser resolvido. O euro é a moeda de uma união não identificada, e ele tem sofrido, de acordo com o raciocínio constantemente lembrado pelos economistas americanos, por não estar apoiado em um Estado federal. Nos Estados Unidos, um Estado que seja atingido por uma recessão automaticamente paga menos impostos ao Estado central, sem que isso tenha influência sobre as despesas federais. Esse mecanismo cria uma importante proteção automática, que permite compensar em 30% a 40% o custo da recessão.

      Já no caso dos Estados europeus, a atual crise os tem paralisado, uma vez que eles não podem recorrer a um nível superior de responsabilidade para amortecer seu impacto. Além disso, como um desempregado grego ou espanhol não pode ir para a Baviera encontrar um emprego, as fronteiras nacionais se tornam de fato uma prisão para os países em dificuldades.

      A crise bancária é um exemplo essencial dos problemas que têm surgido. Quando o Estado californiano se encontra em crise, os correntistas do banco nacional Wells Fargo não são ameaçados, pois são protegidos por garantias federais indivisíveis. Muitos pedem hoje por uma união bancária europeia, que faça voltar para o nível federal a dupla tarefa de supervisionar e recapitalizar os bancos em apuros.

      Mas há dois problemas. Primeiro, não se compra uma apólice de seguros depois que o incêndio já aconteceu, quando foram revelados os beneficiários do mecanismo. Vista a partir da Alemanha, a proposta de uma união bancária equivale a pedir que os contribuintes alemães recapitalizem os bancos espanhóis. Segundo – o obstáculo maior - , não se sabe o que é o "nível federal" dentro da zona do euro. O Tribunal Constitucional de Karlsruhe proíbe que se tire o poder orçamentário do Bundestag em prol de instituições "não democráticas". Qual é o sentido exato do conceito?

      De acordo com recentes decisões desse Tribunal Constitucional, seria considerada como democrática uma instância eleita segundo o princípio de que um voto tem o mesmo peso que o outro. O Parlamento Europeu, segundo essa definição, não é, pois os representantes atuam de acordo com circunscrições nacionais que não respeitam a equivalência entre demografia e representação. Além disso, o Parlamento Europeu não é dedicado à zona do euro, mas à Europa dos 27 Estados-membros. Em suma, não existe uma instância de controle democrático que possa vigiar o poder concedido a um organismo encarregado, por exemplo, de recapitalizar um banco em dificuldades.

      A imensidão da tarefa parece desanimadora, mas nenhum desses problemas é insuperável.

      Só para ficar no exemplo da união bancária, pode-se primeiramente decidir sobre o fato de que um dia ela será criada, uma vez que os bancos nacionais tenham sido devidamente recapitalizados. Isso resolve o primeiro problema, o do reconhecimento; primeiro se faz a faxina, depois se passa para o nível federal, para voltar a dar coerência sistêmica ao projeto europeu. A respeito do controle democrático, é preciso ter uma instância própria da zona do euro. Os alemães têm considerado uma nova Câmara, constituída de parlamentares nacionais.

      É possível também imaginar outras fórmulas. Os eurodeputados da zona do euro poderiam ser eleitos em chapas transnacionais, ao passo que os outros países escolheriam seus representantes de acordo com as circunscrições nacionais habituais. Um parlamento da zona do euro poderia então se reunir o tanto que fosse necessário, para designar as comissões dedicadas aos temas que dizem respeito à zona e votar neles. O processo seria longo e complexo. Não bastará fechar um acordo com a Alemanha sobre uma nova estrutura institucional, será preciso também encontrar um consenso sobre os princípios constitucionais fundadores que orientarão as políticas comuns.

      Pode-se ter o luxo de se embarcar nessa nova iniciativa, num momento em que a crise exige que se tomem decisões rápidas? Ela evidentemente não substituirá as decisões de curto prazo que deverão ser tomadas, a respeito da dívida e da condução da política orçamentária. Mas o anúncio de que uma iniciativa ambiciosa foi tomada, com um cronograma preciso, teria um efeito considerável. Isso porque o paradoxo dos mercados financeiros é que eles podem entrar em uma espiral quando são abandonados, mas que eles também são perfeitamente capazes de se antecipar a um cronograma distante, contanto que ele seja plausível. É possível ainda sair da crise por cima, se mostrarem que entenderam a causa.

      Tradutor: Lana Lim

      Perícia aponta mentira de Thor e imprudência de Luciano Huck

      Filho do homem mais rico do Brasil tentou comandar, pelo Twitter, um inquérito policial sobre a morte do ciclista pobre, o apresentador Luciano Huck inocentou o bilionário antes de ter elementos para julgar; Eike Batista, por sua vez, lamentou a perda do brinquedinho; e agora?

