sábado, 10 de novembro de 2012

PRESSÃO PARA HOMENS SEREM DOMINANTES NO SEXO PODE ATRAPALHAR RELACIONAMENTOS


Ainda há um senso comum de que homens pensam mais em sexo, querem mais sexo, são mais experientes em sexo. E, por mais que, de vez em quando, faça bem para o homem se sentir dessa forma, a expectativa de que ele deve ser o dominante na vida sexual do casal pode atrapalhar o relacionamento.
É isso que revela uma pesquisa da Universidade de Yale, que analisou 357 mulheres e 126 homens. O estudo buscava entender como andava a confiança sexual de jovens sexualmente ativos. Para isso, eles respondiam a perguntas sobre sua vida ‘entre quatro paredes’ em um computador. Ao lado da máquina, havia uma bacia de preservativos femininos (com uma placa instruindo as pessoas a levarem quantos quisessem e mostrando como usá-los). Além das respostas, os pesquisadores analisaram também quantos preservativos os voluntários levavam para casa.
O resultado mostrou que, quanto mais o voluntário (tanto homens quanto mulheres) acreditava que a vida sexual do casal era responsabilidade do homem, menos confiantes eles se sentiam em situações íntimas – e menos preservativos femininos levavam para casa. Segundo os cientistas, os homens que acreditam serem dominantes acabam se sentindo menos confortáveis para discutir o relacionamento e a dinâmica sexual, prejudicando seus relacionamentos.
Mulheres que acreditavam na mesma coisa também discutiam menos suas preferências – embora os cientistas notem que é a minoria das moças que acredita que o homem deva se sentir responsável pela vida sexual do casal.
E você, qual é sua opinião sobre o assunto? 
Fonte: Revista Galileu

The View from The Shard: If you build it, they will come


Nov 9th 2012, 12:02 by L.F.



The Shard, London’s newest skyscraper, is the tallest building in western Europe. It pierces the sky above London Bridge, and divides opinion on the ground. Some praise its elegant lines and staggering height, while others view it as a gratuitous monument to power. Qatari power, to be precise—the State of Qatar is the majority shareholder.
Love it or loathe it, it is here to stay. And from February 1st 2013 the public will be able to speed up the skyscraper in less than 60 seconds to view London from 72 floors up. At 244 metres (800 ft) it is almost twice as high as any other public viewing point in the city, enabling visitors to see for 40 miles—further than Windsor—on a clear day.
Andy Nyberg, chief executive of The View From the Shard , the grandly named visitor attraction, is fresh from working on the view from Burj Khalifa, the world’s tallest building, in Dubai. The designers plan to deliver a high-tech multi-sensory experience with an authentic London theme. He hopes the Shard will become the first stop for tourists who are new to the city.
A welcome gallery, at ground level, will introduce the history and culture of London with multimedia maps and videos of Londoners enjoying city life. Images of famous people doing slightly tongue-in-cheek things—Margaret Thatcher and Karl Marx riding on a tandem bicycle and George Orwell installing CCTV cameras—will inject a British sense of humour. The music has been specially commissioned and recorded by the London Symphony Orchestra.
The 360-degree view is certainly breathtaking. Strict planning regulations have ensured that most of London’s skyline is still fairly low-rise, preserving the views of significant landmarks. From on-high the city is a swell of organised chaos, the winding River Thames and swathes of railway lines dissecting an otherwise refreshingly green metropolis with a happy jumble of historic landmarks and modern edifices. Several interactive telescopes (known as tell:scopes) provide touch-screen information on 200 landmarks, allowing visitors to zoom in on the live view, or show it on a clear day or at night—a useful back-up for London’s unpredictable weather.
Qatar’s investment in the Shard is part of its Qatar National Vision 2030, the emir’s blueprint for changing the country’s hydrocarbon economy into a knowledge economy through investment in property, education and cultural projects around the globe. The influx of cash will revive a tired area—about a tenth of the £500m ($800m) budget has been spent on improving local infrastructure. Local businesses hope it will bring crowds to nearby attractions too, such as The Globe and Borough Market which have a stronger heritage. Tickets are not cheap; £24.95 for an adult. Mr Nyberg must be confident that the tourists will be happy to pay up.
Fonte: The Economist

Violência fora de controle


Escalada de assassinatos em São Paulo escancara erros da política de segurança pública estadual e mostra que é preciso mudar a abordagem para enfrentar o crime organizado

Flávio Costa e Natália Martino
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Clima de Pânico 
Conflitos de PMs com o crime organizado espalham terror pelas
ruas da principal cidade do País: 72 mortes em uma semana
São Paulo vive há meses uma guerra silenciosa que denota a falência da política de segurança pública estadual. Policiais Militares são alvejados na porta de casa, chacinas se sucedem, criminosos incendeiam ônibus e comerciantes e escolas fecham as portas ao menor ruído sob “toque de recolher”, numa onda de medo que tomou conta da região metropolitana da cidade. Na última semana, a escalada de violência atingiu o auge. Em apenas uma semana, entre 25 de outubro e 1º de novembro, 72 pessoas foram assassinadas na Grande São Paulo. É um número superior ao da média mensal de homicídios que ­ocorreram entre janeiro e setembro, em Ciudad Juarez, no México, município dominado pelo narcotráfico e conhecido como a cidade mais violenta do mundo.