      Raras vezes se viu no Brasil uma tentativa tão explícita de calar, pela força do dinheiro, uma investigação policial.

      O caso era uma autêntica fábula brasileira, que expunha nossas mazelas e fraturas sociais.

      No dia 18 de março deste ano, Thor Batista, filho do homem mais rico do Brasil, Eike Batista, atropelou em sua Mclaren um rapaz negro, Wanderson Silva, que conduzia uma bicicleta, num país onde crimes de trânsito raramente são punidos. Rapidamente, Eike e Thor passaram a bombardear internautas com mensagens no Twitter.

      Foto:/Edição/247
      Em 63 mensagens sequenciais, Thor deu sua versão para o acidente. Numa delas, disse que “vinha na faixa da esquerda, com muito cuidado, sem ao menos dialogar com meu carona quando repentinamente um ciclista atravessou…”.

      Em outra, assegurou que “a frenagem trouxe o carro de 100km/h até 90 km/h”.

      Eike, por sua vez, deu força ao filhão dizendo que era a quinta vez apenas que ele dirigia a Mclaren, xodó da família. E contratou o advogado mais caro do País, Marcio Thomaz Bastos, para defender o pupilo. “Só contrato o melhor”, disse Eike à época.

      Em diversos veículos de comunicação, também se exerceu uma pressão imensa para que o caso não fosse analisado pela ótica da luta de classes – afinal, ricos não podem ser punidos simplesmente porque são ricos.

      A cereja do bolo foi o tweet publicado pelo “bom-moço” Luciano Huck, que enriquece às custas de “Wandersons” e, assim, frequenta as rodas de “Thors” e “Eikes”. “Fatalidade. Prestou socorro e não tinha bebido”, tuitou Huck no dia do acidente, antes de ter qualquer elemento para julgar.

      Pois bem: todos acabam de ser desmoralizados pela perícia oficial realizada pela polícia do Rio de Janeiro. Uma polícia que, diga-se de passagem, conseguiu realizar um trabalho independente apesar de todas as suspeitas que recaiam sobre seu trabalho, em razão da propalada influência de Eike Batista no governo do Rio de Janeiro.

      Sabe-se agora que Thor dirigia a pelo menos 135 km/h, acima do limite de 110 km/h, e vinha realizando ultrapassagens em ziguezague segundo o depoimento de testemunhas.

      Em sua defesa, o filho do bilionário pretende apresentar uma perícia privada – mas, em países sérios, o que vale é a investigação oficial, não aquela paga por quem tem interesse em se livrar de suas responsabilidades.

      Thor mentiu. Luciano Huck foi falastrão. E Eike se comportou como um pai que não sabe impor limites aos filhos.

      Aliás, recomenda-se que Thor feche urgentemente seu Twitter. Num post, revelou um encontro com o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, que estuda realizar um aporte bilionário numa empresa de Eike Batista em má situação financeira, a LLX.

      Em outro, Thor fez uma brincadeira pueril. Disse que o cruzamento de um quero-quero com um pica-pau resulta em que quero-pica-quero-pau.

      Thor, que acaba de ser desmascarado pela perícia realizada pela polícia do Rio, foi indiciado por homicídio culposo.

      Dias atrás, ele teve outro brinquedinho apreendido: a Ferrari que conduzia sem placa nas ruas do Rio de Janeiro.

      Quantos “Wandersons” serão necessários até o Brasil aprenda a efetivamente tratar crimes de trânsito, que matam milhares de pessoas no País, como crimes, e não como fatalidades inocentadas por Luciano Huck?

      Após "maratona", Itália vence Inglaterra nos pênaltis e pega Alemanha na semi

      Parker puxa camisa do atacante italiano Balotelli na prorrogação do jogo
      Parker puxa camisa do atacante italiano Balotelli na prorrogação do jogo

      Após duas horas de bola e rolando, a Itália só conseguiu vencer a Inglaterra nas cobranças e pênaltis para garantir a classificação à semifinal da Eurocopa. Em um jogo movimentado e com mais de uma dezena de chances de gol, as duas seleções não saíram do 0 a 0. Nos pênaltis, os italianos erraram menos, apenas uma cobrança contra duas desperdiçadas dos ingleses, e levaram a vaga.

      A Itália foi melhor durante a maior parte do jogo neste domingo. Com Balotelli, Pirlo e Cassano, o time deu mais de 30 chutes no gol de Hart. Nenhum deles entrou e o jogo só foi decidido nas cobranças de pênaltis, quando os ingleses Ashley Young e Ashley Cole desperdiçaram as cobranças e deram a vitória à Itália por 4 a 2.