Os assassinatos das últimas semanas seguiram um mórbido padrão: um policial é executado e, em seguida, vários civis são mortos na mesma região por homens mascarados. No pico de violência iniciado na quinta-feira 25, o 86 º PM assassinado neste ano foi alvejado por dois indivíduos de moto, na porta de casa, na Vila Nova Curuçá, zona leste da capital. Na sequência, na mesma região, duas pessoas também foram mortas a tiros por homens encapuzados. “Considerando-se a dinâmica dos crimes, me parece muito plausível a hipótese de se tratar de assassinatos de policiais cometidos pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e subsequente retaliação praticada por milícias policiais”, avalia a socióloga Camila Dias, pesquisadora associada do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP).

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MOTIVO 
O aumento dos confrontos e da letalidade da polícia pode 
ter detonado o atual ciclo de retaliações entre PMs e criminosos
Especialistas ouvidos por ISTOÉ elencam diversos erros cometidos pela atual administração no combate ao crime organizado: a falta de reconhecimento público da dimensão e da força do PCC, o investimento na militarização das ações de segurança, o esvaziamento das funções da Polícia Civil e o excessivo encarceramento em um sistema prisional dominado pelos criminosos. 

Embora continue a minimizar a força do crime organizado, o governo ­estadual esboçou uma reação tardia ao ocupar Paraisópolis, a maior favela da capital, com 600 homens da PM na semana passada. Em um prédio da comunidade funcionava uma espécie de quartel do PCC, onde foram encontrados documentos que provam a relação do maior grupo criminoso do País com as recentes mortes de PMs. As execuções foram ordenadas, segundo o secretário de Segurança Antonio Ferreira Pinto, por Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, integrante da facção, acusado de chefiar o crime na favela. Os papéis encontrados pela PM durante a ocupação pertencem a membros da quadrilha comandada por Piauí. Condenado por crimes como roubo, sequestro, homicídio, receptação e falsidade ideológica, ele está preso desde agosto em Avaré, a 272 quilômetros da capital paulista. 

Entre os documentos revelados pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, havia cadernos com nomes, endereços, descrições físicas e detalhamento da rotina de mais de 40 policiais militares ao lado de uma carta com ordens para matar dois policiais para cada “execução covarde” de um membro do PCC. “Esclarecemos que não foi (sic) nós que buscamos esse caminho, ao contrário, estamos sendo executados na maior covardia na mão da Polícia Militar, da Rota”, diz um trecho da carta, fazendo referência direta ao batalhão de elite da PM, Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar. Detalhes de como funcionava o chamado tribunal da facção eram relatados em páginas que incluíam os nomes dos responsáveis por conduzir os julgamentos, as testemunhas e até as sentenças aplicadas a cada delito.

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Diante de tantas mortes e das novas revelações, não é de surpreender que os próprios PMs estejam assustados. Os ataques em série fizeram com que parte dos policiais buscasse socorro na religião. A associação PMs de Cristo lançou a campanha “Ore por um PM”, que consiste em um ciclo de orações, até o dia 15 de dezembro, contra a morte de colegas. “Neste momento em que estamos enfrentando esses sobressaltos é preciso reforçar a nossa fé em Deus e a união da corporação”, diz o capitão Joel Rocha, presidente da entidade.

O aumento dos confrontos e da letalidade da polícia pode ter detonado esse ciclo de retaliações entre PMs e criminosos. O atual secretário Antonio Ferreira Pinto priorizou as ações de enfrentamento e de policiamento ostensivo da Polícia Militar em detrimento do trabalho investigativo da Polícia Civil. “Ocupações como a de Paraisópolis amenizam a situação, mas, depois que a PM sai, o crime volta a imperar. É preciso um trabalho de investigação profundo por parte da Polícia Civil para identificar os chefes e sufocar a rede de financiamento do crime organizado”, afirma o delegado George Melão, presidente do sindicato paulista da categoria.

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Outra falha remonta ao início dos anos 2000. À medida que aumentava o encarceramento, o PCC arregimentava novos membros no sistema prisional. Líderes foram espalhados pelas prisões do Estado, mas não foram mantidos em isolamento. A partir dos ataques de 2006, a facção, que já era poderosa nos presídios, passou a controlar as atividades ilegais do lado de fora, como tráfico de drogas, assaltos e sequestros. “O governo cedeu espaço ao PCC no sistema penitenciário. Há uma espécie de acordo tácito: prendemos os bandidos, mas eles fazem o que querem na cadeia”, afirma o ex-subsecretário nacional de Segurança Pública Guaracy Mingard, para quem é fundamental isolar as lideranças da facção , restringir, de verdade, o uso de celulares e retomar o controle das penitenciárias pelo Estado.
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SOCORRO
Alvos, policiais recorreram à religião. A associação PMs de Cristo lançou 
a campanha “Ore por um PM”, um ciclo de orações até o dia 15 de dezembro
É preciso mudar a abordagem para vencer o crime organizado em São Paulo. O Rio de Janeiro, cidade que durante décadas viveu à mercê de facções criminosas, só conseguiu recuperar territórios dominados pelos bandidos e reduzir os índices de violência quando assumiu que a postura até então estava equivocada. As autoridades paulistas deveriam aprender com o exemplo carioca e abandonar a tática do enfrentamento. “É necessário fortalecer a Polícia Civil e investir em inteligência policial para deixar claro aos criminosos que todos os crimes serão punidos”, diz a socióloga Camila, da USP. Outra medida eficiente é secar os lucros na origem e atacar os negócios que permitem a lavagem de dinheiro e, consequentemente, o funcionamento da máquina do crime. “A fonte de arrecadação do PCC tem que ser cortada”, defende Mingard. “No caso do tráfico de drogas, deve-se impedir o funcionamento das bocas e prender os chefes dos locais.”
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Diante de um inimigo comum, em vez de trabalharem em conjunto, autoridades federais e estaduais passaram a semana trocando farpas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmava que tem oferecido ajuda à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e vagas em presídios federais para isolar os líderes do PCC desde junho. E o secretário Ferreira Pinto e o governador Alckmin diziam que apresentaram um plano de ações e não obtiveram respostas. No final da semana, eles ensaiaram um entendimento, mas a única ação concreta foi a ocupação de Paraisópolis. A polícia deteve suspeitos, apreendeu armas de fogo, munição e drogas. Especialistas temem, entretanto, que sejam presos apenas peixes pequenos. “Se não investirmos em investigação, vamos ter que esperar para ver qual grupo se cansa primeiro de matar e interrompe o ciclo de ‘mata-mata’”, diz Luciana Guimarães, diretora da ONG Sou da Paz. 
Fotos: Adriano Machado; Apu Gomes/Folhapress; JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO
Fonte: IstoÉ - 7/nov - ano 36 - n.º 2243

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

The Axis of Awesome - 4 Chords (4 acordes)

Os caras do "The Axis of Awesome" mostram, com bom humor, o que se pode fazer com apenas 4 acordes no universo da música.

Descoberta 'Super-Terra' potencialmente habitável próxima ao Sistema Solar

BBC

Divulgação
Concepção artística do HD 40307g, planeta que pode ser habitável e fica a 42 anos-luz da Terra
Uma equipe de astrônomos de vários países encontrou uma "superterra", um planeta que pode ter um clima parecido com o da Terra e com potencial para ser habitado, a apenas 42 anos-luz de distância. 

O planeta orbita em volta da estrela HD 40307. Anteriormente, sabia-se que três planetas orbitavam em volta desta estrela, todos eles próximos demais para permitir a existência de água. 

Mas, outros três planetas foram encontrados em volta da HD 40307, entre eles a "superterra", que tem sete vezes a massa da Terra e está localizada na zona habitável do sistema, onde a água líquida pode existir. 

O planeta, batizado de HD 40307g, tem a órbita mais externa entre os seis em volta da estrela e percorre esta órbita em um tempo equivalente a 200 dias terrestres. E, o mais importante, os cientistas acreditam que o planeta gira em torno de seu próprio eixo, o que gera o efeito de dia e noite. 

Fonte: BBC Brasil

Steve Howe - "Mood for a Day"

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Vaticano estuda restringir acesso de turistas à Capela Sistina


O Vaticano poderá estudar a possibilidade de restringir o número de visitantes à Capela Sistina.
O diretor dos museus do Vaticano, Antonio Paolucci, disse que o alto número de turistas é um problema grave.
Mais de 20 mil turistas visitam a Capela Sistina diariamente. Segundo o Vaticano, o barulho e o excesso de gente impossibilitam que as pessoas possam apreciar as famosas pinturas de Michelangelo no teto.
A umidade e o pó provocados pelos turistas também estão colocando em risco algumas das pinturas.
Esta quarta-feira é o 500º aniversário da data em que Michelangelo terminou suas obras na Capela.
Fonte: BBC Brasil

Segunda geração de imigrantes brasileiros sofre exclusão no Japão


Jovens da segunda geração de imigrantes brasileiros no Japão sofrem de exclusão e dificuldade de integração no país em que nasceram ou foram criados desde cedo.

Segundo o Itamaraty, a dificuldade de integração de brasileiros nascidos ou criados no exterior é mais grave no Japão, onde há, segundo o ministério da Justiça japonês, 36.869 crianças e adolescentes brasileiros até 14 anos de idade - 17,55% do total de brasileiros residentes.

Diferentemente dos pais, eles não aceitam ser tratados como estrangeiros, mas esbarram em dificuldades como não dominar o idioma como os nativos.

Segundo a ministra Luiza Lopes da Silva, diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do Itamaraty, sem o domínio completo da língua, acabam sendo identificados facilmente pelos japoneses e tratados como estrangeiros - mesmo sendo cidadãos do país.

"Os pais (desses jovens) vieram ao país com uma mentalidade diferente, só para trabalhar. Já a segunda geração vê (no cotidiano do japonês) como poderia ser a vida deles e como ela não é", disse a ministra.

Esse problema não existe, segundo ela, em países onde o idioma é de mais fácil assimilação como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha.

Evasão escolar

De acordo Lopes da Silva, a segunda geração tenta frequentar escolas japonesas, mas muitos acabam abandonado as carteiras escolares e assim diminuindo suas chances de inclusão.

Os motivos da evasão são a dificuldade dos cursos e a incapacidade dos pais, que também não dominam a língua perfeitamente, de dar apoio nas tarefas de casa, algo essencial no sistema educacional japonês.

Segundo a ministra, outro termômetro dessa falta de integração é a baixa quantidade de casamentos entre japoneses e descendentes de brasileiros.

Além da barreira do idioma, as diferenças culturais e a alta concorrência no mercado de trabalho dificultam ainda mais a integração.

Anderson Yuiti Kinjo, de 18 anos, nasceu no Japão, mas nunca frequentou a escola japonesa. Terminou o ensino médio em uma instituição de ensino brasileira.

"Na época que comecei a estudar, havia muitos boatos sobre bullying contra estrangeiros nas escolas japonesas e, por isso, meus pais optaram pelo ensino em português", disse à BBC Brasil.