      Na próxima quinta-feira, os italianos enfrentarão a Alemanha, em Varsóvia. Um dia antes, acontece a outra semifinal entre Portugal e Espanha, em Donetsk.

      O primeiro tempo da partida começou movimentado, com a Itália pressionando os ingleses e apostando, principalmente, em chutes de longa distância. Foi assim já no primeiro minuto de jogo, quando Balotelli bateu de fora da área, tentando surpreender Hart. O goleiro inglês defendeu com tranquilidade.

      Dois minutos depois, a Itália chegou mais perto ao gol. Após receber a bola de Marchisio, De Rossi, de primeira, chutando de fora da área, mandou a bola na trave. Os ingleses responderam com Rooney. Aos 13 minutos, o atacante recebeu a bola na área e tocou de cabeça por cima do travessão. E assim foi durante todo o primeiro tempo, com chances de gol para as duas seleções.

      Os times voltaram sem mudanças para o segundo tempo. A Itália começou ainda mais agressiva e teve pelo menos três chances de gol nos primeiros dez minutos. A Inglaterra atacava menos e tinha menos posse de bola que o rival.

      Com a proximidade do final do tempo regulamentar, a Itália esfriou o seu ímpeto nos ataques. Os ingleses aproveitaram o recuo, passaram a frequentar mais o campo de ataque e criaram chances de marcar nos minutos finais. Foi assim aos 47 minutos do segundo tempo, quando Rooney tentou marcar de bicicleta, na pequena área. O atacante acertou na bola, mas ela subiu demais e passou por cima do gol de Buffon.  

      Na prorrogação, o jogo seguiu tenso, com os dois times comedidos, mas criando chances de gol. A Itália seguiu com mais posse de bola, mas a Inglaterra levava perigo nas poucas vezes que chegava à área rival. Porém, aos 9 minutos do segundo tempo da prorrogação foram os italianos assustaram. Em jogada de Diamanti, Nocerino tocou para o gol de cabeça. O meia da Itália estava impedido e o lance foi anulado pelo árbitro.

      Fonte: Uol Esporte


      sábado, 23 de junho de 2012

      A vantagem de comer terra

      Novas descobertas sugerem que comer terra não é necessariamente patológico, mas apenas uma adaptação
      por Philip T. B. Starks e Brittany L. Slabach
      THOMAS JACKSON Getty Images

      Em 2009, um grupo de estudantesde biologia da Tufts University reuniu-se para comer terra. Eles moeram pequenos torrões de argila e ingeriram o pó para descobrir, pela primeira vez, o sabor desse material. Esse estranho teste de sabor era parte de um curso de medicina darwiniana oferecido por um de nós (Starks). Os alunos estavam estudando a evolução da geofagia – a prática de comer terra, principalmente solos semelhantes à argila, coisa que animais e pessoas praticam há milênios.

      O guia padrão de referência para psiquiatras – a quarta edição do Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSMI, na sigla em inglês) classifica a geofagia como um transtorno de alimentação em que a pessoa consome coisas que não são alimentos, como cinza de cigarro e tinta de parede. Mas como os alunos viriam a descobrir, estudos culturais de animais e humanos sugerem que a geofagia não é necessariamente uma anormalidade – na verdade, ela é um tipo de adaptação. Os pesquisadores estão analisando o ato de comer terra sob um ângulo diferente e descobrindo que o comportamento geralmente serve para suprir minerais vitais e para desativar toxinas de alimentos e do ambiente.


      Abordagem evolucionária

      Uma forma de decidir se a geofagia é anormal ou adaptativa é determinar até que ponto o comportamento é comum em animais e em sociedades humanas. Como o comportamento é observado em muitas espécies e culturas diferentes, é provável que seja benéfico.
      Atualmente parece não haver dúvida de que a geofagia é ainda mais comum no reino animal do que se pensava. Os pesquisadores observaram geofagia em mais de 200 espécies de animais, incluindo papagaios, veados, elefantes, morcegos, coelhos, babuínos, gorilas e chimpanzés. A geofagia também é bem documentada em humanos, com registros que datam da época de Hipócrates (460 a.C.). Os mesopotâmios e antigos egípcios usavam a argila medicinalmente: eles cobriam ferimentos com emplastros de barro e comiam terra para tratar de várias doenças, principalmente do intestino. Alguns povos indígenas das Américas usavam terra como um tempero e preparavam alimentos naturalmente amargos como noz de carvalho e batatas com um pouco de terra para neutralizar o amargor. A geofagia foi praticada com frequência na Europa até o século 19 e em algumas sociedades, como a etnia Tiv, da Nigéria, o desejo de comer terra é sinal de gravidez.

      Uma explicação comum para o hábito de animais e pessoas ingerirem terra é que o solo contém minerais como cálcio, sódio e ferro, que mantêm a produção de energia e outros processos biológicos vitais. Como as necessidades desses minerais variam com a estação do ano, com a idade e com o estado geral de saúde dos animais, a geofagia é particularmente comum quando sua dieta alimentar não fornece minerais suficientes ou quando os desafios do ambiente exigem mais energia que o normal. Gorilas-das-montanhas e búfalos africanos que vivem em altas altitudes podem, por exemplo, ingerir terra como uma fonte de ferro que promove o desenvolvimento das células vermelhas do sangue. Elefantes, gorilas e morcegos consomem terra rica em sódio quando sua alimentação não contém quantidades suficientes desse elemento químico. Populações de elefantes visitam constantemente cavernas subterrâneas onde cavam e ingerem rochas ricas em sal.
       
      Entre populações humanas da África os que têm acesso direto ao cálcio não praticam geofagia com tanta frequência. A necessidade de cálcio pode explicar, em parte, por que a geofagia é mais comumente associada à gravidez: a mãe necessita de mais cálcio à medida que os ossos do feto se desenvolvem.

      Ainda assim, o déficit de minerais não explica completamente a geofagia. Num artigo extenso de revisão publicado em 2011 no Quarterly Review of Biology, Sera L. Young, da Cornell University, e seus colegas concluíram que ingerir terra raramente acrescenta quantidades signifi cativas de minerais à nutrição de qualquer ser, humano ou animal. Em muitos casos esse comportamento interfere na absorção do alimento do intestino à corrente sanguínea, provocando deficiência de nutrientes.

      Se animais e humanos não estão retirando da terra que ingerem o suprimento de minerais de que necessitam, qual seria então o benefício da geofagia? Uma segunda explicação que está ganhando adeptos é que comer terra geralmente é uma forma de desintoxicação.


      A terra desintoxica


      A ideia de que, na maioria dos casos, comer terra é provavelmente uma forma de eliminar toxinas pode explicar por que pessoas e animais geralmente preferem solos semelhantes à argila. Moléculas de argila negativamente carregadas ligam-se facilmente a toxinas carregadas positivamente no estômago e intestinos – evitando que as toxinas penetrem na corrente sanguínea e transportando-as através dos intestinos para serem eliminadas. A desintoxicação pode explicar também por que alguns povos indígenas preparam refeições com batatas e nozes de carvalho com argila – esses alimentos são amargos porque contêm pequenas quantidades de toxinas.

      Nos anos 90, James Gilardi, diretor executivo da Fundação Mundial do Papagaio encontrou apoio para a hipótese da desintoxicação em um dos poucos estudos experimentais sobre geofagia. Enquanto observava um bando de papagaios peruanos alimentando-se numa faixa específica de solo exposto ao longo do rio Manu, Gilardi notou que os pássaros não se interessavam por faixas de terra das vizinhanças com muito mais minerais. Ele pressupôs que os papagaios não estavam ingerindo terra por causa dos minerais, mas para neutralizar alcaloides tóxicos das sementes e frutas não maduras que fazem parte de sua alimentação. Toxinas presentes em vegetais (ou carnes) geralmente irritam o intestino. Para testar a hipótese, Gilardi alimentou alguns papagaios com o alcaloide tóxico quinidina com e sem a terra preferida e mediu a quantidade de alcaloide presente no sangue dos pássaros depois da refeição. Os pássaros que não consumiram terra exibiram níveis mais altos de quinidina no sangue. Os pesquisadores observaram os mesmos efeitos benéfi cos em chimpanzés e babuínos que receberam suplemento de argila em suas refeições.
       
      Estudos com morcegos revelam mais evidências dos efeitos benéficos da terra na desintoxicação. Um estudo publicado na PLoS ONE em 2011 questionava se morcegos da Amazônia visitavam encostas de despenhadeiros de argila exposta para nutrir-se ou desintoxicar-se. Christian Voigt, do Instituto Leibniz de Pesquisa em Zoologia e Vida Selvagem, em Berlim, e seus colegas capturaram morcegos de duas espécies diferentes: uma que se alimenta principalmente de frutas e outra cuja dieta se baseia principalmente em insetos. Voigt acreditava que se os morcegos estivessem ingerindo argila por causa dos minerais, ele deveria encontrar menor quantidade de morcegos comedores de frutas nas encostas de argila porque as frutas contêm mais minerais que os insetos. Mas a maioria dos morcegos que capturou nas encostas de argila eram consumidores de frutas – e muitas fêmeas estavam prenhes ou amamentando. Voigt concluiu que as fêmeas frugívoras prenhes visitavam as encostas de argila para se desintoxicar porque estavam comendo duas vezes mais para alimentar seus bebês, o que signifi cava que estavam ingerindo duas vezes mais toxinas vegetais de frutas não maduras, sementes e folhas.