"Gosto muito do Japão, falo bem o japonês, mas não me sinto completamente à vontade aqui", disse o rapaz, que planeja voltar para o Brasil para continuar os estudos. Ele não está satisfeito com o emprego em uma linha de montagem de eletrônicos na província de Gunma.

Ao contrário de boa parte dos colegas, Yudi Taniguti, também de 18 anos, conseguiu acompanhar a escola japonesa. Ele chegou ao Japão com os pais, vindo de Caldas Novas (GO), quando tinha 2 anos de idade.

Taniguti trabalha em uma fábrica de eletrônicos. "Minha mãe fala que a vida no Japão vai ser sempre a mesma, sem oportunidades. Já no Brasil acho que teria mais chances", disse.

No limbo

"A situação dos filhos de imigrantes deve ser sempre acompanhada com atenção. Se crescer já é um processo cheio de descobertas, mesmo no país natal, o desafio é muito maior quando se mora em um país tão diferente", disse o diplomata Paulo Henrique Batalha, da Embaixada do Brasil em Tóquio.

Já o sociólogo e professor da Universidade Musashi, Angelo Ishi, afirmou que os filhos de brasileiros correm o risco de não dominar bem nenhum dos dois idiomas.

"Não importa se é o português ou o japonês, o jovem tem de estudar e aprimorar os conhecimentos a ponto de poder manejar pelo menos uma língua em nível avançado", afirmou.

Para Ishi, esses jovens estão num "limbo" entre a sociedade japonesa e a comunidade brasileira no Japão.

"A ironia é que, quanto mais um jovem sobe um degrau de escolaridade e se integra à sociedade japonesa, no geral, ele acaba se distanciando dos conterrâneos. Por isso, a comunidade brasileira continua órfã em termos de jovens líderes bilíngues".

Para tentar amenizar os problemas enfrentados pelos jovens brasileiros, os governos brasileiro, japonês, e a iniciativa privada têm desenvolvido projetos.

Entre eles, está o Arco-Íris, do Ministério da Educação do Japão. Criado em 2009, o programa tem como objetivo a escolarização das crianças estrangeiras que moram no Japão.

Com ênfase no ensino da língua japonesa, o objetivo dele é facilitar a transição de alunos de escolas brasileiras para o sistema de ensino público japonês, gratuito. Mais de 5 mil jovens já foram beneficiados pelo projeto.

O Itamaraty vem monitorando o problema e tem projetos semelhantes de assistência a estudantes. O principal deles funciona em Hamamatsu.

Para Ishi, o grande desafio das próximas gerações de filhos de imigrantes brasileiros é conquistar diplomas universitários. "Não há fórmula segura para ascensão social, seja em qual país for, que não seja através dos estudos", afirmou.

Paraguai

Segundo a ministra Lopes da Silva, os filhos de imigrantes brasileiros que vivem no Paraguai também enfrentam barreira semelhante com a língua guarani - que também é falada no país, ao lado do castelhano.

Os "brasiguaios", como são conhecidos, formam hoje uma comunidade de 200 mil pessoas no Paraguai. Outros cerca de 300 mil têm dupla nacionalidade, segundo o Itamaraty.

"A proximidade com o Brasil e a facilidade para cruzar a fronteira também dificulta a integração", disse a ministra. Segundo ela, a facilidade de voltar para o Brasil faz com que muitos tenham dificuldades de se identificar como paraguaios.

Atualmente, o Itamaraty promove conferências regulares com especialistas e autoridades dos dois países com o objetivo principal de integrar a comunidade de descendentes de brasileiros na sociedade paraguaia. Projetos educacionais também estão em estudo.

Para a diretora do Departamento Consular do Itamaraty, essa dificuldade de integração das comunidades no Paraguai e no Japão deve ser um estágio transitório, que deve ser superado com o tempo.