      Como os morcegos, mulheres grávidas também podem ingerir terra por suas propriedades desintoxicantes, além de fonte suplementar de minerais. O primeiro trimestre da gravidez incomoda muitas mulheres com náuseas e vômitos, e estudos cruzados de várias culturas mostram uma associação entre geofagia no início da gravidez e o mal-estar matinal. Mulheres de países subsaarianos e do sul dos Estados Unidos relataram consumir argila para aliviar esse desconforto. Alguns pesquisadores propuseram que o mal-estar matinal elimina as toxinas da mãe, que podem prejudicar o feto. Talvez a geofagia e o mal-estar matinal funcionem em conjunto para proteger o desenvolvimento do feto. Como a argila pode conter bactérias e vírus, ela também protege mãe e feto de patógenos como a Escherichia coli e o Vibrio cholerae presentes em alimentos.

      Embora apenas recentemente a comunidade científica tenha reunido evidências suficientes para sugerir que a geofagia é um comportamento adaptativo, ao longo de milhares de anos muitas pessoas – e não apenas mulheres grávidas – usaram minerais da argila como remédio para náusea, vômitos e diarreia. Na era da medicina moderna, empresas farmacêuticas aproveitaram as propriedades associativas do caulim, um mineral da argila, para produzir o Kaopectate, um medicamento que trata diarreia e outros problemas digestivos. Finalmente o composto sintético subsalicilato de bismuto – o principal ingrediente do Pepto-Bismol – substituiu o caulim, mas a argila ainda é usada atualmente de outras formas. Caulim e esmectitas se prendem não só às toxinas nocivas, mas também a patógenos. Fazendeiros utilizam argila no preparo de ração para a criação para inibir a transmissão de toxinas, e alguns pesquisadores propuseram aproveitar as propriedades de associação patogênica da argila para purificar a água.

      É claro que ingerir terra também pode ser perigoso. Juntamente com minerais e materiais desintoxicantes seria possível ingerir bactérias, vírus, vermes parasitas e quantidades ameaçadoras de chumbo e arsênico, não intencionalmente. Devido a esses riscos, consumidores modernos de terra deveriam se limitar a produtos comercialmente seguros, passados por aquecimento ou esterilização –, mas não deveriam ser estigmatizados por seu comportamento.

      De forma geral as evidências mostram que, em muitos casos, a geofagia não é um sinal de doença mental, mas uma defesa específica que evoluiu para combater toxinas e provavelmente suprir déficits de minerais. Embora possamos não pensar em geofagia quando tomamos vitaminas ou procuramos alívio numa colherada de Kaopectate, na verdade estamos participando da prática ancestral de comer terra.
        

      Fonte: Revista Scientif American Brasil (ed. 122 - julho/2012) 

      A cidade que vai mudar o mundo

      Sem lixo, sem engarrafamentos, com baixo consumo de energia, uso racional água e interconexão total. Songdo será o canto mais high-tech do planeta
      BBC
      Songdo, na Coreia do Sul, é um modelo de cidade inteligente

      As ruas de Songdo parecem desertas. Não há muito para se ver na cidade do futuro no momento, já que ela ainda não está pronta. Mesmo assim, cerca de 22 mil pessoas já vivem ali, e se espera que mais 5 mil novos habitantes cheguem até o fim do ano.Quando estiver construída, em 2015, o plano é que Songdo se torne o lar de 65 mil pessoas. Eles viverão na cidade mais inteligente do planeta – medida não pelo QI dos habitantes, claro, mas pela tecnologia empregada nos parques, ruas e prédios. Esta “cidade inteligente” está sendo construída numa área de aproximadamente seis quilômetros quadrados e seu projeto é extremamente ambicioso.

      Localizada em uma ilha artificial a 56 quilômetros ao oeste de Seul, na Coreia do Sul, Songdo pretende mostrar para a capital coreana e para cidades de todos os continentes o que elas podem vir a ser no futuro. A humanidade precisará de mais cidades inteligentes. A estimativa das Nações Unidas é de que os centros urbanos serão a moradia de mais de 70% da população mundial até 2050 – 6,4 bilhões dos 9,3 bilhões de habitantes do planeta. Elas já são o lar de metade dos 7 bilhões de seres humanos, e adicionar mais 3 bilhões de indivíduos a esse total testará os limites das cidades existentes. A solução, de acordo com os responsáveis por Songdo, é construir cidades inteligentes, capazes de dialogar com seus residentes e com o meio ambiente.