Fonte: Notícias Uol

NA VÉSPERA DAS ELEIÇÕES NOS EUA OBAMA E ROMNEY EMPATAM NOS 49%



Diário de Notícias – Lusa – foto Reuters


O Presidente dos Estados Unidos e candidato a uma reeleição pelo Partido Democrata, Barack Obama, e o seu rival republicano, Mitt Romney, estão empatados com 49 por cento das intenções de voto, segundo uma sondagem da CNN.
A um dia das eleições, a sondagem CNN/ORC é a quarta independente que prevê um empate entre os dois candidatos, que no fim de semana visitaram alguns dos Estados decisivos como Ohio, Virginia, New Hampshire, Pensilvânia, Iowa e Colorado.
O diário Politico e a Universidade George Washington preveem um empate de 48 por cento, tal como o Washington Post, enquanto a NBC News e o Wall Street Journal esperam um ponto de diferença a favor de Obama, com 48 por cento.
Apenas o Centro Pew prevê a vitória de Obama, com 50 por cento, face a 47 por cento dos votos para Romney, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
Segundo a sondagem da CNN, 53 por cento das mulheres pretendem votar em Obama face a 44 por cento dos homens, uma diferença de nove pontos que "poderá ser a maior desde 1996", segundo o diretor de sondagens daquela cadeia de televisão norte-americana, Keating Holland.
Holland também constatou que Obama "está a ter menos apoio entre os mais jovens face há quatro anos" e que os dois candidatos estão empatados no que se refere ao apoio dos idosos.
Romney continua a liderar as intenções dos eleitores brancos, com 57 por cento face a 40 por cento de Obama.
Obama apresenta uma vantagem entre os eleitores com rendimentos inferiores a 50 mil dólares (39.000 euros), com 56 por cento face a 40 por cento de Romney, que conta, assim, com o apoio dos eleitores mais ricos, de 52 por cento face a 47 por cento de Obama.
O noroeste e médio oeste dos Estados Unidos apoiam Obama, enquanto o sul, oeste e as zonas rurais do país apoiam Romney, segundo a mesma sondagem, realizada entre 02 e 04 de novembro junto de 1.010 adultos, dos quais 918 estão registados para votar e 693 têm intenções de votar, apresentando uma margem de erro de 3,5 pontos.
Os votos eleitorais chave para o desempate cabem a Estados como o Colorado (nove), Florida (29), Iowa (seis), Nevada (seis), New Hampshire (quatro), Carolina do Norte (15), Ohio (18), Virginia (13) e Wisconsin (10).
Segundo o Washington Post, Obama começou a campanha com 18 Estados e o distrito de Columbia a seu favor, que somam 237 votos dos 270 necessários para garantir a presidência dos EUA entre um total de 538 votos do Colégio Eleitoral que elege formalmente o Presidente, enquanto Romney contava com 23, que totalizavam 191 votos eleitorais.
Hoje, os dois candidatos terminam a campanha com visitas a Estados decisivos, designadamente ao Wisconsin, Iowa, Florida, Virginia e Ohio, onde se encontrarão na cidade de Columbus.

sábado, 3 de novembro de 2012

Jimmy Page ensina riff de 'Kashmir' a Jack White & The Edge

"A Viagem" (Cloud Atlas) - Trailer Extendido Legendado




Direção e roteiro: Andy Wachowski e Lana Wachowski (Matrix) e Tom Tykwer (Corra, Lola, Corra)
Elenco: Tom Hanks, Halle Berry, Hugo Weaving, Jim Sturgess, Ben Whishaw, Jim Broadbent, Susan Sarandon, Hugh Grant, Doona Bae, James D'Arcy, Keith David
Estreia (Brasil): 28 de dezembro

"Sweet Caroline": 2 versions (Neil Diamond vs. Elvis Presley)




Gladys Knight - "Help Me Make it Through the Night" (live 1972)




Take the ribbon from your hair,
Shake it loose and let it fall,
Layin' soft upon my skin.
Like the shadows on the wall.

Come and lay down by my side
'till the early morning light
All I'm takin' is your time.
Help me make it through the night.

I don't care what's right or wrong,
I don't try to understand.
Let the devil take tomorrow.
Lord, tonight I need a friend.

Yesterday is dead and gone
And tomorrow's out of sight.
And it's sad to be alone.
Help me make it through the night.

I don't care what's right or wrong,
I don't try to understand.
Let the devil take tomorrow.
Lord, tonight I need a friend.

Yesterday is dead and gone
And tomorrow's out of sight.
Lord, it's bad to be alone.
Help me make it through the night.

Vida em xeque: 182 juízes brasileiros vivem sob ameaça


Sem aparições públicas. Vida restrita ao convívio familiar. Com deslocamento vigiado. Privados do direito básico de ir e vir. Essa é a rotina de quase 200 magistrados brasileiros, acossados pelo crime organizado. Em alguns casos, por quadrilhas integradas por policiais e outros servidores públicos. Em outros, por facções gestadas dentro do sistema penitenciário, como o paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em Porto Alegre, a juíza Elaine Canto da Fonseca recebeu um recado desde uma prisão: deveria soltar presos que seriam julgados por ela. Como se recusou, se desloca desde o início do ano em carro blindado. Em Mato Grosso do Sul, o juiz federal Odilon de Oliveira convive com nove agentes federais de escolta, inclusive dentro de casa. Em Goiás, o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima pediu afastamento do processo que conduzia contra o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, após receber ameaças. Cabia ao magistrado analisar denúncias contra 79 réus supostamente vinculados ao bicheiro, entre eles 35 policiais. Em Rondônia, o juiz trabalhista Rui Barbosa Carvalho passou a usar colete à prova de balas e trocou de celular 12 vezes, em decorrência de ameaças recebidas após suspender pagamento de precatórios por suspeita de fraude.
Casos como esses foram discutidos em 8 de outubro num encontro de magistrados promovido em Manaus. O debate foi uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que contabiliza este ano 182 juízes ameaçados no país. Desses, apenas 60 contam com escolta.
Esse tipo de levantamento começou a ser feito em 2011, logo após o assassinato da juíza fluminense Patrícia Acioli, morta com 21 tiros em 11 de agosto daquele ano. Investigações concluíram que ela foi executada por PMs que tinha mandado prender, por integrarem milícias clandestinas.
Logo após a morte de Patrícia o CNJ contabilizou 150 juízes brasileiros ameaçados. Mesmo com toda a comoção causada pelo assassinato da magistrada, o número aumentou, passando aos atuais 182. Antes restritas a magistrados criminais, agora a lista dos que estão na mira do crime inclui também juízes trabalhistas, justamente pelas milionárias causas que costumam julgar e os interesses que contrariam.
Zero Hora obteve uma listagem do número de ameaçados por Estado, feita com base em relatórios dos Tribunais de Justiça (veja nesta página). Os campeões em magistrados jurados de morte em 2012 são Rio de Janeiro, com 29 ameaçados, e Minas Gerais, também com 29. Alguns Estados com pequena população, como Tocantins e Alagoas, surpreendem pelo número de magistrados em risco: 12, cada. Apenas cinco Estados brasileiros não informam terem juízes ameaçados.
Diante desses números, o Rio Grande do Sul até parece um paraíso. Apenas duas juízas requisitaram proteção este ano. E foram contempladas com escolta.
— Felizmente, não temos tradição de riscos e muito menos de ataques contra magistrados. E contamos com um Núcleo de Inteligência do Judiciário para prevenir esse tipo de problema — explica o desembargador Tulio Martins, do Conselho de Comunicação Social do Tribunal de Justiça-RS.
Dão apoio ao núcleo policiais militares, policiais civis e agentes de segurança do Judiciário. Entre as providências rotineiras está levantamento de possíveis inimigos dos juízes. Numa fase posterior, propiciar escolta e carro blindado para qualquer magistrado sob risco, além do presidente do TJ, sempre protegido.
O presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Pio Dresch, diz que nem todos os casos chegam ao conhecimento do CNJ. Um deles é suposta contratação de pistoleiros para matar um juiz do Interior, que acabou tirando licença para "esfriar" a ameaça.
— Um dos problemas que enfrentamos é que, devido à escassez de magistrados, não é possível simplesmente transferir o juiz para outra comarca, o que seria razoável. É preciso abrir vaga antes. A verdade é que falta uma sistemática para lidar com magistrados em risco — desabafa Dresch.
O presidente da Ajuris considera que uma alternativa para as constantes ameaças de morte seria implantar no Brasil os "juízes sem rosto". São magistrados que teriam seus nomes ocultados nos processos que julgam, para sua própria proteção. O sistema funcionou na Colômbia durante os Anos 90, época do auge das guerras do narcotráfico naquele país.
Revista Consultor Jurídico, 3 de novembro de 2012

Um ataque contra a sua privacidade


Nova lei da internet, em discussão no congresso, coloca em risco as informações privadas dos brasileiros que acessam a rede

Izabelle Torres
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A privacidade dos 71 milhões de brasileiros que navegam na internet vale muito dinheiro e está em risco no debate em torno das regras para o funcionamento da rede mundial de computadores no Brasil. O texto do marco civil da internet em discussão no Congresso vem atraindo um jogo de lobbies e deixa brechas à proteção de dados dos usuários. A nova legislação permite que as informações pessoais que circulam pelos sites acionados pelos internautas sejam usadas para alimentar o mercado de publicidade direcionada.
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Apesar de assegurar, à primeira vista, a inviolabilidade dos dados, o texto em tramitação agride a privacidade do usuário, como pode ser conferir numa leitura mais atenta da proposta. O perigo mora no artigo do projeto que supostamente garantiria os direitos dos internautas. Apesar de proibir o fornecimento a terceiros de registros de conexão e acesso, o texto abre exceção para casos em que o próprio usuário dá “consentimento livre, expresso e informado” para o uso de seus dados. Isso acontece, na maioria das vezes, sem que a pessoa se dê conta. Ocorre que praticamente todos os termos de adesão para a criação de contas de e-mails ou redes sociais incluem essa autorização automática. O cliente não tem opção: ou concorda com os termos de uso ou simplesmente não usa os serviços. A artimanha garante aos provedores de serviços o acesso a dados dos internautas. A invasão se dá na forma de uma aparente coincidência: o internauta comenta sobre um produto ou serviço na rede e logo passa a ser bombardeado por anúncios.
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A manobra é replicada nos cadastros de sites de compras e outros serviços online. Ela é mais flagrante no Google. Ali, para abrir uma conta no Gmail, o usuário esbarra num termo de adesão escrito apenas em inglês, no qual abre mão da privacidade. “Você concorda que o Google pode usar seus dados de acordo com a política de privacidade”, diz um trecho do contrato. Na rede social Facebook não é diferente. Ao se cadastrar, o internauta precisa aprovar os termos do acesso, que na prática representam a autorização para o uso dos dados de navegação. “Usamos as informações que recebemos sobre você em relação aos serviços e recursos que fornecemos a você e a outros usuários, como seus amigos, nossos parceiros, os anunciantes que compram anúncios no site e os desenvolvedores que criam os jogos, aplicativos e sites que você usa”, informa o termo.
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Enquanto provedores de serviços como e-mail e rede social se beneficiam dos contratos para lhes garantir o acesso e o uso de informações dos usuários, provedores de conexão, como as companhias telefônicas, fecham parcerias milionárias com empresas especializadas em rastrear a navegação. A multinacional Phorm é uma dessas empresas e hoje presta serviços para a Oi e a Telefônica no Brasil. Sua missão é traçar o perfil dos internautas e descobrir seus interesses de navegação. São provedores de acesso como as duas empresas de telefonia que mais brigam para que o marco da internet não as deixe de fora do clube de quem fatura em cima da privacidade dos internautas. O argumento é que os sites de e-mails e redes sociais já fazem esse rastreamento, mesmo sem previsão legal. “É uma briga grande, mas acreditamos que o texto da forma como está fechará muitas brechas”, alega o relator do projeto na Câmara, deputado Alexandre Molon (PR-RJ). “Sabemos que algumas empresas, como a Phorm, vivem dessa bisbilhotagem disputada pelo mercado da rede. Queremos frear esse comércio e impedir que a privacidade alimente os negócios. Acho que o marco é um avanço para isso.” O parlamentar não explica, porém, como vai garantir a privacidade dos usuários diante dos termos de adesão que o internauta encontra pelo caminho. O governo tem pressa na votação do texto. Um dos que pressionam pela aprovação ainda neste ano é o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
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GANHAM PARA VASCULHARDeputado Alexandre Molon (PT-RJ) diz que 
empresas vivem da bisbilhotagem
Na contramão do discurso de Molon, o especialista em direito eletrônico Renato Opice Blum, da Fundação Getulio Vargas, diz que a aprovação do marco não vai garantir a privacidade, mas apenas oficializar – se não aumentar – o comércio de publicidade direcionada que existe atualmente. “Esse texto não muda nada, uma vez que a maioria dos brasileiros autoriza o uso e a divulgação dos seus dados sem se dar conta. O problema é que ninguém costuma ler os contratos dos serviços”, diz. Para Blum, como a nova legislação não deve frear o comércio de informações, restará aos brasileiros ter cautela ao navegar na rede e, sobretudo, na hora de escolher os serviços que contrata. Diante da guerra de interesses, o único consenso entre os vários atores dessa discussão é que, aprovado o texto em debate no Congresso, ganharão força os negócios feitos à custa da privacidade do internauta.
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 Fotos: shutterstock; Sérgio Lima/Folhapress
Fonte: Revista Istoé - Ano 36 - Edição nº 2240