      Iniciada em 2000 e com um custo estimado em US$ 35 bilhões, Songdo é o maior investimento privado do setor imobiliário na história. A maior parte do dinheiro veio da imobiliária americana Gale International e do banco de investimentos Morgan Stanley. O dinheiro é, em grande parte, para criar uma “rede universal” – utilizando a internet para ligar não apenas pessoas, mas também objetos, casas e carros. Conforme a cidade vem sendo construída, a gigante das telecomunicações Cisco está instalando sensores no asfalto, nas ruas e nos edifícios. Cada um destes sensores enviará dados de forma ininterrupta para um centro de controle, onde informações a respeito dos prédios, da demanda por energia, das condições do asfalto e do trânsito, assim como a temperatura externa e interna, serão coletadas e analisadas.



      Cidade pensante

      “Estamos construindo uma cidade que usará informação como combustível. O centro de controle será o cérebro de Songdo”, explica o CEO da Cisco, John Chambers. Câmeras de trânsito, por exemplo, vão monitorar quantos pedestres estão na calçada. Desta forma, para reduzir custos, ruas vazias poderão ter luzes diminuídas, enquanto as movimentadas terão a iluminação reforçada. Estresses atípicos também poderão ser detectados precocemente em ruas ou estruturas, para prevenir atrasos custosos causados por obras maiores.Outra inovação foi desenhada para evitar problemas de trânsito enfrentados por todas as cidades. Etiquetas com identifi cação por radiofrequência (Radio-Frequency Identification, ou R Fid, na sigla em inglês) serão colocadas em todas as placas de veículos. Estes aparelhos estão sintonizados em uma frequência específica e conectados a um processador de baixíssimo consumo. A etiqueta enviará um sinal se identificando ao controle central. Isso ocorre em menos de um segundo, e quando todos os carros estiverem dentro do sistema, um retrato exato do trânsito na cidade poderá ser obtido em qualquer situação, a qualquer momento. A tecnologia permitirá ao centro de controle ajustar o intervalo dos semáforos, criar desvios e fornecer alertas mais cedo. Até mesmo os semáforos terão alta tecnologia, com lâmpadas incandescentes comuns sendo substituídas pelas LED – que necessitam de apenas 1% da energia das antigas.O elemento que deverá ter maior efeito na vida dos moradores, no entanto, será a telepresença. As telas serão instaladas em todas as casas e escritórios e até mesmo nas ruas, permitindo às pessoas fazer videochamadas de qualquer local.

      Coração verde

      A tecnologia integrada no coração de Songdo é apenas uma parte da história. O objetivo de uma cidade inteligente é criar algo artificial, mas também sustentável, com o mínimo de impacto ao meio ambiente.O recurso natural mais fundamental para seres humanos é a água. Dados de 2006 das Nações Unidas apontam que, em média, moradores de cidades norte-americanas usam 575 litros de água por dia. Qualquer nova cidade que surgir vai aumentar o uso global do recurso, mas um desenho inteligente do terreno, mecanismos de retenção de água da chuva e o tratamento de água “suja” de pias e máquinas de lavar pratos e roupas permitirão ao sistema de irrigação de Songdo usar apenas um décimo da quantidade de água limpa que seria esperada para uma cidade desse porte. Plantar vegetação no topo dos edifícios reduzirá perda de água da chuva e combaterá o efeito “ilha de calor” gerado pelas cidades, uma vez que as plantas absorverão os raios solares e os usarão para fotossíntese, refrescando o ar em sua volta.

      Ainda por cima, Songdo não precisará de recolhimento de lixo. Um sistema centralizado de coleta, funcionando por meio de pressão, levará embora os resíduos líquidos e sólidos, dispensando a necessidade de caminhões com lixeiros circulando pela cidade. Estas inovações, porém, são o bastante para tornar uma cidade inteligente? E elas são inéditas? Existem alguns projetos em andamento em outros locais do mundo. Particularmente na Europa e na América do Norte, cidades estão integrando tecnologias inteligentes em suas infraestruturas na forma de redes elétricas que recolhem informação sobre os consumidores e fornecedores.

      A companhia israelense Innowattech desenhou um sistema de pequenas placas a serem instaladas embaixo do asfalto, para que, conforme os carros passem, pressionem estas placas. Elas, por sua vez, convertem as pequenas depressões feitas no asfalto em eletricidade a ser armazenada em baterias ou enviada de volta à rede. O sistema também pode calcular se um caminhão está pesando acima do permitido, e enviar a informação diretamente às autoridades – utilizando a própria energia gerada pelos veículos infratores para fazê-lo. A empresa está testando agora se a mesma tecnologia funcionaria para ferrovias. Enquanto isso, a arquiteta moradora de Buenos Aires Arianna Callegari desenvolveu uma rede de pequenas turbinas que se encaixam na parede e no teto de túneis. Estas turbinas geram pequenas quantidades de eletricidade com o vento resultante da passagem de caminhões e trens.

      O que, afinal, o futuro reserva aos moradores das cidades? Além da criação de núcleos como Songdo, onde novas tecnologias são parte do projeto, as cidades existentes podem se tornar inteligentes?“Existem muitas cidades na Europa – Amsterdã, Barcelona, Malmö, Estocolmo – que estão apostando nas parcerias com os cidadãos para se tornarem cidades inteligentes”, diz o chefe do Centro para Cidades Sustentáveis da Universidade de Napier, em Edimburgo, Mark Deakin.

      Amsterdã, por exemplo, promove a colaboração entre moradores, empresas e governo para tentar poupar energia, mudando o comportamento das pessoas e implementando tecnologia inteligente. A meta, ambiciosa, é reduzir os níveis de gás carbônico para 40% do que era emitido pela cidade em 1990 até 2025. “De certa forma, melhorar cidades antigas é como o trabalho de um dentista – é preciso retirar o que está apodrecendo”, diz Deakin. O presidente da Gale International, Stan Gale, tem uma visão própria a respeito de como as cidades inteligentes vão evoluir no futuro. O executivo tem planos de criar 20 novas cidades ao longo da China e da Índia, para as quais Songdo será o modelo. “Cada uma destas cidades será feita de forma mais rápida, melhor e mais barata do que a anterior, ano após ano”, diz ele.

      Esse cenário, no entanto, sugere que o rápido avanço tecnológico levará Songdo a se tornar rapidamente ultrapassada. Nasa, ESA e outras agências espaciais conhecem bem este problema. Sabendo que a capacidade de resolver problemas em sondas que deixam a Terra é limitada, estas agências planejam com antecedência para tornar a tecnologia tão avançada quanto possível. O trabalho dos arquitetos de Songdo é mais fácil, uma vez que a tecnologia totalmente integrada pode ser melhorada ou substituída na Terra sempre que for necessário.Com a população do nosso planeta em constante crescimento, a criação de cidades inteligentes e a evolução dos centros urbanos já existentes parecem inevitáveis – particularmente conforme avançamos para áreas mais inóspitas do globo terrestre.

      Fonte: Revista Conhecer

      O brasileiro é o povo mais feliz que existe?


      Relatório apresentado em conferência da ONU destrói o mito e diz que, apesar de sermos a sexta maior economia do planeta, há 24 países em que a população é mais feliz.

      Carnaval no Rio de Janeiro: explosão de felicidade

      Sempre com um sorriso no rosto, independentemente das adversidades. Dono de um bom humor sem fim e de uma capacidade ilimitada de receber bem o próximo, mesmo quando ele vem de outro país e não fala a nossa língua. O brasileiro tem a fama de ser o povo mais feliz do mundo e o principal motivo seria a bênção de nascer em um país ensolarado, com paisagens belíssimas, poupado de cataclismos, de ataques terroristas e conceitos religiosos ou étnicos. Mas seria isso suficiente para alcançar o topo do ranking mundial da felicidade? A resposta é não, de acordo com o relatório divulgado na 1ª Conferência das Nações Unidas sobre a Felicidade e o Bem-Estar, realizada em Nova York, em um momento em que a ONU defende um novo parâmetro para medir o desenvolvimento dos países, o Índice de Felicidade Bruta (FIB), criado no Butão.

      O Brasil aparece em 25º lugar no ranking da pesquisa, que leva em consideração fatores como a distribuição da riqueza, a oferta de emprego, o acesso aos serviços básicos, como saúde e educação, a ausência de corrupção e o respeito ao meio ambiente.O Relatório Mundial da Felicidade foi elaborado pelo Instituto Earth, da Universidade de Columbia, que analisou dados recolhidos entre 2005 e 2011 em 156 países. No topo, aparecem os povos dos países nórdicos, que não são necessariamente os mais ricos, mas têm acesso a ótimos serviços básicos.  Dinamarca, Noruega, Finlândia e Holanda lideram o mundo no que se refere à felicidade bruta, contrastando com países como o Togo, Benim, República Centro-Africana ou Serra Leoa, no extremo oposto. Os Estados Unidos ficaram em 11º lugar, Israel em 14º e o Reino Unido em 18º.