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

VIGÍLIA (Por Rogério Rocha)














Vigília

Um dia a mais ou a menos,
Não importa, se sei que a morte,
Espetáculo obscuro do destino,
Bate à porta.

Por isso espero,
Por isso vigio.

Vigio teu sono, teus anseios,
Passeio na noite, sem receios.
Caminho sobre as cinzas...
Sobre as cinzas de um menino
Que tornou-se um rapazinho,
Que sorriu, cortou caminho,
Pulou janelas, cruzou esquinas
Da triste cidade, quando era tempo.

Quando era tempo, proclamou versos.
Quando era tempo, correu ao vento.
Amou, sofreu, criou, alegrou-se...
Quando era tempo.

Mas há pouco a se fazer...

Por isso espero.
Por isso vigio.


Vigio teu sono, teus anseios,
Passeio na noite, sem receios.
Persigo a sombra, o teu corpo,
A marca pungente de um corte,
Cicatrizado por dentro.
Persigo teu beijo turbulento,
teu abraço, em mim, tão forte.

Espero acordado, 
atento, circunspecto.
Por mim mesmo, espero,
Um dia ouvir
O sussurro de uma voz
Me chamando pra dormir.


CONCLUSÃO PARA CONSOLO (por Bandeira Tribuzi)


Bandeira Tribuzi (poeta maranhense -  1927-1977)


Conclusão para Consolo

Bicho da terra estás apenas morto.
Já a terra de que és bicho te recobre
e uma pequena flor acena, leve,
um pequenino adeus sobre teu túmulo.

Tua mulher jamais esquecerá
tua sólida figura. Nem teus filhos
que em si a reproduzem e prosseguem
tua presença em gestos e palavras.

O tempo que rompeu teu rude corpo
como inverno passando sobre o campo,
não cortou a semente indispensável.

Ele mesmo será propício à nova
árvore forte que sustém o mundo
e reverdece o chão da vida mágica.



Bandeira Tribuzi, foi o pseudônimo de José Tribuzi Pinheiro Gomes, poeta que iniciou o Modernismo no Maranhão em 1948, com a publicação do livro de poesia Alguma Existência. Fez parte de um movimento literário difundido através da revista "A Ilha", que lançou o pós-modernismo na poesia maranhense. Foi fundador do jornal O Estado do Maranhão. Entre seus principais livros de poemas, estão: Alguma existência (1948); Rosa da Esperança (1950); Safra (1960); Pele & Osso (1970).

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

UFOLOGIA É CIÊNCIA?


Boa parte dos estudos sobre óvnis carece de rigor científico ou está impregnada de forte misticismo. A culpa é também dos cientistas, que evitam pisar nesse campo minado para não colocar em risco sua reputação