      Indicador brasileiro

      O Brasil é hoje o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo e está em 84º lugar em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Podemos dizer então que o brasileiro é feliz? “Para mim, não”, avalia o professor Fábio Gallo, que coordena o recém-criado Núcleo de Estudos sobre a Felicidade e o Comportamento Financeiro, da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), junto com o colega Wesley Mendes.

      O núcleo, que está antenado com a economia comportamental, escola em voga no exterior há pelo menos uma década, desde que os americanos Michael Spence e Joseph Stiglitz ganharam o prêmio Nobel, prepara-se para medir a felicidade do brasileiro. Todavia, não vai seguir obrigatoriamente os parâmetros da ONU em relação ao tema.“Nós não queremos reproduzir a Felicidade Interna Bruta (FIB) como está montada para o Butão.

      Queremos criar um indicador que permita observar os padrões de bem-estar próprios para o brasileiro. O FIB é um indicador com 73 variáveis, nove indicadores macros, mas para um povo que vive uma cultura muito própria, é um reinado, tem população pequena. Não tem como dizer que aquele indicador seja adequado para o Brasil”, explica o professor Gallo.“Hoje, as principais políticas públicas de bem-estar nascem da esfera federal e não costumam refletir as necessidades dos municípios, por exemplo. Por isso, não queremos ter só um número, queremos ferramentas para os governantes e empresários se orientarem sobre as necessidades de cada população”, acrescenta. A proposta da FGV é criar uma metodologia que permita medir padrões de bem-estar, com pesos diferenciados para os mesmos fatores, de acordo com a região, o gênero e a faixa etária.“Wesley fez no ano passado uma pesquisa sobre comportamento financeiro e no final se perguntava sobre a felicidade.

      Este estudo já mostrou que há diferentes padrões de bem-estar, de acordo com o lugar em que se vive”, diz o professor Gallo.“A principal preocupação dos paulistanos era com a segurança pessoal, enquanto a principal satisfação era fruto das perspectivas de crescimento acadêmico. Entre os gaúchos, a preocupação surgia da expectativa de conseguir um bom trabalho. A satisfação vinha de uma boa vida social”, exemplifica.Para montar o novo índice, a FGV-SP está fechando parcerias para coletas de dados. Um dos possíveis parceiros para a pesquisa é o movimento não governamental Mais Feliz, que reivindicou, com sucesso, a inclusão da felicidade como tema na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

      Na opinião do ativista e publicitário que lidera o movimento, Mauro Motoryn, a inovação tecnológica deve levar as pessoas a participarem da administração pública em tempo real e online, via celular ou computador. “Teremos no futuro uma sociedade mais viva e participativa. Isso é bom para os administradores competentes, porém, cruel para os desavisados”, alerta Motoryn, que acaba de lançar uma plataforma para celular, tablet e via facebook que avalia o nível de satisfação da população em tempo real, disponível no site www.myfuncity.org.

      O Myfuncity permite medir a felicidade e saber quais são as reivindicações do cidadão em qualquer lugar do Brasil. O aplicativo possibilita gestão pública por meio da tecnologia digital das redes sociais, permitindo que os cidadãos avaliem a qualidade das cidades a partir de 12 indicadores relacionados ao trânsito, segurança, meio ambiente, bem-estar, saúde e educação, com notas em uma escala de zero a dez.“O aplicativo MyFunCity permite que cada usuário avalie exaustivamente sua rua, seu bairro e sua comunidade, em categorias como saúde, educação, transporte, poluição (sonora e visual). É possível interagir com os demais cidadãos e analisar cada região em detalhes”, explica.

      Para Motoryn, a 25ª posição do Brasil no ranking da felicidade mundial remete as falhas gritantes do país em relação a questões sociais.“A gente não pode confundir um país alegre com um país feliz do ponto de vista daquilo que recebe do Estado. Ou seja, nós temos deficiências graves na área da saúde, por exemplo, e isso inclui decisivamente na colocação no ranking”, diz. “Mas acho o brasileiro um povo extremamente feliz. Diante das adversidades, ele continua e acredita que o amanhã será melhor”, acrescenta.

      Ao que tudo indica, os governantes brasileiros sabem que os parâmetros estão mudando e se mostram preocupados com esta felicidade a medir. A proposta de transformar o tema em política pública já está tramitando no Congresso Nacional por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 19/2010, cujo relator é o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

      Fonte: Revista Conhecer

      Postagens populares

      Total de visualizações de página

      Páginas