por Leandro Steiw

Em novembro de 1977, o primeiro-ministro de Granada, Eric Matthew Gairy, sugeriu a criação de uma agência na Organização das Nações Unidas (ONU) para coordenar os estudos mundiais sobre o fenômeno óvni. A proposta foi adiante e, um ano depois, foi constituído um grupo de trabalho, formado, entre outros, pelos astrofísicos Josef Allen Hynek e Jacques Vallée, pelo engenheiro Claude Poher e pelo astronauta Leroy Gordon Cooper Jr. Pela primeira vez na curta história da ufologia, objetos voadores não-identificados seriam estudados com o aval de uma instituição digna de crédito no mundo todo. Mas os Estados Unidos não gostaram muito da idéia e avisaram que não financiariam qualquer investigação oficial sobre óvnis. Sem o apoio e a grana da maior economia do planeta, a idéia foi engavetada. E ficou uma pergunta no ar: se a ONU tomasse a frente desses estudos, a ufologia seria levada mais a sério?
O estudo de óvnis é um campo minado, no qual os cientistas evitam pisar para não explodir a própria reputação. A maioria dos acadêmicos considera a ufologia uma pseudociência, ou seja, um trabalho destituído do rigor da metodologia científica. Para piorar, dezenas de charlatões tomaram conta das pesquisas ufológicas, com a intenção de explorar a boa-fé das pessoas. Mas há cientistas, com formação acadêmica e reconhecimento público, que adotaram a ufologia como sua especialidade. Como identificar quem é quem no meio desse balaio de gatos?
Primeiro, é preciso entender o conceito. A ufologia investiga o fenômeno óvni – qualquer objeto visto no céu que não possa ser identificado ao primeiro olhar. A hipótese extraterrestre é apenas uma das possibilidades a serem investigadas. “Este é o principal problema da ufologia: a maioria dos próprios ufólogos”, diz Rogério Chola, ombudsman da revista UFO. “Eles são os responsáveis por perpetuar os paradigmas de que óvni é o mesmo que nave extraterrestre.”
Esqueça os preconceitos
Os óvnis realmente existem. Pode ser um avião passando entre as nuvens, uma estrela brilhante, um meteoro, um satélite artificial, um balão meteorológico, pássaros. Pode ser um punhado de coisas banais que normalmente não tomariam a sua atenção, mas que, por terem aparecido em condições desfavoráveis – escuridão, neblina, distância –, não puderam ser identificadas de imediato. Os pilotos de aviões comerciais e militares freqüentemente encontram objetos desconhecidos no céu e relatam como óvnis. O papel dos ufólogos é este: buscar uma explicação para os fenômenos. “Se nenhuma dessas hipóteses explicar ou reproduzir o fenômeno, então o objeto continua sendo um óvni. Claro que a hipótese extraterrestre deve ser a última a ser considerada e, caso o óvni preencha certos requisitos, poderá ser enquadrado como um artefato de origem desconhecida da tecnologia humana e da natureza do planeta Terra. Ir além disso é especular sem argumentos convincentes”, afirma Chola.
As teorias
Atualmente, há quatro teorias sobre o fenômeno óvni. A primeira apela para o racional: óvni é algum tipo de aeronave avançada, secreta ou experimental de fabricação humana, desconhecida ou mal reconhecida pelo observador. A segunda é a mais polêmica: se nenhum fenômeno natural ou tecnologia terrestre servir de explicação, trata-se de uma espaçonave alienígena. A terceirateoria aponta para hipóteses psicossociais e psicopatológicas: quem vê um óvni sofre de algum distúrbio. E a quarta escola apóia-se na religião, no ocultismo e no sobrenatural – os óvnis são mensagens divinas ou diabólicas. Pobre do ufólogo quando as hipóteses de uma tendência misturam-se às de outra. “A ufologia extrapolou os seus limites ao enveredar por caminhos místicos e transcendentais, passando a estudar vida extraterrestre, canalizações de mensagens extraterrestres, contatos telepáticos e entidades de outras dimensões, entre outros, o que a rigor não compete a ela estudar”, diz Chola.
Mas a responsabilidade não é só dos ufólogos. Como a ciência abdicou do direito de estudar os óvnis, diversas histórias permanecem sem resposta e adubam a já fértil imaginação do homem. Um dos poucos cientistas que tentaram encontrar uma explicação para o fenômeno óvni foi o astrofísico americano Josef Allen Hynek (1910-1986), fundador do Centro para Estudos Ufológicos e conselheiro do Projeto Blue Book (leia mais na página 22). Nos anos 50, Hynek era cético sobre óvnis e acreditava que as descrições eram feitas por testemunhas que não haviam sido capazes de identificar objetos naturais ou de fabricação humana. Depois de ler dezenas de papéis, porém, ele encontrou relatos de gente instruída – como astrônomos, pilotos, oficiais de polícia e militares – que mereciam um mínimo de crédito. Hynek conversou com físicos que também contaram ter visto objetos voadores impossíveis de explicar à luz dos conhecimentos atuais daciência . Ele então abandonou o ceticismo, encarou a ufologia como profissão, aplicou a metodologia científica nas pesquisas e foi um dos personagens da frustrada tentativa de abrir a agência coordenadora na ONU.
No entanto, aos poucos, Hynek se tornou um crítico da explicação extraterrestre. Em 1976, ele afirmou: “Tenho apoiado cada vez menos a idéia de que os óvnis são espaçonaves de outros mundos. Há tantas coisas se opondo a essa teoria . Para mim, parece ridículo que superinteligências viajariam grandes distâncias para fazer coisas relativamente estúpidas, como parar carros, coletar amostras de solo e assustar pessoas”. No final da vida, ele estava convencido de que os “discos voadores” tinham mais a ver com fenômenos psíquicos do que com veículos alienígenas.
Seja como for, a hipótese extraterrestre vem perdendo das outras teorias por falta de provas físicas. Em 60 anos, nenhum dos milhares de humanos que alegam ter contatado ETs conseguiu apresentar um único objeto comprovadamente de origem extraterrena. O mais famoso ufólogo do século 21, o americano cético Philip Klass, oferece 10 mil dólares a qualquer vítima de abdução que registrar queixa no FBI e deixar a polícia federal americana averiguar o caso. Se for verdade, o denunciante ganha a grana. Se for mentira, será multado em 10 mil dólares e preso por cinco anos. Até hoje, ninguém topou o desafio. H
"O principal problema da ufologia hoje é a maioria dos próprios ufólogos. Eles são os responsáveis por perpetuar os paradigmas de que óvni é sinônimo de nave extraterrestre"
Rogério Chola, ombudsman da revista ufo
"Parece ridículo que superinteligências viajariam grandes distâncias para fazer coisas relativamente estúpidas, como parar carros, coletar amostras e solo e assustar pessoas"
Josef Allen Hynek, astrofísico americano
Fonte: Supertinteressante - jun. 2005

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